Nova separação de gêmeas siamesas será realizada em Ribeirão Preto
Hélio Rubens Machado, professor e neurocirurgião

Nova separação de gêmeas siamesas será realizada em Ribeirão Preto

Em 2018, a equipe do Hospital das Clínicas realizou a separação das gêmeas siamesas unidas pela cabeça, Maria Ysabelle e Maria Ysadora

Uma nova separação de gêmeas siamesas unidas pela cabeça será realizada no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP nos próximos meses. Para ajudar na preparação do procedimento um modelo de resina de tamanho foi feito em uma impressora 3D nos Estados Unidos das pacientes.

De acordo com o professor e neurocirurgião Hélio Rubens Machado, a família não é de Ribeirão Preto, mas veio para cá em busca de um tratamento para a condição das crianças. “Como as outras famílias viu que as filhas teriam isso e vieram para cá. As crianças nasceram aqui, elas estão com um pouco mais de um ano agora”, afirmou Machado. 

O médico conta ainda que a pandemia atrasou o procedimento por conta da lotação no Centro de Terapia Intensiva (CTI) Pediátrica do hospital, mas que agora, com a queda nos índices da Covid-19, a cirurgia pôde ser programada. “Nós estamos retomando tudo, recontratando funcionários etc. Vamos refazer, montar a equipe e programar a cirurgia que será agora nos próximos dois, três meses”, explicou.

O primeiro e único caso como esse em Ribeirão Preto foi o das gêmeas cearenses Maria Ysabelle e Maria Ysadora. As irmãs, também unidas pela cabeça, foram operadas em 2018 pela equipe do HC, comandada pelo doutor Machado. 

Para auxiliar no procedimento, Machado contou com a ajuda do neurocirurgião norte-americano James Goodrich, referência mundial no assunto, que faleceu em 2020, vítima do coronavírus. O médico estadunidense acompanhou as cirurgias das siamesas desde o planejamento. Segundo Machado, este foi o nono procedimento deste tipo que seu colega havia realizado.

Atualmente, Maria Ysabelle e Maria Ysadora têm um pequeno atraso que já era esperado, de acordo com o professor. “Mas elas andam, têm uma excelente relação com a família, vão na escolinha, tudo o que nós queremos, que elas sejam reintegradas na sociedade”, conclui.


Foto: Luan Porto (Arquivo Revide)

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