Número de leitos psiquiátricos é insuficiente em Ribeirão Preto, aponta OMS
O levantamento, feito pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mostra que a falta de leitos é um problema nacional

Número de leitos psiquiátricos é insuficiente em Ribeirão Preto, aponta OMS

De acordo com pesquisa da ANS, região possui um leito para cada 10 mil habitantes

O número de leitos de psiquiatria em Ribeirão Preto está abaixo da média estipulada pela Organização Municipal da Saúde (OMS). O levantamento, feito pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mostra que a falta de leitos é um problema nacional.

O Brasil possui 36.387 leitos psiquiátricos, sendo 25.097 do SUS em 159 hospitais e 11.290 privados. Destes, 10.749 localizam-se no estado de São Paulo. Em Ribeirão Preto, segundo consta na página da Secretaria da Saúde, apenas 108 são públicos.

Todavia, segundo o coordenador do programa de saúde mental do município, Marcus Vinicius Santos, a informação que aparece no site oficial está errada. Em nota encaminhada ao Portal Revide, o coordenador informa que na verdade são 194 leitos que atendem Ribeirão e região. "Sendo 164 em Hospitais Psiquiátricos e 30 leitos em Hospital Geral, uma média de 12,35 leitos em Hospital Psiquiátrico por grupo de 100 mil habitantes e 2,26 leitos em Hospital Geral por grupo de 100 mil habitantes, acima da média nacional, que é de 11,64 e 0,4 respectivamente, e da média mundial, que é de 6,5 e 2,1 respectivamente", explica. 

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Entretanto, segundo dados da Secretaria da Saúde, Ribeirão Preto tem 108 leitos psiquiatras, sendo 80 no Hospital Santa Tereza e 28 no Hospital das Clínicas, responsáveis por uma região com mais de um milhão de habitantes, o que dá uma média de menos de um leito para cada 10 mil pessoas para pacientes agudos.

“Em 11 anos, a oferta de leitos psiquiátricos no SUS diminuiu quase 40%, chegando hoje ao índice de 0,041 por mil [habitantes], sendo que o índice mínimo seria de 0,45 segundo a OMS. Países como a Inglaterra e o Canadá possuem índices de 0,59 e 1,9 leitos de internação psiquiátrica por mil habitantes, respectivamente”, observa o médico Yussif Ali Mere Jr, presidente da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP). Segundo o médico, o país precisa repensar estes números e humanizar o atendimento. 

De acordo com a ANS, a Semana Nacional do Alcoolismo, que terminou nesta quinta-feira, 22, só ressalta a importância destes leitos para a saúde pública do município. "A consequência direta dessa política de redução de leitos foi a desassistência e o abandono de pacientes, tendo como referência a situação da Cracolândia, na cidade de São Paulo e a falta de resolutividade no atendimento psiquiátrico", informou a ANS por meio de nota.


Foto: Pixabay

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