Profissionais da saúde de Ribeirão passam por treinamento sobre o novo coronavírus
Treinamento focou nas orientações de atendimento e identificação de sintomas do vírus

Profissionais da saúde de Ribeirão passam por treinamento sobre o novo coronavírus

Recepção, atendimento de casos suspeitos e protocolo foram abordados em encontro que reuniu mais de 100 profissionais da rede pública

Gerentes de todas as unidades de saúde de Ribeirão Preto, diretores, coordenadores e chefes que atuam no sistema municipal de saúde passaram por um treinamento para atendimento adequado a pacientes com sintomas ou suspeita de infecção pelo coronavírus (covid–19) na cidade.

Ribeirão tem dois casos em investigação. O primeiro suspeito de infecção pelo novo coronavírus (covid-19) foi notificado pela Secretaria Municipal da Saúde nesta quinta-feira, 27. O paciente é um homem de 42 anos, que visitou a Itália a trabalho por 30 dias. Ele teria apresentado os sintomas da doença e está sendo monitorado. O material coletado do paciente para exame já foi encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz, na capital paulista.

O segundo caso investigado, notificado na sexta-feira, 28, é o de uma mulher de 73 anos, atendida na rede pública. Ela também esteve na Itália e, após retornar a Ribeirão no último dia 24 de fevereiro começou a apresentar os sintomas, nos dias 26 e 27. Ela procurou uma Unidade Básica de Saúde (UBDS) na quinta-feira e foi encaminhada para o Hospital das Clínicas, onde ficou internada até sexta-feira, 28. Após apresentar melhora do quadro, ela teve alta e agora está em casa.

Cuidados

A partir das notificações, o Departamento de Vigilância em Saúde adotou imediatamente todos os cuidados de biossegurança, que também foram tomados pela unidade de saúde na assistência ao paciente e todos os comunicantes estão sendo monitorados pela pasta.

O teor da reunião de sexta, 28, foi focado no protocolo adotado pela Secretaria da Saúde em caso de surgimento de mais casos suspeitos, a recepção e atendimento aos pacientes com sintomas sugestivos e a comunicação com a população para não causar pânico e preocupação.

“Com o surgimento de novos casos no Brasil, é provável que haverá outros casos suspeitos e isso é absolutamente natural, porque estamos diante de uma doença respiratória que a transmissão é facilitada, portanto, não há necessidade de atitudes extremas como em países onde a situação é completamente diferente do Brasil. O momento é de monitoramento, controle e  disseminação de informações corretas à população para não causar pânico”, orienta a especialista em Vigilância Epidemiológica Luzia Marcia Romanholi Passos.

A especialista reforça, ainda, que todos os viajantes provenientes dos países de risco indicados pelo Ministério da Saúde, caso apresentem sintomas respiratórios, devem procurar um serviço de saúde para avaliação imediatamente.

Protocolo municipal

Ribeirão Preto tem um protocolo para atendimento a pacientes que tenham suspeita de contaminação pelo novo coronavirus (cobid-19).

O sistema de notificação, criado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão (Coderp) para a Secretaria Municipal da Saúde, cadastra notificações da doença, caso ocorram, que comunica a Vigilância Epidemiológica do município imediatamente. 

A notificação segue o protocolo municipal para enfrentamento ao novo coronavírus, divulgado pelo governo. Caso o paciente possua os sintomas previstos no protocolo, amostras de secreções serão enviadas, o quanto antes, ao Instituto Adolfo Lutz para análise. Além disso, será encaminhada uma ficha contendo as informações do quadro do paciente ao Ministério da Saúde.

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Mortalidade baixa

Vale ressaltar, que a taxa de mortalidade do vírus é baixa, de cerca de 3,4%. Sendo de 3,5% na China e de 1,5% no restante do mundo. Até a tarde desta sexta-feira, 28, das cerca de 83 mil pessoas infectadas em todo o mundo, 2,8 mil vieram a óbito.

Foram 78 mil casos confirmados na China, e 2,7 mil mortes. E 5 mil casos no restante do mundo, com 79 mortes. Desse total, 36 mil já estão totalmente curadas, segundo dados da universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.

Etiqueta respiratória

O infectologista da USP explica que o uso de máscaras não é necessário no País. O ideal, segundo ele é seguir a “etiqueta respiratória”. Ao espirrar, não utilizar as mãos para parar o espirro, mas o braço ou a manga da camisa. E é recomendo realizar a higienização das mãos corretamente, até a altura dos cotovelos.

“Com álcool gel ou água e sabão. Porque esse vírus tem uma partícula protetora que é gordurosa. Então, qualquer detergente quebra esse vírus”, disse o especialista. O vírus ainda permanece por algumas horas em objetos atingidos por gotículas ou pelo aerosol, por isso, é necessário sempre higienizar as mãos, mesmo quando não há contato direto com infectados.


Foto: Pixabay (Imagem ilustrativa)

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