Remédio que previne HIV será distribuído pelo SUS em Ribeirão Preto
Ministério da Saúde anunciou que o medicamento PrEP será distribuído para grupos de risco em 12 município brasileiros
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou nesta quarta-feira, 24, que o Sistema Único de Saúde (SUS) vai passar ofertar medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco da infecção pelo HIV antes da exposição ao vírus. A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) passará a ser distribuída no SUS em até 180 dias após a publicação do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), prevista para a próxima segunda-feira, 29. Ribeirão Preto é um dos municípios brasileiros que receberão a medicação.
O ministro, que está na Assembleia Mundial de Saúde realizada em Genebra, na Suíça, apontou que a medida, inicialmente, será implementada em 12 cidades e, ao longo do ano, será estendida para todo o país. Além de Ribeirão, os municípios destacados pelo ministério são todos capitais: Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Manaus, Brasília, Florianópolis e Salvador.
A PrEP consiste na utilização do antirretroviral (truvada) antes da exposição ao vírus, em pessoas não infectadas pelo HIV e que mantêm relações de risco com maior frequência. A incorporação do medicamento foi recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), após consulta pública. O Brasil é o primeiro País da América Latina a utilizar essa estratégia de prevenção como política de saúde pública.
O investimento inicial do Ministério da Saúde será de US$ 1,9 milhão na aquisição de 2,5 milhões de comprimidos, o que deve atender a demanda pelo período de um ano. No Brasil, a estimativa é que a PrEP seja utilizada por uma população de 7 mil pessoas que fazem parte das populações-chave, no primeiro ano de implantação.
Os pacientes que terão o medicamento recomendado passarão por uma avaliação da vulnerabilidade, de acordo com comportamento sexual e outros contextos de vida. Essa análise deverá ser feita pelos profissionais de saúde, como o número de parceiros sexuais, os outros métodos de prevenção utilizados, o compromisso com a adesão ao medicamento, entre outros.
A PrEP é de uso contínuo, ou seja, o usuário precisa tomar o comprimido diariamente para ficar protegido do HIV, e é contra-indicada para pessoas já infectadas pelo vírus, pois pode causar resistência ao tratamento em andamento.
Foto: Elza Fiúza / Agência Brasil