Secretário de Saúde é ouvido na Câmara sobre surto de dengue em Ribeirão Preto

Secretário de Saúde é ouvido na Câmara sobre surto de dengue em Ribeirão Preto

"Do ponto de vista protocolar, tudo foi feito", declarou secretário de saúde sobre morte de garoto por dengue

A Câmara dos Vereadores de Ribeirão Preto ouviu nesta quinta-feira, 13, o secretário municipal de Saúde, Sandro Scarpelini, para tratar sobre o surto de dengue na cidade e as licitações das Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

O convite foi feito pela Comissão Permanente de Seguridade Social, Saúde, Previdência e Assistência Social. Inicialmente, o secretário atentou para os altos índices de dengue no município e lembrou que o surto já era previsto desde o final de 2019.

Segundo dados apresentados pela Secretaria da Saúde, até o momento, em 2020, foram confirmados 1650 casos. "Os números estão subindo no mesmo patamar de 2011", comentou Scarpelini. Naquele ano, foram 24 mil casos confirmados e 12 óbitos.

Segundo o secretário, dentro da classificação do nível de transmissão epidemiológica para a dengue, que vai de 0 a 3, Ribeirão Preto está, atualmente, no nível 2. A partir do nível 3, já é considerado uma epidêmia.

Questionado sobre a morte do menino Dênis Bryan de Souza Rodrigues, de 10 anos, o secretário da Saúde afirmou que todo o protocolo do Ministério da Saúde para o atendimento de casos de dengue foram seguidos.

"Analisando do ponto de vista técnico e protocolar, todas as coisas foram feitas. Estamos vendo agora queixas sobre falta de empatia", declarou o secretário. Ele explicou que, na maioria dos casos, os pacientes com sintomas de dengue são orientados a ficarem em repouso, em casa. Em 2019, dos 14 mil casos registrados, só 600 foram internados.

Scarpelini, que também é médico, disse que analisou os prontuários e que Dênis Bryan foi diagnosticado com dengue no segundo, dos quatro dos atendimentos que recebeu.

O secretário afirmou que aumentou o alerta, principalmente, entre os pediatras para casos suspeitos de dengue. Para o secretário, a semelhança do diagnóstico com outras doenças e, principalmente, viroses comuns, pode ter sido um dos principais motivos para o agravamento no quadro do garoto.

UPA Sumarezinho

O secretário também comentou sobre as novas obras na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste, a UPA do Sumarezinho. Ao todo, serão R$ 2,2 milhões. Segundo o edital, adequações técnicas precisam ser realizadas como a correção de problemas na parte elétrica e de acessibilidade. 

O secretário explicou que a obra contratada na administração anterior foi incompleta.  “Venho falando na imprensa isso desde 2017, início desta administração, portanto não é de agora. Todos os itens faltantes foram relacionados, foi desenvolvido um projeto de engenharia para essa adequação no primeiro semestre de 2020 para colocá-la em funcionamento no segundo semestre desse ano”, disse.

Ao Portal Revide, o secretário comentou que ficou sabendo dos problemas em fevereiro de 2017. Após notificar problemas no sistema de ar condicionado, fiação e acessibilidade, engenheiros e a empresa realizaram a vistoria e detectaram mais defeitos. Somente com fiação e gerador de energia, o Executivo espera gastar R$ 800 mil.

Para conseguir realizar os reparos, a Secretaria de Saúde buscou verba junto ao Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA) da Caixa Econômica Federal. O pedido foi aprovado em dezembro de 2018, pela Câmara dos Vereadores. No montante de R$ 70 milhões, já estavam previstos os repasses para a UPA do Sumarezinho.

Scarpelini explicou que, em 2019, não havia previsão de dotação orçamentária para o custeio da estrutura do hospital, por isso, o reparo não foi realizado naquela ocasião. "Se fizesse a reforma logo depois do Finisa, eu acabaria fazendo uma reforma que ficaria um ano e meio parado e iria acabar deteriorando. Então nós deixamos para sincronizar com a dotação orçamentária desse ano", disse o secretário.

Carros parados

O secretário também respondeu sobre os cinco veículos novos que deveriam ajudar a Vigilância Epidemiológica, mas que estão parados há 10 meses.

"A demora foi na licitação do seguro, deu problema na licitação. Os veículos estarão disponíveis nesta semana", garantiu o secretário.

Os veículos Renault Logan foram comprados por R$ 56 mil cada. Ao todo, foram desembolsados R$ 282 mil de acordo com  edital do pregão. O edital para a compra foi publicado no final de 2018 e as notas fiscais datam do dia 29 de março de 2019.  

O setor de Vigilância em Saúde, no qual os carros estão lotados, engloba as seguintes divisões: Controle de Zoonoses, Planejamento em Saúde, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e Vigilância Ambiental em Saúde.

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Foto: Paulo Apolinário

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