USP Ribeirão terá o primeiro centro de pesquisas em canabidiol do Brasil
Composto extraído da maconha auxilia o tratamento de pacientes com epilepsia, Parkinson, esquizofrenia e outras doenças
A Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, receberá o primeiro Centro de Pesquisas em Canabinoides do Brasil. O centro irá funcionar em uma ampliação do prédio da Saúde mental na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), com previsão de inauguração ainda em 2017.
O projeto, inédito no Brasil, é resultado de parceria entre a USP e a indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi. Os primeiros testes serão em mais de 120 crianças e adolescentes com epilepsia refratária.
Atualmente, a comunidade científica vem creditando ao canabidiol grandes possibilidades terapêuticas, com muitas pesquisas já em fases pré-clínicas. Epilepsia resistente a tratamentos, esquizofrenia e doença de Parkinson estão entre as doenças que “possuem ensaios clínicos em pacientes, porém ainda precisam de estudos com maior número de pacientes para que o canabidiol possa ser registrado como medicamento pelas agências reguladoras”, conta o professor Antonio Waldo Zuardi, do departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP.
Com a criação desse Centro, os especialistas da USP esperam aumentar os estudos colaborativos e levar rapidamente resultados desses conhecimentos para a sociedade, com “redução de sofrimento e melhora da qualidade de vida de pacientes e suas famílias”.
Pioneirismo nacional
O grupo da FMRP, que integra o Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia Translacional em Medicina (INCT-TM) do CNPq, coordenado pelos professores Jaime Hallak, também da FMRP e Flavio Kapzinski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com estudos sobre o CBD, vem colocando o Brasil na vanguarda das pesquisas sobre o potencial terapêutico desse e outros derivados da maconha.
Os recentes achados da equipe de Ribeirão Preto, e de outros pesquisadores ao redor do mundo, mostram benefícios do canabidiol no tratamento de epilepsia infantil, nos casos que não respondem aos medicamentos tradicionais. As informações colaboraram para que a substância, até então proibida pela Anvisa, seja colocada na lista de medicamentos de uso controlado
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