A cortiça e a cápsula de alumínio-1

A cortiça e a cápsula de alumínio-1

Em 14 de agosto de 2009, abordamos pela primeira vez em nossa coluna semanal um tema considerado o início do controvertido debate sobre a utilização da cortiça e da cápsula de alumínio para o fechamento das garrafas de vinhos. Algumas poucas garrafas da bebida colocadas à nossa disposição para consumo utilizavam a cápsula de alumínio com um evidente predomínio daqueles provenientes da Nova Zelândia, seguidos de perto pela Austrália. O grau de desconfiança dos apreciadores daquela época era altíssimo e, igualmente, a sua rejeição.

Decorridos quase que cinco anos daquela data, hoje encontramos as então rejeitadas cápsulas presentes em escala crescente nos vinhos produzidos em todos os países do Velho Mundo, incluindo Portugal, Espanha, França e Itália — país onde nasceu e prospera a todo vapor a indústria dessas cápsulas —, com um marcante predomínio daqueles produzidos no Novo Mundo. O índice de rejeição e de desconfiança sobre as cápsulas caiu vertiginosamente ao longo desses anos, sendo que alguns consumidores mostram uma nítida preferência pelos vinhos que a utilizam.

A escolha da técnica mais adequada para o fechamento das garrafas de vinhos geralmente está de acordo com o estilo do vinho produzido por cada produtor e o impacto que o mesmo venha a produzir no consumidor final. As duas tecnologias empregadas têm seus pontos positivos e negativos, o que, cada vez mais, tem sido motivo de debates entre os produtores de vinhos e consumidores. Atualmente, engrossam as fileiras das indústrias que produzem e comercializam as cápsulas e as rolhas de cortiças, lembrando que vinhos, antigamente, eram considerados próximos de produtos artesanais, mas, atualmente, são commodities.

Quais são os argumentos predominantes utilizados por cada uma das duas facções envolvidas? Estariam elas realmente preocupadas com o impacto causado ao meio ambiente, como vêm sendo fortemente veiculado por ambas as partes, ou seria somente um golpe de marketing quando ouvimos os seus argumentos? Nós, consumidores e apreciadores, como deveríamos nos posicionar?

Este tema é atualíssimo e merece uma nova abordagem, tendo em vista novos fatos e argumentos apresentados. Estamos diante de um interessante e polêmico caminho, que seguiremos nas próximas semanas, e vocês estão convidados a compartilhar conosco. Até lá! Um bom final de semana para todos nós.

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