Malbec

Malbec

MalbecEla se tornou sinônimo de vinho argentino e, ao mesmo tempo, a grande responsável pelo sucesso da maioria das vinícolas daquele país, que acreditaram em seu potencial e na capacidade de se adaptar ao solo e clima em que é cultivada. Ela é a nossa conhecidíssima Malbec, a uva tinta que veio da região de Cahors, no sudoeste da França, onde é conhecida como Auxerrois ou uva preta de Cahors. Inicialmente, foi introduzida na região de Mendoza, em meados do século XIX. Na França, ela ainda está presente na região de Bordeaux, conhecida com o nome de Côt, onde sua contribuição é importante para fornecer cor, estrutura e corpo aos vinhos dessa famosa região ao lado da Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e, em menor escala, a Petit Verdot.

Os vinhos da região de Cahors são produzidos em quase sua totalidade com a Malbec (Cahors) e são ricos em aromas e sabores que nos lembram amoras maduras. Um agradável diferencial é o do predomínio muito agradável de violetas presentes em seu bouquet, aliás, uma de suas características marcantes. Mas, o prestígio dessa uva, cada dia mais crescente ao redor do mundo, vem mesmo é da Argentina, onde mesmo nas condições adversas de solos e climas, dificilmente vinhos ruins são produzidos.

Quando cultivada em condições ideais para o seu pleno desenvolvimento, a Malbec é capaz de nos dar vinhos extraordinários. Os tintos argentinos elaborados com a Malbec têm uma cor vermelha intensa, quase roxa, com tons violáceos igualmente intensos visíveis na borda das taças, e a presença marcante de ameixas pretas, violetas e amoras maduras. Seus taninos são aveludados quando atingem a sua plena maturidade, geralmente cinco anos após o engarrafamento.

Infelizmente, alguns vinhos Malbec com um teor alcoólico acima de 15 graus têm a sua finesse e elegância parcialmente aniquiladas, o que dificulta a sua harmonização com pratos que seriam os seus parceiros ideais como, por exemplo, uma costeleta de cordeiro perfeitamente grelhada e aromatizada com uma manteiga de ervas aromáticas, onde predomina o aroma e sabor do alecrim fresco e recém colhido. Apesar de todas as manipulações a que muitas variedades de uvas são submetidas, no sentido de se obter uma maturação precoce e rápida de seus vinhos, a Malbec ainda resiste e não perdeu, e espero que nunca perca, a sua elegante, ainda que paradoxal, rusticidade. Ainda bem. Um bom final de semana para todos nós.

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