Chega de dizer “chega”

Chega de dizer “chega”

Sabe, quando a Dilma ganhou apertado em 2014 pensei que seria um mandato delicado, mas que poderia ser um momento importante de maior demonstração de cidadania e de maior interesse da população na política, enfim, um momento em que as pessoas iriam começar ser cidadãos mesmo. 

Acho o panelaço importante, mas é pouco e demonstra uma postura exatamente contrária ao que queremos.

Afinal: não queremos um governo que esteja mais afinado com as nossas necessidades? Não queremos um governo mais sensível, honesto e competente?

E vamos exigir isso exatamente como? Batendo panelas? Dizendo que política é coisa de ladrão? Ensinando nossos filhos a odiar a cor vermelha e o comunismo? Enfim, como vamos nos tornar Cidadãos Brasileiros?

Bater panelas durante a fala de alguém quer dizer que não se quer mais ouvir, não há mais possibilidade de diálogo e quando isso acontece há algo de errado.

Sei bem que propaganda eleitoral é um saco, mas a única arma que temos é o diálogo, por mais que essa frase pareça idiota ... e para dialogar é preciso ouvir antes e falar - ou bater panelas – depois; por mais que a fala do outro seja vazia e sem sentido. Devemos ouvir, sempre e cada vez mais.

O PT já era! Lula e Dilma morreram! Mas e depois ? O que vem? Outro partido? Outros escândalos de corrupção? Outras figuras gordas de terno e gravata?

Fundamental, depois de bater as panelas, é pensarmos na relação que estabelecemos com a ÉTICA, na nossa casa, no nosso bairro e sobretudo com nossas crianças. Que a falta de ética seja repugnante, e não este ou aquele partido ou ideologia. 

Sem isso, nada muda.           

A natureza é sábia. Por mais que o homem deseje a vida eterna, vivemos apenas 80 e poucos anos. E assim, morre o velho e vem o novo. Se Deus fosse mau, haveria vida eterna e o mundo seria habitado por múmias antigas e poderosas. Essa múmias, esses pensamentos antigos, esses hábitos nefastos precisam morrer, e não estou dizendo do PT. Estou dizendo de múmias bem nossas. Múmias que, sorrateiras, nos habitam.

Não acho interessante que esse movimento natural de conscientização política se transforme em um retrocesso, que se configura como a demonização de partidos e pessoas ou retorno à ideias conservadoras... de dizer “Fora!”  ; “Basta!” ; “Chega!”

Chega nada... Precisamos conversar mais sobre política... ainda nem começamos a falar sobre política no Brasil...

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