Por quê fazemos ciência, afinal?

Por quê fazemos ciência, afinal?

Há um tempo o homem vivia em torno de 30 anos. Acreditava-se que a terra era plana, e no final dela havia monstros que guardavam um abismo infinito. O sol girava em torno da terra e esta era centro de todo o universo. Deus tinha criado tudo, tendo como centro o nosso “planetinha” azul; e o homem era o máximo da perfeição que a natureza poderia conceber.

Atualmente é difícil encontrar pessoas que ainda acreditam em todas essas versões de explicação do mundo e a expectativa de vida do homem moderno aumentou muito de lá pra cá. Isso só foi possível, sem dúvida, graças a uma característica natural e sensacional do ser humano de se questionar sobre as mais variadas coisas que o cercam, e de bolar maneiras fantásticas de descobrir a verdade por trás de uma possível ilusão que nossos sentidos nos submetem.

Mudando o mundo

Realmente parece que a terra é plana e que o sol gira em torno dela. Isso é o que nossos sentidos nos mostram. E realmente é muito difícil de viver mais de 30 anos se doenças e pestes assolam populações inteiras. No entanto, algumas pessoas resolveram entender mais a fundo os processos biológicos, físicos e químicos. O que aconteceu? O homem vive em torno de 65 anos. Sabe-se hoje que a terra é redonda, e é mais um dos bilhares de planetas no universo; e que sol é uma estrela pequenina entre bilhares de outras no universo. Questiona-se a perfeição do ser humano e a importância de Deus nos processos de criação e manutenção da vida.

 Animais de laboratório

A primeira vez que entrei no laboratório, e vi algumas cirurgias, me senti confuso. Uma sensação mista de pena, nojo, admiração e indignação. O fato é que logo percebi que tudo que se faz em um ratinho de laboratório esta longe de ser crueldade. Vamos por um momento imaginar o mundo sem vacinas, remédios e cosméticos… Fechem os olhos! Imaginaram?

Não sei o que viram, mas eu vi doenças assolando populações inteiras, dentes doendo, muita gente cheirando mal, pessoas chorando a perda de um filho novo e uma expectativa de vida de mais ou menos 30 anos. Alem do mais, você pode também esquecer aquela cirurgia complicada que vai lhe salvar a vida. E só pra terminar, aquele seu amigo que está numa cadeira de rodas e que pode voltar a andar logo, pode esquecer de ter uma vida nova. Podemos afirmar que se hoje estamos assim, saudáveis, bonitos e vivendo até quase 100 anos, devemos isso a cientistas e aos animais de laboratório.

Discute-se atualmente a proibição do uso de animais em experimentos, como pressuposto de que já existem outros métodos para testar hipóteses científicas e novas drogas. Isso é verdade para algumas áreas, mas é mentira para outras. Por exemplo, o Instituto Carlos Chagas que produz vacinas necessita de animais de laboratório para testar as vacinas novas e velhas, para que quando você tomar esta vacina, não morra ou tenha uma reação inesperada. Simplesmente ainda não dá para colocarmos a vacina num computador e ele dar um sinal positivo: “Vacina Aprovada”. Quem sabe um dia.

Sinceramente, eu e qualquer outro cientista preferimos testar tudo num computador em vez de ter que manipular animais em laboratório; não somos cruéis e não matamos ratos inocentes, o que fazemos está longe de ser apenas um ato cruel e sim uma forma honesta de trabalhar por um mundo melhor.

Há pessoas que simplesmente militam contra o uso de animais em laboratório, por alegarem que são criações divinas e vivas como nós, e que eles sentem dor e que são maltratados em laboratórios. Eu digo com certeza que esses animais são muito melhor tratados do que boa parte da população brasileira, e desafio também os militantes a permanecerem uma semana sem algum item que, direta ou indiretamente, se beneficiou de um experimento de laboratório com animais. E não vale também vacinar seu filho, ok?

Proibindo a utilização de animais em experimentos, estaremos dando passos largos para traz na historia.

Na prática

Roupas, sapatos, cosméticos, batons, cremes e perfumes, telefones celular, internet, computadores, carros, casas, prédios, aviões, naves espaciais e, além disso, vivemos mais por causa de vacinas, remédios e hábitos alimentares equilibrados. Tudo isso é fruto direto ou indireto da pesquisa científica.

Da para imaginar a vida sem isso tudo?

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