2014 começa com o pé esquerdo para as exportações do Agro Brasileiro

2014 começa com o pé esquerdo para as exportações do Agro Brasileiro

Por Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

Este 2014 começou frio, além de seco. As exportações do agro (US$ 5,87 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 6,58 bi), tiveram queda de 10,8%. Apesar de um menor valor exportado em relação ao mesmo período do ano passado, em 2014 as exportações foram responsáveis por um saldo positivo na balança do agro de US$ 5,41 bi porém, um valor 14,0% inferior a janeiro de 2013. Se continuarmos nesse ritmo, fecharíamos 2014 com um montante de apenas US$ 70 bi, porém cabe ter a esperança que janeiro de 2013 tivemos uma exportação de US$ 6,58 bi e fechamos 2013 com a incrível cifra de US$ 99,9 bilhões.

Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram um aumento de 8,2% nas exportações (US$ 9,39 bi em 2013, para US$ 10,16 bi em 2013), isso levou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras diminuir (36,6% em relação as exportações totais do Brasil).

Neste janeiro, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2013 foram respectivamente: farelo de soja (aumentou US$ 162,2 milhões em relação a janeiro de 2013), celulose (US$ 149,1 mi), carne bovina in natura (US$ 49,6 mi), óleo de soja em bruto (US$ 33,5 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 26,0 mi), bovinos vivos (US$ 23,1 mi), leite em pó (US$ 73,7 mi), soja em grãos (US$ 17,6 mi), couros/peles de bovinos preparados (US$ 17,0 mi) e pimenta piper seca, triturada ou em pó (11,0 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 510,7 milhões nas exportações do agro de janeiro. A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: outros couros/peles bovinos curtidos (21,4%), pimenta piper seca, triturada ou em pó (19,5%), couros/peles de bovinos preparados (3,5%), farelo de soja (1,7%), celulose (-2,9%), carne bovina in natura (-4,6%), bovinos vivos (-6,4%), óleo de soja em bruto (-20,3%), soja em grãos (-20,0%) e leite em pó (-41,4%).

Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: milho (queda de US$ 373,9 milhões), açúcar refinado (US$ 141,7 mi), café verde (US$ 129,4 mi), trigo (US$ 126,5 mi), açúcar de cana em bruto (US$ 109,8 mi), álcool etílico (US$ 107,5 mi), algodão não penteado nem cardado (US$ 88,4 mi), suco de laranja (US$ 47,0 mi), carne de frango in natura (US$ 30,4) e carne de suína in natura (US$ 14,5 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 1,17 bilhão.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: Países Baixos (US$ 147,8 milhões a mais que em janeiro de 2013), China (US$ 76,9 mi), Vietnã (US$ 64,2 mi), Argélia (US$ 53,8 mi), Malásia (US$ 49,9 mi), Hong Kong (US$ 44,4 mi), Iêmen (US$ 38,4 mi), Irã (US$ 36,3 mi), Índia (US$ 34,1 mi) e Emirados Árabes (US$ 32,2 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 577,9 milhões.

O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para Japão (US$ 220,7 milhões a menos que em janeiro de 2013), Coréia do Sul (US$ 200,8 mi), Estados Unidos (US$ 167,0 mi), Arábia Saudita (US$ 75,5 mi), Israel (US$ 74,5 mi), Espanha (US$ 73,6 mi), Reino Unido (US$ 49,5 mi), Rússia (US$ 48,6 mi), Lituânia (US$ 33,7 mi) e Marrocos (US$ 29,9 mi). Juntos, estes países foram responsáveis pela diminuição de US$ 973,9 milhões nas exportações brasileiras em relação a janeiro de 2013.

2014 começa com o pé esquerdo em relação a 2013. Tivemos uma esfriada em relação ao mesmo período do ano passado. Porém nota-se uma diversificação nos mercados de destino das exportações, assim como no ano anterior, onde os países da Ásia e Oriente Médio vem ganhando maiores participações na pauta brasileira, mas também importantes mercados tradicionais voltaram a ganhar força para as exportações ao agro do Brasil. O país perdeu importantes mercados, principalmente Estados Unidos e Rússia, entre outros. Neste mês a Ásia foi o grande destaque, com os países que mais aumentaram as importações do Brasil e também os que mais deixaram de importar. Tivemos a queda nas exportações milho, que foi um grande precursor das exportações de 2013.

Apesar do deslize de janeiro, temos um cenário otimista, onde o Brasil sustenta a cada dia sua posição como grande vendedor mundial de alimentos e tem garantido um saldo positivo para a balança comercial do agronegócio brasileiro e garantindo também um saldo positivo para a balança comercial do país. Agora é esperar o desempenho nos próximos meses, confiando na máxima que... o dólar encontra-se em um bom patamar de preços para a exportação, maiores que 2013 e que o ano só começa após o carnaval. Estamos confiantes nos US$ 105 bi para 2014.

Compartilhar: