Caem quase 6% as exportações do agro em outubro

Caem quase 6% as exportações do agro em outubro

Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

Pelo terceiro mês consecutivo, em outubro, o desempenho das exportações do agronegócio sofreu queda. As exportações (US$ 8,95 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 8,42 bi), diminuíram 5,7%. O saldo na balança do agro de outubro foi de US$ 6,51 bi, uma queda de 4,3% em relação a outubro de 2013.

O valor exportado acumulado no ano (US$ 83,9 bilhões) teve queda de 3,0% quando comparado com o mesmo período de 2013 (US$ 86,4 bilhões). O saldo acumulado no ano foi de US$ 69,7 bilhões (3,3% menor que o mesmo período em 2013). Se continuarmos nesse ritmo, fecharemos 2014 com um montante de US$ 101 bi, atingindo a meta dos 100 bi, porém cabe ressaltar que o acumulado de janeiro-outubro de 2013 tivemos uma exportação de US$ 86,4 bi e fechamos 2013 com a cifra de US$ 99,9 bilhões.

Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma grande queda de 27,9% nas exportações (US$ 14,4 bi em 2013, para US$ 10,4 bi em 2014), o que levou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a alcançar um patamar de 43,3% do total das exportações brasileiras.

O saldo da balança comercial brasileira acumulado no ano teve pequena recuperação em relação a outubro de 2013, saindo de um déficit de quase US$ 2 bilhões para um déficit de US$ 1,87 bilhão. Se não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira teria um déficit de US$ 72 bilhões acumulados no ano, ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na economia brasileira.

Neste outubro, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2013 foram respectivamente: café verde (aumentou US$ 219,1 milhões em relação a outubro de 2013), algodão não cardado nem penteado (US$ 80,7 mi), suco de laranja (US$ 74,9 mi), carne de frango in natura (US$ 59,1 mi), carne suína in natura (US$ 52,0mi), celulose (US$ 29,8 mi), carne bovina in natura (US$ 26,5 mi), leite em pó (US$ 23,0 mi), pimenta piper seca, triturada ou em pó (US$ 19,3 mi) e madeira perfilada (US$ 14,4 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 599 milhões nas exportações do agro de outubro.

A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: carne suína in natura (43,5%), pimenta piper seca, triturada ou em pó (43,3%), café verde (42,9%), carne bovina in natura (9,7%), madeira perfilada (7,7%), carne de frango in natura (6,8%), leite em pó (-2,3%), algodão não cardado nem penteado (-6,6%), celulose (-11,1%) e suco de laranja (-18,9%).

Os 10 principais produtos que comparativamente a outubro de 2013 diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: soja em grãos (queda de US$ 455,9 milhões), milho (US$ 244,0 mi), álcool etílico (US$ 143,0 mi), óleo de soja em bruto (US$ 80,1 mi), fumo não manufaturado (US$ 60,5 mi), farelo de soja (US$ 45,8 mi), açúcar de cana em bruto (US$ 31,9 mi), bovinos vivos (US$ 30,5), uvas frescas (US$ 20,8 mi) e papel (US$ 15,8 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 1,13 bilhão.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: Rússia (US$ 191,5 milhões a mais que em outubro de 2013), Bélgica (US$ 86,1 mi), Vietnã (US$ 83,0 mi), Nigéria (US$ 76,1 mi), Alemanha (US$ 51,7 mi), Venezuela (US$ 50,3 mi), Japão (US$ 46,8 mi), Índia (US$ 43,8 mi), Eslovênia (US$ 38,1 mi) e Hong Kong (US$ 33,4 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 700,9 milhões.

O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para China (US$ 640,3 milhões a menos que em outubro de 2013), Estados Unidos (US$ 103,4 mi) e Coréia do Sul (US$ 91,9 mi).

As importações do agronegócio comparando-se outubro de 2013 com outubro de 2014 caíram 11,3%, mantendo à tendência de queda observada ao longo de 2013. Importou-se nesse outubro US$ 1,44 bilhão. Dentre os produtos que mais aumentaram nas importações brasileiras estão: carne bovina in natura (US$ 18,9 milhões), arroz (US$ 15,1 mi), farinha de trigo (US$ 5,4 mi), preparações para alimentação infantil (US$ 5,1 mi) e outros filés de peixe congelados (US$ 4,6 mi).

Estamos esperançosos aguardando aumento dos volumes exportados, bem como na recuperação da China nas importações brasileiras e um melhor desempenho já que tivemos um dólar a um patamar de R$ 2,55. Talvez com o efeito da Rússia e do café nos ajude a alcançar os US$ 100 bi em 2014.

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