Em abril agronegócio atinge metade das exportações brasileiras

Em abril agronegócio atinge metade das exportações brasileiras

 

por Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

Após um melhora no desempenho das exportações do agro de março comparado com 2013, em abril as exportações voltam a se estabilizar, como no mês de fevereiro, . As exportações (US$ 9,62 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 9,65 bi), diminuíram 0,3%. O saldo na balança do agro de abril foi de US$ 8,17 bi, uma diminuição de 0,5% em relação a abril de 2013.

O valor exportado acumulado no ano (US$ 29,9 bilhões) por sua vez teve queda de 1,2% quando comparado com o mesmo período de 2013 (US$ 30,2 bilhões), porém um resultado melhor que o do mês de março. O saldo positivo acumulado no ano foi de US$ 24,1 bilhões (1,5% menor que o mesmo período em 2013).

Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma queda de 8,0% nas exportações (US$ 11,0 bi em 2013, para US$ 10,1 bi em 2014), isso ajudou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a ganhar força (em 2013 a participação era de 46,8%), chegando ao incrível patamar de 48,8% em relação as exportações totais do Brasil, ou seja, o agro foi responsável por quase metade de tudo que o Brasil exportou.

O saldo da balança comercial brasileira ficou muito baixo, com um superávit de apenas US$ 506 milhões no mês de abril (uma melhora em relação a março, graças a diminuição das importações de gasolina), porém no acumulado do ano teve um grave déficit de US$ 5,6 bilhões. Se não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira teria um déficit de US$ 29,7 bilhões acumulados no ano, ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na economia brasileira.

Neste abril, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2013 foram respectivamente: soja em grãos (aumentou US$ 337,4 milhões em relação a abril de 2013), farelo de soja (US$ 105,3 mi), café verde (US$ 68,0 mi), leite em pó (US$ 31,9 mi), celulose (US$ 27,9 mi), álcool etílico (US$ 24,1 mi), carne suína in natura (US$ 21,3 mi), outros couros/peles bovinos preparados (US$ 20,2 mi), arroz (US$ 18,5 mi) e outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 17,9 mi).

A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: outros couros/peles bovinos curtidos (21,1%), farelo de soja (10,9%), couros/peles bovinos preparados (10,4%), arroz (5,4%), carne suína in natura (-0,4%), álcool etílico (-0,6%), café verde (-0,7%), soja em grãos (-5,6%), celulose (-7,3%) e leite em pó (-34,3%).

Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: açúcar de cana em bruto (queda de US$ 259,6 milhões), carne de frango in natura (US$ 87,0 mi), suco de laranja (US$ 79,8 mi), fumo não manufaturado (US$ 66,2 mi), milho (US$ 49,9 mi), trigo (US$ 39,6 mi), açúcar refinado (US$ 31,9), algodão não cardado nem penteado (US$ 22,1 mi), óleo de soja em bruto (US$ 15,5 mi) e carne bovina in natura (US$ 13,9 mi).

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: Venezuela (US$ 108,0 milhões a mais que em abril de 2013), Alemanha (US$ 105,1 mi), Estados Unidos (US$ 94,3 mi), Itália (US$ 91,7 mi), Indonésia (US$ 78,8 mi), Países Baixos (US$ 65,8 mi), Portugal (US$ 56,1 mi), Turquia (US$ 53,6 mi), Vietnã (US$ 48,1 mi) e Irã (US$ 38,6 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 739,0 milhões.

Neste primeiro quarto de 2014, o desempenho das exportações do agro está começando mostrar poucos sinais de crescimento em relação a 2013. Neste abril, viu-se a retomada de crescimento das importações de alguns dos principais países importadores do agro brasileiro e a grande diminuição das importações chinesas. Nota-se, assim como no ano passado todo, uma diversificação principalmente nos mercados de destino das exportações, onde países emergentes, do BRIC’s e principalmente países da Ásia e Oriente Médio, que apresentam crescimentos em suas economias, estão se tornando cada vez mais importantes para o desempenho das exportações do agro.

Mantemos um cenário otimista, mesmo com as perdas advindas da seca que impactou as regiões produtoras neste verão. Talvez a meta de US$ 100 bilhões não seja alcançada neste ano, porém continuamos garantindo um saldo positivo para a balança comercial do agronegócio brasileiro e lutando para garantir também um saldo positivo para a balança comercial do país. Tivemos um recorde no volume exportado de soja, e as exportações de café também aumentaram, porém foram ofuscadas pela diminuição das exportações de milho, suco de laranja e algodão.

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