Exportações do Agro Caem 13% em Setembro

Exportações do Agro Caem 13% em Setembro

Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

As exportações do agro em setembro (US$ 7,24 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2014 (US$ 8,30 bi), diminuíram 12,7%. As importações do agro diminuíram 33,1% (importou-se US$ 0,96 bilhão). Com isto, o saldo do mês foi de US$ 6,29 bi (8,5% menor).

O valor exportado no ano (US$ 66,9 bilhões) apresentou queda de 11,8% quando comparado com o mesmo período de 2014 (US$ 75,9 bilhões). O saldo foi robusto neste período (US$ 56,8 bi), porém, com queda de 10,1%. Os demais produtos brasileiros também tiveram queda de 21,3% nas exportações (US$ 11,3 bi em 2014, para US$ 8,9 bi em 2015), mesmo com o câmbio bem mais favorável, o que levou a participação do agronegócio a 46,3% em relação ao total exportado.

O saldo da balança comercial em setembro foi de US$ 2,9 bi e de US$ 10,2 bilhões no acumulado do ano conquistado graças à queda drástica nas importações do país, reflexo da difícil situação que enfrentamos.

Neste setembro, os campeões no aumento das exportações em relação a 2014 foram respectivamente: milho (aumentou US$ 85,3 milhões em relação a setembro 2014), soja em grãos (US$ 83,5 mi), óleo de soja em bruto (US$ 45,7 mi), leite em pó (US$ 23,5 mi) e manteiga, entre outros. Já os que diminuíram foram: açúcar (queda de US$ 286,8 milhões), fumo não manufaturado (US$ 168,3 mi), farelo de soja (US$ 159,1 mi), carne de frango in natura (US$ 116,8 mi), algodão não cardado nem penteado (US$ 102,3 mi) e café verde (US$ 98,0 mi), entre outros.

Observa-se que quem cresceu, foi basicamente devido à volumes, uma vez que somente 4 produtos tiveram variações positivas nos preços. No caso dos que diminuíram o valor além de preços, quase todos tiveram quedas de volumes, o que não deixa de ser intrigante devido à nova situação cambial.

Mercados que cresceram as importações foram: China (US$ 324,1 milhões a mais que em setembro de 2014), Venezuela (US$ 92,2 mi), Iraque (US$ 32,3 mi), Argélia (US$ 30,9 mi) entre outros. E perdemos vendas na Rússia (US$ 239,7 milhões a menos que em setembro de 2014), Tailândia (US$ 178,1 mi), Japão (US$ 145,6 mi), Alemanha (US$ 132,5 mi), Bélgica (US$ 115,3 mi), Hong Kong (US$ 115,2 mi), entre outros.

Neste setembro, o agro ainda se beneficiou as retomadas nas exportações de milho e soja, e também no crescimento das importações da China, que vinha diminuindo suas importações. Por outro lado, tivemos a perda de importantes produtos como açúcares e carnes, e também de mercados como Rússia, Estados Unidos e Bélgica.

Ainda em breve teremos os efeitos do recente acordo internacional fechado em outubro, o acordo da Parceria Transpacífico (TPP), o que provavelmente trará impactos nas exportações brasileiras, uma vez que a parceria deve provocar um forte desvio do comercio do Brasil para a Ásia, favorecendo as exportações do EUA, Canadá e Austrália e de países andinos. O Brasil, mais uma vez, ficou de fora, amarrado aos parceiros de menor interesse econômico e maior interesse ideológico.

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