As exportações do agro se recuperam em junho

As exportações do agro se recuperam em junho


Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

Este junho o desempenho as exportações o agro se recuperaram do pequeno escorregão de maio em relação ao ano passado e mostram melhor desempenho. As exportações do agro (US$ 9,18 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2012 (US$ 8,04 bi), aumentaram 13,7%. O valor exportado acumulado no ano (US$ 49,6 bilhões), por sua vez, aumentou (10,7%) quando comparado com o mesmo período de 2012 (US$ 44,8 bilhões), contribuindo para um saldo positivo acumulado no ano de US$ 41,3 bilhões (12,2% maior que o mesmo período em 2012). Se continuarmos nesse ritmo, fecharíamos 2013 com um montante de US$ 99,1 bi, porém cabe ter a esperança que o acumulado de janeiro-junho de 2012 tivemos uma exportação de US$ 44,8 bi e fechamos 2012 com a incrível cifra de US$ 95,8 bilhões.

Os demais produtos brasileiros fora do agro diferentemente dos outros meses tem que tiveram queda, em junho apresentaram aumento de 6,8% nas exportações (US$ 11,3 bi em 2012, para US$ 12,1 bi em 2013), somando-se a esse crescimento, as importações aumentaram pouco, apenas 0,4%, diminuindo assim o saldo negativo dos produtos fora do agro. Mesmo com a recuperação dos demais produtos exportados, o agro aumentou sua participação nas exportações brasileiras se comparado com o mesmo período do ano anterior, mantendo uma incrível participação de 43,2% nas exportações do Brasil. Apesar de um junho bom para a balança, no acumulado do ano, a balança comercial brasileira fechou o semestre negativa em 3 bi, e se não fosse o agro brasileiro, esse déficit seria de 44 bi, ou seja, o Brasil que vai bem, é o Brasil do agro.

Neste junho, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2012 foram respectivamente: soja em grãos (aumentou US$ 843,9 milhões em relação a junho de 2012), açúcar de cana em bruto (US$ 87,2 mi), carne de frango in natura (US$ 84,5 mi), farelo de soja (US$ 83,4 mi), álcool etílico (US$ 81,8 mi) fumo não manufaturado (US$ 70,7 mi), carne bovina in natura (US$ 40,8 mi), milho (US$ 38,8 mi), celulose (US$ 18,5 mi) e outros couros/ peles bovinos, curtidos (US$ 9,7 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 1,36 bilhão nas exportações do agro de junho. A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: carne de frango in natura (15,9%), farelo de soja (12,7%), outros couros/peles bovinos, curtidos (10,1%), fumo não manufaturado (7,2%), milho (5,5%), celulose (0,2%), soja em grãos (1,2%), carne bovina in natura (-5,4%), álcool etílico (-13,3%) e açúcar de cana em bruto (-18,6%). Entre os 10 principais produtos que mais aumentaram as exportações em junho, seis apresentaram aumentos nos preços, enquanto outros quatro tiveram quedas no período. O desempenho das exportações podem ter sido fruto principalmente do aumento dos volumes exportados e da diversificação de produtos e mercados nas exportações, compensando a queda nos preços dos principais produtos.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: China (US$ 713,9 milhões a mais que em junho de 2012), Estados Unidos (US$ 209,6 mi), Países Baixos (US$ 131,2 mi), Hong Kong (US$ 93,9 mi), Índia (US$ 67,9 mi), Bangladesh (US$ 55,4 mi), Indonésia (US$ 52,2 mi), Alemanha (US$ 49,4 mi), Coréia do Sul (US$ 46,2 mi) e Emirados Árabes (US$ 43,7 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 1,46 bilhão nas exportações. O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para Espanha (US$ 98,8 milhões a menos que em junho de 2012), Bélgica (US$ 88,4 mi), Irã (US$ 68,1 mi), Tailândia (US$ 41,3 mi), Itália (US$ 40,7 mi), Marrocos (US$ 40,6 mi), Nigéria (US$ 29,7 mi), Romênia (US$ 25,2 mi), Ucrânia (US$ 24,9 mi) e Colômbia (US$ 23,7 mi). Juntos, estes países foram responsáveis pela diminuição de US$ 481,4 milhões nas exportações brasileiras em relação a junho de 2012.

O acumulado do ano 2013 mostrou melhor desempenho que o mesmo período em 2012, com exportações do agro crescentes em relação ao ano anterior. Nota-se, assim como no ano passado todo, uma diversificação nos mercados de destino das exportações, onde países antes importantes para as exportações do agro estão saindo de cena e dando espaço para países antes menos importantes, principalmente países emergentes, do BRIC’s, países da Ásia e Oriente Médio, da mesma forma que produtos antes poucos representativos começam a ganhar cada vez mais espaço. Enfim, o país está buscando e conseguindo uma pauta cada vez mais diversificada. Vemos com esse primeiro semestre um cenário otimista. 2013 está quente para as exportações brasileira do agro, apesar do escorregão de maio. Vamos esperar o desempenho nos próximos meses, confiando na máxima que...apesar do término da primeira safra, mais ainda temos muito produto armazenado, somando-se a isso, temos os produtos da safrinha que promete impulsionar ainda mais as exportações. O novo câmbio acima de R$ 2,20 contribuirá para um impulso.

 

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