O Show das Exportações em Agosto

O Show das Exportações em Agosto

Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

Em agosto o desempenho das exportações do agro continuou crescendo vigorosamente em relação ao mesmo período do ano passado. As exportações (US$ 10,2 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2012 (US$ 8,8 bi), aumentaram 15,4%. O valor exportado acumulado no ano (US$ 69,0 bilhões), por sua vez, aumentou (10,3%) quando comparado com o mesmo período de 2012 (US$ 62,6 bilhões), contribuindo para um saldo positivo acumulado no ano de US$ 57,7 bilhões (11,4% maior que o mesmo período em 2012). Se continuarmos nesse ritmo, fecharíamos 2013 com um montante de US$ 104 bi, porém cabe ter a esperança que no acumulado de janeiro-agosto de 2012 tivemos uma exportação de US$ 62,6 bi e fechamos 2012 com a incrível cifra de US$ 95,8 bilhões. Estamos acreditando agora que dá para chegar nos US$ 110 bilhões.

Os demais produtos brasileiros fora do agro continuaram mal ao longo do ano, apresentando queda em agosto de 17,0% nas exportações (US$ 13,6 bi em 2012, para US$ 11,3 bi em 2013), somando-se a essa queda, ao aumento das importações (5,9%), o resultado é o aumento do impacto negativo dos produtos fora do agro. Com o aumento do impacto negativo dos produtos fora, o agro aumentou sua participação nas exportações brasileiras se comparado com o mesmo período do ano anterior, mantendo uma incrível participação de 47,4% nas exportações do Brasil. Apesar de um agosto bom para o agro, no acumulado do ano, a balança comercial brasileira fechou o semestre negativa em 3,8 bi, e se não fosse o agro brasileiro, esse déficit seria de 61,5 bi, ou seja, o Brasil que vai bem, é o Brasil do agro.

Neste agosto, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2012 foram respectivamente: soja em grãos (aumentou US$ 1.469,5 milhões em relação a agosto de 2012), celulose (US$ 148,7 mi), álcool etílico (US$ 90,2 mi), açúcar de cana em bruto (US$ 55,1 mi), carne bovina in natura (US$ 51,2 mi), carne de frango in natura (US$ 46,5 mi), açúcar refinado (US$ 44,2 mi), suco de laranja (US$ 31,0 mi), outros couros/ peles bovinos, curtidos (US$ 15,0 mi) e demais carnes e miudezas (US$ 8,0 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 1,96 bilhão nas exportações do agro de agosto. A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: outros couros/peles bovinos, curtidos (17,5%), demais carnes e miudezas (7,4%), celulose (7,3%), carne de frango in natura (2,1%), carne bovina in natura (-7,0%), soja em grãos (-8,2%), álcool etílico (-9,4%), açúcar de cana em bruto (-19,0%), açúcar refinado (-23,5%) e sucos de laranja (-23,7%). O desempenho das exportações é fruto principalmente do aumento dos volumes exportados, da cotação do dólar que superou patamares de R$ 2,40 e também da diversificação de produtos e mercados nas exportações.

Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: algodão não cardado nem penteado (queda de US$ 155,4 milhões), óleo de soja em bruto (US$ 118,6 mi), café verde (US$ 107,1 mi), farelo de soja (US$ 72,0 mi), café solúvel (US$ 25,0 mi), fumo não manufaturado (US$ 21,6 mi), bovinos vivos (US$ 16,1 mi), milho (US$ 13,9 mi), trigo (US$ 11,2) e papel (US$ 9,7 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 550,6 milhões.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: China (US$ 973,6 milhões a mais que em agosto de 2012), Países Baixos (US$ 203,3 mi), Espanha (US$ 103,3 mi), Japão (US$ 97,4 mi), Nigéria (US$ 82,7 mi), Hong Kong (US$ 60,9 mi), Estados Unidos (US$ 59,8 mi), Vietnã (US$ 56,3 mi), Taiwan (US$ 36,4 mi) e Irlanda (US$ 30,8 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 1,70 bilhão nas exportações. O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para Irã (US$ 87,5 milhões a menos que em agosto de 2012), Arábia Saudita (US$ 79,3 mi), Egito (US$ 66,5 mi), França (US$ 45,6 mi), Indonésia (US$ 44,0 mi), Itália (US$ 37,8 mi), Argentina (US$ 33,5 mi), Malásia (US$ 24,3 mi), Reino Unido (US$ 24,1 mi) e Eslovénia (US$ 22,7 mi). Juntos, estes países foram responsáveis pela diminuição de US$ 465,4 milhões nas exportações brasileiras em relação a agosto de 2012.

O acumulado do ano 2013 mostrou melhor desempenho que o mesmo período em 2012, com exportações do agro crescentes em relação ao ano anterior. Nota-se, assim como no ano passado todo, uma diversificação nos mercados de destino das exportações, onde países antes importantes para as exportações do agro estão saindo de cena e dando espaço para países antes menos importantes, que agora são os que mostram crescimentos de valores importados do Brasil, principalmente países emergentes, do BRIC’s, países da Ásia e Oriente Médio, da mesma forma que produtos antes poucos representativos começam a ganhar cada vez mais espaço. Enfim, o país está buscando e conseguindo uma pauta cada vez mais diversificada.

Temos um início de segundo semestre promissor, onde o Brasil sustenta sua posição como grande vendedor mundial de alimentos e com um saldo positivo para a balança comercial do agronegócio brasileiro e buscando garantir um saldo positivo para balança comercial do Brasil. 2013 está quente para as exportações brasileira do agro. Vamos esperar o desempenho nos próximos meses, confiando na máxima que...temos armazéns cheios de grãos para comercializar, a moagem das usinas está a pleno vapor, somando-se a isso, temos o novo câmbio na ordem de R$ 2,30 que trará mais oxigênio nos próximos meses.

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