A arte de ensinar contando “causos”

A arte de ensinar contando “causos”

Contar histórias é uma aptidão inata do ser humano, desde que começamos a passar adiante nossas experiências em caçadas e a buscar explicações para o que nos acontecia. Seja no boca a boca ou pintando pessoas e animais em paredes de cavernas, criar narrativas faz parte de nossa natureza enquanto indivíduos. Com a evolução da comunicação e dos relacionamentos, tornou-se necessário aprimorar tal habilidade. Dentro do universo corporativo, essa prática tem o nome de storytelling. Os enredos, personagens e conflitos presentes em nossos cotidianos ganham força com uma narrativa apropriada e pensada com antecedência.

As nuances e a influência direta do ambiente corporativo sobre a vida das pessoas proporcionam conteúdo inesgotável de acontecimentos e vivências dignas de “causos”. “Dentro do público interno e por meio das próprias experiências na corporação, os líderes conseguem inspirar e fazer com que as pessoas não repitam erros, analisar o que deu certo ou mesmo ajudar os analistas a tornar tangíveis os projetos atuais”, afirma o professor da ESPM Fernando Palacios.

“Quando contamos uma história, conseguimos melhorar a assimilação e a memorização, engajando os participantes na história. E não conseguiremos o mesmo efeito apenas colocando uma lista de tarefas a fazer. A finalidade principal é envolver a equipe. Estamos em uma época em que o engajamento, a retenção e a motivação estão mais complexos”, afirma Alfredo Castro, autor do livro “Storytelling para Resultados: como usar histórias no ambiente empresarial”.

Por falar em storytelling, conheça a fábula do beija-flor e do elefante. Costumo contá-la aos meus alunos para mostrar a importância de sempre exercermos nossas atividades da melhor maneira possível, independentemente das dificuldades que a organização esteja enfrentando.

“Em certo dia, uma enorme coluna de fumaça foi avistada ao longe e, em pouco tempo, embaladas pelo vento, as chamas já eram visíveis pelas copas das árvores. Os animais, para salvar-se do incêndio, começaram a fugir. Eis que, naquele momento, uma cena muito estranha acontecia. Um beija-flor voava da cachoeira ao fogo, levando gotas d'água em seu pequeno bico, tentando amenizar o grande incêndio. O elefante, admirado com tamanha coragem, aproximou-se e perguntou: - Seu beija-flor, você está ficando louco? Não está vendo que não vai conseguir apagar esse incêndio com gotinhas d'água? Fuja enquanto é tempo! Se retardar a sua fuga, talvez não haja mais tempo de salvar a si próprio! E o beija-flor respondeu: - Sei que apagar este incêndio não é apenas problema meu, mas estou fazendo a minha parte! Caso cada um fizesse sua parte ao invés de fugir, acredito que, todos juntos, conseguiríamos apagar o incêndio”.

Fonte: Revista Administrador Profissional / nº 340
 

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