Cartéis: a praga do capitalismo

Cartéis: a praga do capitalismo

Adam Smith, um antigo e famoso economista, dizia que uma das grandes vantagens do capitalismo é a existência de uma “mão invisível” que controla o mercado, ou seja, a concorrência entre as empresas impede que os preços aumentem demasiadamente.

A teoria da “mão invisível” é verdadeira, desde que as empresas não formem uma das piores pragas do sistema capitalista: o cartel, que ocorre quando empresários de um determinado segmento de atividade se reúnem para definir um mesmo preço para seus produtos. Infelizmente, existem vários cartéis no Brasil. Dentre eles, um dos mais visíveis é o dos postos de combustíveis. Você já reparou que todos cobram, praticamente, os mesmos preços?

Outro cartel que assola nosso país é o dos bancos. Após o movimento de fusões e aquisições que ocorreu no mercado financeiro nas últimas décadas, o Brasil, atualmente, possui um oligopólio composto por Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander. Digo que são um oligopólio pois, esses cinco bancos respondem, juntos, por R$ 4 de cada R$ 5 movimentados no país. O R$ 1 restante é dividido entre cerca de 150 instituições, que normalmente atuam em área áreas específicas, como financiamento de carro ou empréstimo para médias empresas. Veja mais em https://www.uol/economia/especiais/concentracao-de-bancos.htm#concentracao-em-nivel-recorde 

Os bancos alegam que cobram juros altos devido à inadimplência e, consequentemente, aos riscos que correm. Porém, como podemos acreditar nisso se os lucros que obtém, com crise ou sem crise, vão se tornando maiores a cada ano? No caso do cartel dos bancos, a solução parece simples, pois, bastaria que os bancos controlados pelo governo federal, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, reduzissem suas taxas de juros. Obviamente, caso isso ocorresse, as instituições privadas também precisariam reduzir suas taxas. Se é algo relativamente simples, você deve estar se perguntando: por que tal estratégia não é adotada? Eu prefiro não responder, pois muitos diriam que acredito em “teorias da conspiração”, portanto, sugiro que ela seja feita ao atual presidente da República, pois é ele quem indica os gestores do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

O cartel é uma praga, pois não dá aos consumidores a oportunidade de encontrar preços mais baixos, o que seria totalmente viável, diante do fato de cada empresa possuir uma estrutura de gastos diferente das outras, permitindo que trabalhassem, caso quisessem, com preços diferentes. Apesar de tal atitude ser deplorável, os empresários que fazem cartel estão simplesmente “dançando conforme a música do capitalismo”, cujo principal “passo” é a maximização dos lucros. Diante dessa realidade, cabe às autoridades tomar algum tipo de providência, pois formação de cartel é crime.

Diante do momento extremamente turbulento pelo qual estamos passando, temos a obrigação de exigir dos governantes estratégias eficazes para fazer com que o Brasil saia da situação delicada que se encontra. Com certeza, estratégias concretas para se combater os cartéis, de forma efetiva e definitiva, seriam muito bem vindas. Acredito que o combate ao cartel dos postos poderia gerar reduções nos preços exorbitantes que pagamos pelo combustível, contribuindo para contornar a crise que se instalou nesse segmento de mercado.
 

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