Moscas não entram em boca fechada

Moscas não entram em boca fechada

É praticamente impossível não criar vínculos de amizade com os colegas de trabalho. Entre uma tarefa e outra, surge um assunto particular com os colegas. E os momentos de pausa, como a hora de almoço ou do café, também são permeados por conversas que, obviamente, não têm como tema as metas mensais.

De modo equilibrado, segundo o site UOL, essa interação é bem vista e ajuda na produtividade. Segundo os consultores de carreira, o mercado tem valorizado cada vez mais os profissionais (em especial, os que ocupam cargos de chefia) que mostram o lado mais sensível da personalidade ao tomar decisões importantes, elaborar projetos e, principalmente, lidar com os outros. No entanto, muitas pessoas costumam esquecer o bom senso ao tocar em assuntos íntimos, comportamento que pode afetar a carreira.

De acordo com Aurélio Melo, professor do curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo (SP), as relações profissionais não equivalem às amizades pessoais, ainda que muitas vezes a intimidade possa começar no ambiente de trabalho. "São relações distintas, mantidas por diferentes razões. Na profissional há um contrato de trabalho a ser cumprido e um código de conduta a ser seguido", fala Aurélio.

No mundo corporativo, a perspectiva de intimidade deve ser outra porque há muita coisa em jogo, como promoções, aumentos de salário, cargos etc. "Dificilmente, uma amizade no âmbito profissional apresenta as mesmas características de uma relação pessoal. Numa empresa, sempre existirá a competitividade", afirma Sonia Maria Giacomini, coordenadora do programa de pós-graduação em Ciências Sociais da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).

Não é totalmente negativo conversar sobre assuntos pessoais durante o expediente. Porém, é necessário prestar atenção a alguns fatores para não incomodar os demais nem prejudicar o fluxo das atividades. O primeiro é o exagero. Desabafar sobre um problema pontual – o trânsito ruim, a babá que faltou ou o banco lotado – com o colega da mesa ao lado alivia a tensão, mas há quem transforme a própria vida em um reality show, pois não consegue frear a própria língua. Os mais novos talvez nunca tenham ouvido falar em um velho ditado que diz: “em boca fechada não entra mosca”.

Outro fator que merece atenção é a mania de misturar afinidade e confidências com questões profissionais. Há quem peça opiniões sobre assuntos pessoais a um colega mais próximo e, ao discordar do conselho recebido, feche a cara ou, pior, passe a criticar o amigo para terceiros. Num caso como esses, fica extremamente difícil separar o que é pessoal e o que é profissional. O resultado é um ciclo de fofocas intermináveis e que pode detonar o astral de uma equipe inteira.

Abrir demais a intimidade na empresa pode ser um erro fatal para quem almeja um cargo de chefia. Quando alguém se torna chefe, muitas pessoas dizem que "fulano mudou muito". E provavelmente estão certas, pois a responsabilidade aumentou. No entanto, o amigo de antes pode achar que a pessoa tem a obrigação de contar tudo ao que tem acesso no novo cargo, já que ambos já estiveram na mesma situação. Porém, os especialistas afirmam que isso não deve acontecer.

Caso queira descobrir se você é uma pessoa que fala mais do que o necessário, acesse o link e faça o teste:

https://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/01/17/falar-sobre-a-vida-pessoal-no-trabalho-e-natural-mas-nao-exagere.htm 
 

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