Preconceito contra mulheres grávidas no mercado de trabalho

Preconceito contra mulheres grávidas no mercado de trabalho

De acordo com Rebecca Vettore, em matéria para o UOL, embora a lei brasileira proíba, muitas mulheres ainda sofrem preconceito por estarem grávidas (ou planejando gravidez) no mercado de trabalho. Foi o que aconteceu com Nathália Cirne e Ligia Leite, cujas histórias viralizaram no LinkedIn. Elas passaram por processos seletivos, foram aprovadas, mas o anúncio da gestação fez com que as empresas voltassem atrás da decisão sem muitas explicações.

As duas mulheres ainda contam que seus maridos não tiveram qualquer problema depois que comentaram nas empresas onde trabalham que seriam pais. Somente foram parabenizados. "Eu tenho medo de como vai ser o meu retorno ao mercado de trabalho, porque não é só a grávida que sofre descriminação, a mãe também, por mais que explique que as responsabilidades com meu filho serão divididas como meu marido. Ainda é conflitante", afirma Nathália Cirne, uma das mulheres citadas na matéria.

Segundo Mariana Gonzalez e Ed Rodrigues, em matéria para o UOL, vivemos em um país que não tem a cultura de contratar mulheres grávidas. Pelo contrário: que demite as profissionais na volta da licença, quando ela mais precisa do emprego. Um estudo publicado em 2016 pela Fundação Getúlio Vargas constatou que quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade está fora do mercado de trabalho em até 24 meses após o nascimento da criança.

Gravidez não é doença, mas é um momento importante na vida da mulher. É preciso que as empresas entendam que nossas competências importam. É preciso, também, mostrar para as gestantes que podemos lutar pelas nossas carreiras mesmo gerando um bebê", afirma Anna Cecília Lira, que tem 22 anos, é estudante de nutrição e vive em Curitiba (PR).

No Brasil, os gestores ficam de cabelo em pé só de pensar em ficar sem aquela profissional por quatro ou seis meses, tempo da licença-maternidade. Por mais que algumas pessoas não gostem, Gonzalez e Rodrigues comentam que isso precisa ser debatido. E, além de contratar uma mulher grávida, a empresa precisa acolhê-la.

“As empresas precisam entender que gravidez não é doença, mas é sim um momento diferente na vida da mulher. Ela pode estar ótima, cheia de energia, ou passando mal com enjoos, por exemplo. É preciso ter flexibilidade para entender essa mulher e deixá-la à vontade para dizer: posso continuar nesse ritmo ou preciso reduzir a carga de trabalho", explica Juliana de Faria, que tem 36 anos, vive em São Paulo e é jornalista.

O site Semente esclarece que é preciso deixar cada vez mais claro que o cuidado e a responsabilidade pelos filhos não é apenas das mães, mas também dos pais e da sociedade como um todo. É um longo caminho, mas, com urgência, é necessário mudar essa realidade. A mudança é necessária, pois sem mães não há sociedade nem força de trabalho.

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