Solidariedade S/A e ILtda: uma obrigação moral durante a pandemia

Solidariedade S/A e ILtda: uma obrigação moral durante a pandemia

De acordo com a abordagem contemporânea sobre o tema, Responsabilidade Social Empresarial são as ações concretas realizadas por uma empresa, que protejam e melhorem a sociedade, além do exigido para atender aos seus interesses econômicos e técnicos, mesmo que não contribuam diretamente para o aumento do seu lucro.

Além de a responsabilidade social poder ser exercida por empresas constituídas juridicamente como Sociedades Anônimas (S/A), também pode ser exercida por empresas constituídas como Sociedades Limitadas (Ltda.) e por pessoas físicas.

Acredito que abordar esse tema nunca foi tão importante quanto agora, momento pelo qual o mundo passa pela pior crise desde o fim da segunda guerra mundial. Para enfrentarmos a pandemia do Covid-19, precisamos de isolamento social e de “Solidariedade Ilimitada” (ILtda.). Segundo especialistas na área de saúde, nesse momento, o isolamento social é a única forma de se reduzir a velocidade de propagação da doença, que não é simplesmente uma “gripezinha”. No período de 52 dias (17/03 a 08/05) foram contabilizados, no Brasil, 9.897 óbitos causados pelo Covid-19.

Apesar de o isolamento social ser imprescindível, é inegável que trará consequências drásticas para a economia, principalmente em relação ao aumento do desemprego, em níveis nunca antes vistos. Portanto, é necessário que toda a sociedade se mobilize para amenizar a crise social iminente. Governo, empresas e indivíduos precisam, urgentemente, adotar ações concretas de Responsabilidade Social.

Não há dúvidas que os principais responsáveis por adotar ações concretas para amenizar a crise são os governos municipais, estaduais e federal. Porém, é importante reconhecer que, com o desaquecimento da economia, as receitas oriundas dos tributos foram reduzidas, havendo menos dinheiro para ser investido em programas sociais. Por outro lado, é fato que o poder público precisa redimensionar suas despesas, pois, em vários casos, o dinheiro público não é utilizado de forma racional. Também é imprescindível que o combate a corrupção seja aprofundado, pois é um ralo asqueroso por onde o dinheiro, que é nosso, escoa. É nosso pelo fato de ser oriundo dos tributos que pagamos.

Nesse momento, a imensa maioria dos indivíduos da sociedade está passando por dificuldades financeiras, pois não possuem uma renda mensal fixa. Para eles, a quarentena está sendo uma realidade altamente estressante, não só pelo fato de terem que ficar isolados em casa, mas por não saberem como conseguirão garantir sua sobrevivência durante e após a pandemia.

Diante dessa realidade, é imprescindível que os indivíduos que não estão passando por dificuldades financeiras contribuam de alguma forma para ajudá-los. Alguns dirão que já estão fazendo sua parte, pois pagam seus tributos em dia. Eles não estão enganados, porém, nesse momento, isso não basta. É preciso que sejamos solidários, buscando adotar ações concretas de responsabilidade social. O pouco que pudermos fazer, com certeza, será muito para alguém em uma situação pior que a nossa.

As empresas de grande porte, normalmente constituídas juridicamente como S/As, também precisam fazer sua parte nesse momento. Elas devem pensar em unir o útil ao agradável, pois ações concretas de responsabilidade social ajudarão a fortalecer sua imagem juntos aos seus clientes atuais e potenciais, pois, apesar de grave, com certeza, essa crise irá passar. Será muito importante possuir uma imagem positiva perante a sociedade quando a economia começar a se recuperar, pois, durante um bom tempo, o mercado de consumo não será como era antes. Acredito que, no “mundo novo” que surgirá após o fim da pandemia, os investimentos em responsabilidade social gerarão uma grande vantagem competitiva para as empresas.

Felizmente, várias empresas de grande porte já se atentaram para essa realidade e estão adotando ações concretas de responsabilidade social. Seguem alguns bons exemplos:

• A BR Distribuidora investiu mais de R$ 45 milhões para minimizar os efeitos da pandemia. Para os postos de combustíveis, cancelou taxas e aumentou os prazos de pagamento dos contratos. Para os caminhoneiros, distribuiu marmitas e álcool em gel, e realizou consultas médicas online.

• A Suzano investiu R$ 50 milhões em doações focadas na área da saúde. A empresa importou, da China, 159 respiradores, e vai trazer um total de um milhão de máscaras hospitalares. Os equipamentos vão ser doados para o governo federal e para sete estados.

• A Accenture, empresa de consultoria do setor de tecnologia, desenvolveu, de graça, seis iniciativas de projetos digitais voltados para o bem-estar social durante a crise do coronavírus. No total, os trabalhos equivalem a R$ 13,7 milhões. Entre os projetos, está uma plataforma desenvolvida para o governo de São Paulo que faz a triagem digital de pacientes infectados, o que ajuda na distribuição da população pela rede de saúde.

• A Caoa Chery entrou com R$ 74 milhões na força-tarefa contra o coronavírus. A fábrica de Jacareí importou da China uma máquina para a produção de máscaras com capacidade de produzir cem mil unidades por dia. As máscaras serão doadas para colaboradores e para a população.

• A Ypê destinou R$ 17 milhões para o combate à pandemia. Fabricou 3 milhões de frascos de álcool 70%: R$ 1,5 milhão em álcool gel para comunidades carentes e R$ 1,5 milhão em álcool líquido, feito em parceria com a Raízen, para profissionais da saúde. Doou também mais de 120 toneladas de sabão em barra para comunidades em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Fontes:
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/04/20/solidariedade-sa-doacoes-de-alimentos-vale-combustivel-alcool-70percent-mascaras-e-respiradores.ghtml
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/05/05/solidariedade-sa-doacoes-para-hospitais-e-projetos-digitais-para-o-bem-estar-social.ghtml
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/05/06/solidariedade-sa-maquina-para-producao-de-mascaras-e-doacao-de-epis-e-alcool-em-gel.ghtml
 

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