Táxi Carrara ou Carrara Táxi?
Murilo Carneiro
06 Jun 2019 14:31
Quem gostava de assistir ao programa “A Grande Família” e agora está podendo revê-lo por meio da reprise que está sendo veiculada pela Rede Globo no período da tarde, deve se lembrar de que o personagem Agostinho Carrara nunca conseguiu definir se o nome da sua empresa é Táxi Carrara ou Carrara Táxi. Quem tem filhos, deve se lembrar como foi difícil definir o nome deles. A preocupação com a definição de um nome é pertinente e deve realmente ser realizada com muito critério, pois ele representa a identidade da empresa ou da pessoa, que será carregada pelo resto da vida.
Não existe uma receita infalível para se definir um nome, porém, sugere-se que tal tarefa seja realizada por mais de uma pessoa. Portanto, o nome de um filho deve ser definido pelo pai e pela mãe, podendo, inclusive, contar com sugestões e críticas de amigos e parentes. No caso de uma empresa, o nome deve ser definido pelos sócios, podendo, inclusive, contar com o auxílio de especialistas na área de Marketing.
Segundo Bruno Caetano, diretor superintendente do SEBRAE-SP, apesar de não existir uma fórmula infalível a ser aplicada, é importante observar alguns critérios para se definir o nome de uma empresa:
• Deve criar empatia e aproximar a empresa do seu público-alvo, visando destacar o negócio e construir uma imagem positiva;
• Deve ser curto e fácil de ser lembrado e pronunciado. Pense nas marcas de sucesso, mundialmente consagradas, e veja o que têm em comum. No geral, uma palavra simples de falar e memorizar;
• Nome parecido com o do concorrente não é aconselhável. O negócio precisa de identidade e ser confundido com o rival não ajuda;
• Abusar das siglas é perigoso, apesar de ser um atalho para a solução. Elas devem significar algo ou não terão efeito favorável;
• Nomes regionais podem ser um limitador se o negócio se expandir para outras praças com características diferentes das do local de origem;
• Palavras em outros idiomas também têm riscos. Se o termo já é de amplo conhecimento do público, melhor, mas caso seja de difícil assimilação pode não funcionar. É fundamental que a sonoridade seja boa e a leitura fácil;
• Cuidado com generalizações. Termos que resumem o que a empresa faz são uma saída, no entanto, não definem a marca e tornam-na comum demais;
• Colocar o próprio nome na empresa é outra opção, mas estabelece uma relação para toda a vida. Se amanhã você vender seu negócio, a associação vai continuar. Caso diversifique o ramo de atuação, ainda há a possibilidade de o novo empreendimento ser associado ao primeiro.
Definido o nome fantasia - do qual estamos falando - ele precisa ser registrado para assegurar o direito de uso ou corre-se o risco de perdê-lo para alguém que fez isso antes. A marca necessita de registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Já a razão social, que aparece em documentos para identificar a pessoa jurídica, deve constar na Junta Comercial.
