Trabalho duro versus trabalho inteligente

Trabalho duro versus trabalho inteligente

Em matéria para o Universa, Claudia Dias afirma que se você não se sente exausto no trabalho, certamente já ouviu alguém muito próximo reclamar sobre não aguentar mais o dia a dia profissional. Uma pesquisa do movimento Freesider, feita com 3.182 pessoas entre junho e julho de 2019, mostra que 76% dos trabalhadores ouvidos se dizem extremamente atarefados e 59% não aguentam mais e querem desistir de tudo.

Um bom resultado profissional não é, necessariamente, ligado a um imenso esforço físico e mental. Nem o fato de se estar constantemente sobrecarregado e exausto são reflexos de uma pessoa produtiva. O trabalho não pode, nem deve, ocupar toda a vida de alguém. "O segredo está em estabelecer limites de tempo e de prioridades e aplicar técnicas de produtividade para fazer o mesmo, em menos tempo", diz Fagner Borges, autor do livro "A Jornada da Liberdade" e criador do movimento Freesider.

Segundo Borges, o grande problema é que estamos inseridos em uma cultura de esforço, em que se acredita que, para alcançar sucesso, é preciso trabalhar mais que o resto das pessoas. "Em consequência, nos sentimos culpados quando estamos curtindo. E isso faz com que não vivamos o presente." Outro ponto: felicidade também costuma ser atrelada a bens materiais. "Com isso, vivemos em busca de crescimento financeiro para comprar o próximo carro, celular, roupa da moda etc. A saída que parece existir é sempre trabalhar mais para poder ganhar mais. E nunca paramos para respirar e aproveitar o que o dinheiro não compra."

Borges pondera ser preciso ressignificar o valor que damos ao trabalho e ao dinheiro, trazendo emoções positivas associados a eles. "Trabalhar em excesso não é a resposta", diz ele, que defende a troca do conceito de "hard work" (trabalho duro) para "smart work" (trabalhar de forma inteligente). Adotar certas medidas no dia a dia pode fazer com que o trabalho se torne menos exaustivo. Ao conseguir ser mais produtivo, é possível mudar a relação com a profissão. Mais que isso, trabalhar de forma eficiente elimina a obrigação de horas extras e a sensação constante de estar sempre atrasado com as demandas. O autor do livro "A Jornada da Liberdade" cita algumas medidas que poderão fazer com que o trabalho se torne menos exaustivo:

Siga a sua agenda e não a dos outros: "toda vez que você interrompe suas atividades para responder um e-mail que acabou de chegar, uma mensagem de redes sociais ou qualquer outra coisa que não estava programada, aumenta o tempo necessário para executar as suas tarefas", diz Borges. Concentre-se em uma atividade por vez e programe a leitura de e-mails e mensagens para um horário específico do dia, preferencialmente depois que já fez o que era importante.

Adote ferramentas e rotinas para otimizar o tempo: crie processos e “checklists” para agilizar as decisões que precisa tomar "A maioria das atividades que fazemos são repetidas diariamente ou com bastante frequência. Se você cria um processo para isso, economiza energia cerebral e ainda facilita a gestão e a evolução", afirma Borges.

Escolha que tipo de conteúdo quer consumir: ao abastecer a mente com informações inúteis ou negativas, você acaba prejudicando a sua performance. Evite conteúdos que colocam para baixo, drenam a energia e que estão fora do seu alcance de resolver. "Invista em aprender apenas o que será usado agora, pois esquecemos boa parte daquilo que não exercitamos", finaliza Borges.

Fontes: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/08/27/chega-de-estresse-troque-o-trabalho-duro-pelo-trabalho-inteligente.htm
 

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