Você é nomofóbico(a)?

Você é nomofóbico(a)?

Horas com a cabeça baixa, olhos fixos no celular e dedos deslizando incessantemente sobre a tela. De acordo com Isabella Abreu, em matéria para o UOL, é assim que grande parte das pessoas passa o dia. Levantamento realizado pelo Google mostra que 73% dos brasileiros não saem de casa sem os seus dispositivos móveis. Esse dado serve de alerta e pode significar um caso de nomofobia, um sentimento intenso de desconforto desencadeado pela falta do aparelho.

Segundo a psicóloga Carla Cavalheiro Moura, colaboradora do grupo de dependências tecnológicas do Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso (Pro-Amiti), do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP, o uso excessivo da tecnologia se refere a uma condição a qual o indivíduo é incapaz de conter e limitar seu desejo de uso. Ele perde a noção do tempo e demonstra nervosismo, irritabilidade e agressividade quando privado de suas conexões. Entre os sintomas característicos da nomofobia estão:

•    O hábito de verificar de maneira obsessiva as chamadas perdidas, redes sociais ou e-mails;
•    Ficar continuadamente preocupado com a duração da bateria;
•    Mostrar-se incomodado de ir a locais sem conexão wi-fi;
•    Acordar a noite para checar as notificações;
•    Não conseguir se afastar do aparelho quando está realizando outras tarefas que não necessitam dele;
•    Ser incapaz de ir ao banheiro sem levar o celular junto.

De acordo com Júlia Machado Khoury, psiquiatra pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as pessoas que se tornam nomofóbicas podem apresentar os seguintes distúrbios: redução da capacidade de concentração, aumento de sintomas ansiosos e depressivos, aumento do sedentarismo, desencadeamento de problemas oculares como ressecamento dos olhos e miopia, insônia, dificuldade de adiamento de recompensas, intolerância a frustrações e dores no pescoço/ombro/costas.

Atualmente, é inegável que o Whatsapp se tornou uma importante ferramenta de comunicação, tanto na vida pessoal quanto profissional. Além disso, a internet possui materiais interessantes para entretenimento e aquisição de conhecimento. Portanto, segundo Isabella Abreu, os especialistas destacam que o celular não é um problema em si, mas a forma como o utilizamos. Eles defendem que devemos utilizá-lo de maneira consciente para que seja uma ferramenta de auxílio e não uma dependência. Seguem algumas dicas:

•    Estabeleça um limite de uso diário para atividades não relacionadas ao trabalho ou estudo;
•    Desenvolva hobbies incompatíveis com o uso do celular, como pintura, jardinagem, meditação, exercícios físicos etc.;
•    Tenha "zonas livres de tecnologia" em casa, como o quarto e a mesa de jantar;
•    Equilibre o tempo entre o celular e o contato humano. Para cada hora que você investe na frente de uma tela, invista o mesmo tempo conversando com pessoas presencialmente;
•    Quando precisar se concentrar, deixe o aparelho em outro cômodo ou dentro da bolsa;
•    Quando for dormir, desligue o celular e/ou deixe-o longe do alcance das mãos.
 

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