Continuação: Nova Taxa de Juros da Poupança, a Queda da Taxa SELIC e o Seu Bolso, qual é a relação?

Continuação: Nova Taxa de Juros da Poupança, a Queda da Taxa SELIC e o Seu Bolso, qual é a relação?

Caras(os) Leitoras(es),

Do post da semana passada ficou esta pergunta para ser respondida, em relação a Nova Taxa de Juros das “Cadernetas” de Poupança e a Queda da Taxa “SELIC”:

E o seu bolso como será afetado com tudo isso?

Aqui cabe fazermos um paralelo entre duas situações, sendo que a irá afetar profundamente a sociedade em geral:

1ª) A primeira seria o período de inflação alta/hiperinflação vivenciado pelo Brasil e o povo Brasileiro durante muitos anos, notadamente antes de 1994 (ano de implantação do plano de estabilização econômica denominado “Plano Real”).

É importante recordar, para quem não se lembra ou mesmo não estava em idade suficiente para compreender, que o povo brasileiro sofria diariamente desse mal, ou seja, a inflação alta/hiperinflação, processo responsável pelo aumento frenético e diário de mercadorias, de ativos (casas, apartamentos, terrenos, carros etc.), de serviços, além da perda vertiginosa do poder de compra do dinheiro, quer aquele em sua carteira, quer o depositado na conta corrente dos bancos.

Para se ter uma idéia, considerando o último dia útil de cada ano, em 1988 a moeda era Cruzado, em 1989 passou para Cruzado Novo, em 1990 transformou-se em Cruzeiro, em 1993 para Cruzeiro Real e somente em 1994 que ela passou a ser o Real, moeda que está próxima de completar a maioridade (18 anos).

Vejam, foram necessários quase duas décadas para que a sociedade brasileira perdesse a cultura da hiperinflação e começasse a planejar no longo prazo.

2ª) A segunda situação será esta que estamos começando a vivenciar a partir de agora, ou seja, a forte tendência do povo brasileiro ter que aprender a conviver com taxas de juros baixas e decrescentes, denominadas por muitos de taxascivilizadas”.

Mas afinal, o que altera com esta nova realidade?

Semelhante ao que ocorreu com o período pós hiperinflacionário (iniciado a partir de 01/07/1994), a queda na taxa de juros SELIC” vai demandar, talvez duas ou três décadas, para que o povo brasileiro se adapte a esta “nova ordem”, por exemplo:

a) Analisando sob o prisma dos Governos (Municipal, Estadual e Federal), quando há redução dos juros pagos nos empréstimos/financiamentos (a ampla maioria dos contratos de empréstimos/financiamentos para o Estado ou são baseados na taxa “SELIC”, ou mesmo utilizam-na como parâmetro), sobra recursos para aplicar em outras prioridades, inclusive, aumentar o valor dos investimentos governamentais em educação, saúde, segurança etc.;

b) Se considerarmos as empresas, a partir do momento em que começam a pagar juros menores, também terão mais recursos para empregar em outras finalidades (reinvestir, aumentar a capacidade operacional, conceder melhorias em benéficos salariais/sociais etc.); e,

c) Com as pessoas físicas ocorre a mesma situação, a redução das taxas de juros torna o crédito já contratado mais barato (LEMBRAM-SE DA PORTABILIDADE – DIREITO QUE O CLIENTE TEM EM TRANSFERIR SUAS DÍVIDAS PARA OUTRO BANCO), facilita a contratação de novos empréstimos /financiamentos com prestações menores, melhorando o gerenciamento das contas do mês.

E quem recebe juros, esta nova situação melhora também?

Se a tendência de redução da taxaSELICcontinuar, as pessoas que aplicam recursos terão que optar por outras modalidades de investimentos, notadamente, renda variável (ações, fundos de ações, ouro, derivativos etc.) caso queiram manter a mesma rentabilidade. O detalhe é que são mercados de risco, sujeitos a ganhos expressivos e perdas expressivas.

Finalmente, outra mudança que poderá ocorrer com a redução da taxaSELIC” é um novo aquecimento do mercado imobiliário, principalmente, imóveis com o objetivo de auferir renda com o aluguel, pois alugar imóveis pode voltar a ser uma boa alternativa de investimento.

Em função da sua relevância e necessidade de maiores esclarecimentos, continuarei com este assunto nos próximos posts.

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