Juros em Queda – “Guerra” entre GOVERNO/BANCOS/BACEN

Juros em Queda – “Guerra” entre GOVERNO/BANCOS/BACEN

Caras(os) Leitoras(es),

Nas últimas semanas temos acompanhado no noticiário, impresso, televisivo e pela internet, uma série de matérias e propagandas informando sobre a queda nas taxas de juros cobradas pelos bancos. Os bancos oficiais (BB e Caixa Federal), pressionados pelo Governo Federal que detém o controle de tais instituições, iniciaram/baixaram, primeiramente, suas taxas de juros. Na sequência, os bancos privados começaram a reduzir os juros dos principais empréstimos.

Para entendermos o que está por trás dessa “guerra”, primeiro se faz necessário descobrir o significado da palavra mais pronunciada nos últimos dias, “SPREAD”  ou “SPREAD BANCÁRIO”.

Afinal o que é “SPREAD BANCÁRIO”?

Spread bancário nada mais é do que a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos que os clientes deixam sob sua custódia (dinheiro parado na conta corrente – custo zero; poupança – TR + 6% a.a.; CDB* – taxa geralmente vinculada a um percentual do CDI**; fundos de investimentos – rentabilidade de acordo com as várias modalidades etc.) e as taxas cobradas sobre empréstimos e financiamentos (cheque especial, crédito direto ao consumidor-CDC, crédito imobiliário, crédito rural, financiamentos empresariais, desconto de cheques, financiamentos internacionais etc.). *CDB – Certificado de Depósito Bancário (modalidade de investimento lastreada em título emitido pelo próprio banco; **CDI – Certificado de Depósito Interbancário (juros entre bancos).

Vejam um exemplo simples: o banco “X” capta (cliente deixa os seus recursos sob sua custódia) R$ 1.000,00 em CDB e promete pagar ao cliente, após 30 dias, 1% de juros ao mês. Em seguida chega um cliente “Y” na agência bancária precisando dos mesmos R$ 1.000,00 então, o banco empresta esses recursos ao referido cliente e cobra 5% de juros para o mesmo pagar nos mesmos 30 dias.

1.000,00

30 dias

1% ao mês

10,00

1.000,00

30 dias

5% ao mês

50,00

SPREAD neste caso foi 4% (5%-1%) ou em reais R$ 40,00 (R$ 50,00–10,00)

Trata-se de um exemplo bastante simples, mas que apresenta o “conceito” de “SPREAD” – a diferença entre o que banco paga pelos recursos deixados sob sua responsabilidade e o que o banco cobra pelos recursos que empresta.

O Banco Central acompanha o “spread bancário” e consolida os resultados por meio do Relatório de Economia Bancária e Crédito, a versão do ano de 2010 -emitida em fevereiro de 2012, encontra-se disponível em (https://www.bcb.gov.br/Pec/Depep/Spread/REBC2010.pdf).

A Tabela 5 desse estudo demonstra a decomposição do “spread bancárioprefixado (taxas contratadas previamente) do total de empréstimos de toda indústria bancária:

 

Apresento esta tabela para iniciarmos uma série de posts tentando desvendar este assunto, que continuarei nos próximos posts.

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