Uma vida dedicada às artes

Uma vida dedicada às artes

Norma Campaz
Pintora, escultora, gravurista, art-postalista e professora de História da Arte aos deficientes visuais na ADEVIRP, Norma Campaz é uma artista multifária que também está ligada à Casa do Poeta e possui vários livros de poesia publicados, entre eles, uma obra em Braille que foi doada aos cegos e instituições para deficientes visuais de Ribeirão Preto. Também é membro da Academia de Letras de Ribeirão Preto - ALARP, como representante atual da Cadeira 17, e membro da Academia Paulista de Belas Artes na cidade de São Paulo.

Norma nasceu em São Paulo, mas reside em Ribeirão Preto desde 1960, Realizou suas primeiras exposições em 1966 e, desde então, foram muitas exposições individuais, entre elas, na Casa da Cultura de Ribeirão Preto, Galeria de Artes Banespa, Sala Vitório Grasmam e Assembléia Legislativa de São Paulo. Desde 1967 participou de vários movimentos culturais e na área de esculturas participa do Grupo “Expressão” desde a sua fundação. No exterior, tem obras nos Estados Unidos, França, Portugal e no acervo da Casa do Brasil, em Cuba.

Recentemente, a artista expôs obras pertencentes à coleção “Flores” na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFRP) e no ano que vêm as 16 obras, oito de acrílico sobre telas e 8 de acrílico sobre papel com imagens, voltam à visitação pública na Universidade.

Acompanhe uma rápida entrevista com a artista sobre suas obras.
Por que escolheu “falar” das flores?
A primavera é inspiradora! Nessa época do ano todos ficam mais alegres por tanta beleza ao redor. As flores traduzem a demostração do carinho, quando se presenteia com flores mostra-se todo esse sentimento neste simples gesto.

Ao longo de sua carreira foram muitas exposições, o que esta, em particular, significa para você?
Esta significa mais uma etapa vencida e a satisfação de chegar ao auge da minha carreira com um tema tão sublime quanto as flores.

Há algum trabalho desta exposição que goste mais ou que tenha um significado especial para você?
O quadro "Primaveril IV" expressa a vivacidade das flores e toda a alegria que elas nos transmitem.

Por que a seleção de acrílico sobre telas e sobre papel?
O trabalho sobre papel remonta a História da Arte, em que os grandes mestres do passado utilizavam muito o papel e papelão. O acrílico foi especialmente escolhido por suas propriedades de secagem rápida, em que é necessário espressar todo o sentimento no ato da pintura em um curto espaço de tempo.

Você tem algum tema preferido para trabalhar? Busca inspiração em algo? Como lida com o processo de criação?
O tema não é pré selecionado, e sim proveniente da inspiração do momento. Essa inspiração vem da admiração por toda a beleza e a vida que temos neste nosso planeta. Todas as formas de vida, paisagens, flores, frutos e tudo o mais que o Criador nos permitiu admirar.

Ao final de uma obra concluída, qual o sentimento predominante?
Ao concluir uma obra, agradeço a Deus por ter a oportunidade de vê-las concluídas, com um sentimento de paz interior e de missão cumprida.

Estas obras são seus últimos trabalhos feitos? Em que mais anda trabalhando, quais os futuros projetos?
Estas obras foram expostas em 2010 na Câmara Municipal de São Paulo capital, e agora foram expostas na USP de nossa cidade. Outras obras já foram iniciadas após o início deste ciclo de exposições.

Falando um pouco do cenário geral das artes plásticas em RP. Este é um mercado de trabalho bastante restrito não é mesmo, acha que algo está mudando?
O mercado das artes plásticas em Ribeirão Preto já teve dias melhores. Tínhamos mais galerias e os artistas tinham mais espaços. Quanto ao mercado de trabalho, realmente é bastante restrito e acho que nada mudou. Mas acredito que não seja somente em Ribeirão, as artes em geral (teatro, poesia, cinema, etc.) também estão sofrendo este tipo de inércia.

O que acredita ser fundamental para um artista plástico em RP?
É importante que o artista plástico crie meios de apresentar o seu trabalho ao público, para que estes talentos, ainda desconhecidos, possam ganhar seu espaço no meio artístico de Ribeirão.

Qual é a essência de seus trabalhos?
Grande parte da história da humanidade é conhecida hoje graças aos homens das cavernas, que nos deixaram gravadas as cenas da época. Hoje, mesmo com a invenção da fotografia, os artistas continuam pintando o sentimento em relação ao seu tempo. Alguns continuam com figurativos ou acadêmicos, e outros, como eu, pintam o grande caos em que vivemos atualmente.

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