Terapia de sobrevida

Terapia de sobrevida

Modernas técnicas e drogas freiam o avanço das metástases ou do câncer de próstata reincidente, melhorando a qualidade de vida do paciente

Tendo passado por diversas mudanças nos últimos anos, o tratamento do câncer de próstata vem sendo aprimorado graças à chegada de novas tecnologias e dos avanços no conhecimento sobre a evolução clínica. Entretanto, quando o tumor reaparece ou acomete outros órgãos, os médicos necessitam de outras ferramentas para combater a doença e oferecer qualidade de vida ao paciente. Nesses casos, os caminhos a serem seguidos dependem do quanto a doença penetrou na próstata e se há metástase ou não. 

“Temos disponíveis hoje novas drogas eficazes no controle da doença”, observa FábioApós cuidar de qualquer tipo de tumor, é fundamental manter um acompanhamento. “Todo câncer apresenta um risco de voltar. Dependendo da extensão da doença inicial e da agressividade do tumor, essa chance pode ser maior ou menor. O acompanhamento é feito através da análise de exames de sangue e de imagem e também por uma avaliação clínica. Em cânceres de próstata, o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) é um marcador importante”, esclarece o oncologista Fábio Eduardo Zola (CRM: 92.536). 

Segundo o especialista, a metástase do tumor da próstata mais frequentemente se manifesta nos ossos, mas outros órgãos podem ser acometidos. A detecção do grau de evolução do tumor, com segurança, depende da análise individualizada. “Hoje, dispomos de exames sensíveis, inclusive, com um novo método, que está em implementação no Brasil, PET PSMA. Esse exame de imagem tem alta especificidade para tumor de próstata e, no momento, já é realizado em alguns centros do Brasil, em casos específicos”, observa Fábio. 

Em alguns casos, o médico explica que é possível fazer um segundo tratamento local, geralmente, com radioterapia, após a cirurgia inicial. Além disso, nos últimos anos, várias medicações foram liberadas no Brasil. “São drogas muito eficientes e com pouca toxicidade, com ação específica em tumor de próstata, como a abiraterona e enzalutamida”, explica o oncologista. 

Outra opção, a braquiterapia, é muito restrita pela eficiência menor do que a cirurgia ou do que a radioterapia e, de acordo com Fábio, está indicada para pacientes sem condições para encarar outros tratamentos. Também é possível  associar terapêutica hormonal, que pode aumentar a possibilidade de cura em combinação com a radioterapia ou controlar a doença por um tempo prolongado, aumentando as chances de sobrevida do paciente. 

O oncologista ressalta, ainda, que a evolução do tumor metastático passa por fases. Durante um tempo, a doença fica sensível ao bloqueio da produção da testosterona. Em um determinado momento, esse bloqueio vai perdendo a eficiência e a doença progride. “Novas medicações agem nessa fase. A progressão da última etapa, geralmente, leva ao tumor independente do hormônio, no entanto, a quimioterapia tem mais ação neste momento”, explica Fábio. 

 Outra opção no tratamento, já adotada em outros países, é a vacina sipuleucel-T, indicada para pacientes que apresentam pouco ou nenhum sintoma da doença. O medicamento, no entanto, não está disponível no Brasil e age em poucos casos. “Estamos aguardando novos tratamentos imunoterápicos, mais eficientes e com ação em um maior número de casos”, aponta Fábio, lembrando que o papel do médico é saber que a doença avançada é como um jogo de xadrez. “O médico deve ficar atento e tomar as decisões na hora adequada. Com isso, o paciente consegue conviver com a doença por anos ou décadas”, avalia Fábio. 

De bem com a vida

Otimista e bem-humorado, o contador João Carlos Fajardo Neto não se intimida quando assunto é câncer de próstata. Incentivador dos cuidados com a saúde, faz questão de motivar os amigos e parentes a fazerem os exames preventivos. Para o alerta, usa sua experiência como reforço. João ressalta que, se não fossem as consultas periódicas ao urologista e os exames de rotina, talvez não teria tido sucesso no seu tratamento, com uma recuperação tão rápida, quando descobriu a doença.

Preocupado com o seu bem-estar, desde os 38 anos, João repetia a consulta ao especialista e o exame de PSA a cada seis meses. Aos 52 anos, apesar do exame de toque mostrar que a próstata estaria normal, foi no PSA que o urologista encontrou uma significativa alteração. Para ter um diagnóstico mais seguro, foi solicitada uma biópsia do órgão.

De acordo com o paciente, dos 12 fragmentos retirados da próstata, três foram positivos para um tipo de câncer bem agressivo, porém, em estágio inicial. “O médico foi muito claro comigo e me explicou todas as possibilidades de tratamento, salientando, inclusive, que eu poderia esperar até três anos para decidir. Porém, corria o risco da doença avançar sem que eu percebesse, porque nunca senti nenhum sintoma”, relembra. Após o laudo, em aproximadamente 20 dias, João já estava operado.

Com o apoio da esposa Rosana, sua recuperação foi excelente e sem sequelas. Aos poucos, retomou as atividades normais, voltou ao trabalho e aos exercícios físicos, como caminhadas e futebol. “Não precisei fazer radioterapia e não tomei medicamento algum”, comemora João.

Ações de alerta

Simpósio

No dia 25 de novembro, a partir das 19h, o curso de Medicina da Estácio realiza um simpósio com as presenças do urologista Gilfred Canuto Pereira, que falará sobre câncer de próstata, e do radiologista Alexandre Pereira Ricci, que abordará a importância do rastreamento da doença. A inscrição custa R$ 10,00, mais um litro de leite. Mais informações pelo tel.: (16) 98184.8544.

Compromisso

Os quase 120 metalúrgicos da TMA Máquinas, de Ribeirão Preto, acompanharam, no dia 24 de novembro, a palestra com o urologista Armando dos Santos Abrantes. Mais do que apoiar o Novembro Azul, a TMA busca fazer diferença na luta contra o preconceito masculino. 

Busca ativa

Em novembro, a Unimed Ribeirão Preto, por meio do Núcleo de Atenção à Saúde, desenvolve uma busca ativa de beneficiários que não realizam os exames preventivos há mais de dois anos. A cooperativa também iluminou de azul seus quatro prédios para chamar a atenção da população masculina para a importância da prevenção do câncer de próstata.

Equipe engajada

Com o tema “Novembro Azul: não vire as costas para a prevenção do câncer de próstata”, durante todo o mês, o Grupo São Francisco realizou ações preventivas junto aos colaboradores e beneficiários. Além da cor azul na iluminação externa dos prédios, os funcionários vestiram camisetas no mesmo tom, e, nos atendimentos, os homens eram alertados sobre a doença. 

Bigodão

Símbolo da campanha Novembro Azul, idealizada pelo Instituto Lado a Lado, o Bigodão encerrará as ações de conscientização sobre a doença, no dia 30 de novembro. A iniciativa acontecerá no Centro de Acolhida Barra Funda, onde haverá doações de materiais de higiene e distribuição de informativos sobre a importância de manter o cuidado com a saúde dos homens o ano inteiro.

Identificação

Nos dias 26 e 27 de novembro, o Novo Shopping, em parceria com o Hospital de Câncer de Ribeirão Preto, vai abrir espaço para que o público possa tirar dúvidas sobre o câncer de mama. A ação acontecerá no corredor de acesso à praça de alimentação, com distribuição de panfletos, entre 12h e 20h, no sábado, e entre 14h e 20h no domingo

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