Operação que prendeu Wagner Rossi investiga Temer por suposto favorecimento à empresa Rodrimar
O pedido da prisão dos envolvidos foi feito pela Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge

Operação que prendeu Wagner Rossi investiga Temer por suposto favorecimento à empresa Rodrimar

Inquérito apura o possível recebimento de propina pelo presidente após a publicação de decreto dos Portos

Foram presas, temporariamente, na manhã desta quinta-feira, 29, pessoas ligadas ao presidente Michel Temer (MDB), entre eles o ex-ministro da Agricultura nos governos Lula e Dilma Rousseff, Wagner Rossi, detido em Ribeirão Preto. Eles são alvos da Operação Skala, que apura irregularidades no inquérito dos Portos, que investiga Temer.

O pedido da prisão de José Yunes, João Batista Lima, Milton Ortolan e Antônio Celso Grecco - além de Rossi - foi feito pela Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, que pediu o cumprimento de mandados de prisão temporária por cinco dias e busca e apreensão no inquérito dos Portos.

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A abertura desse inquérito foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em setembro do ano passado, a pedido do então Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que a partir de interceptações telefônicas do ex-assessor especial da Presidência, Rodrigo Rocha Loures, disse suspeitar do pagamento de vantagens indevidas a Temer pela Rodrimar.

O decreto de número 9.048/2017 foi assinado pelo presidente, que teria beneficiado a empresa de Grecco, a Rodrimar, que opera concessões no Porto de Santos. A companhia foi uma das implicadas na delação da J&F, de Joesley Batista, em maio de 2017.

No início de março, Barroso quebrou o sigilo das contas de Michel Temer, além de pessoas próximas ao presidente e de empresas envolvidas no processo.

Em janeiro, o advogado do presidente, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, declarou que a acusação é leviana, e não houve indícios que corroboraram com a alegação, e classificou as denúncias como “falaciosas e assertivas”.

Em fevereiro, o ex-superintendente da Polícia Federal, Fernando Segovia, chegou a sugerir em entrevista à Agência Reuters que o inquérito deveria ser arquivado. As declarações fizeram Segovia perder o cargo.

TCU aponta brecha em decreto

Na última semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que o Decreto dos Portos abriu brecha para que empresas com contratos antigos, como a Rodrimar, se beneficiem, já que amplia o tempo de exploração de áreas, de 50 para 70 anos, do Porto de Santos.

Rossi se diz inocente

O ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi disse na saída da delegacia da Polícia Federal, onde prestou depoimento, que não tem participação no inquérito que investiga o decreto dos Portos, e que está tranquilo e voltará ao convívio familiar ao término da prisão temporária.


Foto: Alan Santos/PR

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