Comerciantes reclamam de falta de segurança no Centro de Ribeirão Preto

Comerciantes reclamam de falta de segurança no Centro de Ribeirão Preto

Câmeras do programa “Olhos de Águia” estão desligadas; Prefeitura argumenta que equipamentos já foram instalados e que licitação está deve ser encerrada em novembro

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) lançou um manifesto cobrando mais segurança para os lojistas no Centro da cidade. A Associação alega que o Centro passa por um "gradativo processo de abandono pelo poder público" com reflexos na segurança dos comerciantes e moradores.

"Nos últimos anos, é visível o processo de degradação da área central da cidade, que coincide com a redução/extinção do sistema de videovigilância. Lembramos que, até alguns anos atrás, a Acirp era responsável pela manutenção de todo o sistema, formado por mais de 20 câmeras de vigilância. Até onde sabemos, os índices de violência na região central eram significativamente inferiores aos atuais", declarou a Acirp.

"O momento das desculpas é passado. Precisamos de ação ou, pelo menos, indícios de que os gestores desta cidade têm um mínimo de preocupação com a região central. [...] Exigimos o direito de poder comprar e vender sem ter as vidas postas em risco, pela falta de proteção do Estado, conforme exigido pela Constituição da República Federativa do Brasil", acrescentou a Associação.

De acordo com a Associação, nos últimos dois meses, pelo menos quatro estabelecimentos comerciais do Centro foram assaltados, causando, inclusive, o fechamento de um dos negócios. As rondas ostensivas e a atuação em ocorrências de roubo a pedestres e ao patrimônio particular são de responsabilidade da Polícia Militar e Civil, ambas do governo estadual.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, as ocorrências de furto e roubo registradas apenas no 1º Distrito Policial, da Rua Duque de Caxias, subiram em relação a 2020. Uma média de 76 boletins de ocorrência de roubo e furto eram registrados por mês no 1º DP em 2020, enquanto em 2021 o número subiu para 90, até setembro. Contudo, em 2019 a situação era ainda pior; a média era de 130 boletins por mês.

Cabe à Prefeitura, nesse aspecto, outras medidas para tentar coibir a ação dos criminosos. Por isso, o governo municipal tem trabalhado para implantar o sistema de monitoramento por câmeras “Olhos de Água”. Já foram instaladas 24 câmeras e mais 16 estão em processo de instalação. Porém, elas não estão funcionando no momento. Para entrarem em operação é necessário a implantação da fiação de fibra ótica.

"Importante ressaltar que o edital para contratação da empresa já foi publicado no Diário Oficial desta quinta-feira, dia 28. O pregão eletrônico receberá propostas até o dia 16 de novembro e a abertura e disputa dos preços acontecerá no mesmo dia", informou a Prefeitura.

De acordo com o Executivo, as câmeras estarão interligadas em um sistema único de segurança, formando o programa Guardiões da Cidade, composto por 112 câmeras, sendo que 40 estarão no quadrilátero central e as demais 62 espalhadas pelos principais pontos de entrada da cidade.

Prefeitura

Após a divulgação do manifesto da Acirp, a Prefeitura encaminhou uma nota destacando a instalação das câmeras, além de ações realizadas no Centro da cidade.

O governo municipal destacou os trabalhos de restauro do patrimônio histórico como os monumentos nas praças XV de Novembro e Carlos Gomes. Além da entrega do Museu da Imagem e do Som, na Rua Cerqueira César, a recuperação da fonte luminosa da Praça XV e a recuperação do pavimento e troca de iluminação dos postes por lâmpadas de LED das praças.

"Na questão de mobilidade urbana, para contribuir com o comércio central, foi retomada a área azul para garantir a rotatividade de vagas e ainda garantiu asfalto novo em vários pontos [...]. Ainda entregou quatro pontes na Francisco Junqueira interligando o centro da cidade com a zona leste da cidade", acrescentou.


Foto: Alexandre de Azevedo/ Prefeitura de Ribeirão Preto

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