Entidades comentam a decisão do governo estadual de manter o comércio de Ribeirão fechado

Entidades comentam a decisão do governo estadual de manter o comércio de Ribeirão fechado

Sincovarp critica atitude do governo e Acirp cita que aumento do número de casos positivos é consequência do aumento de testes

Entidades comerciais de Ribeirão Preto comentaram a decisão do governo do Estado de São , divulgada nesta sexta-feira, 26, de manter a Direção Regional de Saúde (DRS) XII, que contempla Ribeirão Preto e outros 25 municípios, na Faixa Vermelha do Plano São Paulo e com o comércio fechado.

A informação foi confirmada durante entrevista coletiva do governador João Doria (PSDB) e de outros membros do governo estadual. Com isso, além do comércio varejista em geral, deverão manter as portas fechadas os shoppings centers, escritórios em geral, imobiliárias e concessionárias de revenda de veículos. Os indicadores da região serão avaliados novamente dentro de 14 dias, quando haverá o anúncio se a cidade avança ou permanece no mesmo estágio. 

O critério que avalia a evolução da pandemia, que contempla a variação de casos, de internações e de óbitos, foi o responsável por fazer com que a região retrocedesse. Ele foi avaliado na Faixa Vermelha. Lembrando que, a avaliação do governo do Estado segue a seguinte ordem, do pior para o melhor cenário: Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde e Azul.

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) foi mais enfática nas críticas ao fechamento do comércio. A empresa citou que o aumento no número de casos, um dos piores indicadores na região, foi causado pelo "aumento no número de testes".

"Importante destacar que, de acordo com os dados divulgados pelo governo do Estado, Ribeirão Preto só seguirá no vermelho por um único motivo: o aumento do número de casos positivos que são, por sua vez, consequência do aumento da quantidade de testes realizados", informou a Acirp.

Contudo, segundo dados divulgados pelo governo estadual, o critério que avalia a evolução da pandemia, que contempla a variação de casos, de internações e de óbitos, ainda permanece na Faixa Vermelha, apesar da ligeira melhora no número de óbitos em toda a região. Até quinta-feira, 25, eram 125 mortes e 4 mil casos só em Ribeirão Preto.

A Acirp também criticou a falta de alternativas oferecidas aos comerciantes. "Não basta fechar serviços considerados não essenciais sem que se apresentem alternativas viáveis, que respeitem, ao mesmo tempo, a integridade física do ribeirão-pretano e permitam ao empresariado sobreviver. Na prática, o poder público trancou a porta e jogou fora a chave".

A Associação alega que tem "preenchido as lacunas deixadas pelos governos" e que segue "apresentando soluções que, ao menos, façam com que o empresariado local possa ter um alento".

Ela, por exemplo, que o sistema 'Take Out', com a retirada de produtos nas lojas pelos clientes, seja implantado de imediato em todo o comércio, não apenas no setor de alimentação e atividades consideradas essenciais.

Segundo o comunicado, a Associação vem negociando com a Transerp a abertura de 20 bolsões de 'Drive Thru' nos principais corredores comerciais da cidade para que o comércio possa se organizar e manter sua atividade.

"A Acirp defende que a dimensão e a gravidade da atual crise socioeconômica exigem que se pense além do lugar-comum. É isso que fazemos, este é o nosso compromisso com os quase seis mil associados e é esta mesma conduta que se espera daqueles que regem e governam", conclui.

Sincovarp e CDL

Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp), citou a importância de as pessoas respeitarem os  protocolos de prevenção para que Ribeirão Preto possa seguir em frente no próximo ciclo do Plano São Paulo.

"A população precisa colaborar saindo de casa somente para o que for necessário, usando máscara de proteção, respeitando o distanciamento e evitando aglomerações. Se cada um fizer sua parte, as empresas voltarão a abrir para o público. Precisamos reabrir o quanto antes e, mais do que isso, temos de permanecer abertos. Todos precisam ajudar!".

Contudo, ele também criticou as medidas do governo. "Todos os municípios paulistas estão nas mãos do governo estadual que é quem tem o poder de decidir onde, quando, quais setores e por quanto tempo o Comércio poderá abrir.  Infelizmente os indicadores do momento são desfavoráveis. A permanência de Ribeirão Preto na fase vermelha vai intensificar a crise socioeconômica que já atinge, de forma grave, nossa cidade e região. Serão mais demissões e fechamento de
empresas", lamentou Lopes.

O Sindicato também lembrou que drive-thru do Comércio continua funcionando na Esplanada do Theatro Pedro II, de segunda à sexta, das 10h às 18h, e, aos sábados, das 9h às 13h. O serviço é gratuito para lojistas e consumidores.

Já André Rezende, superintendente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Ribeirão Preto, destacou a necessidade de lojistas e empresas de serviços se aprimorarem nas plataformas digitais e utilizarem, ao máximo, os sistemas Delivery e Drive-thru em suas vendas. "No dia 1º de julho, o Sincovarp e a CDL lançarão o aplicativo Varejo+, um App de vantagens que vai conectar lojas e empresas de serviços que precisam vender mais com consumidores que querem e precisam pagar menos. Empresas da cidade inteira, independente de tamanho, poderão utilizar a plataforma gratuitamente por 3 meses sem compromisso de permanência após esse período. Poderão divulgar suas ofertas no App com objetivo de vender mais. Além de atuarmos no planejamento da retomada a cada fase da pandemia, também desenvolvemos soluções que possam apoiar os lojistas nesse momento difícil. Temos de manter a esperança e a determinação de superarmos essa crise", explicou Rezende.

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Foto: Luan Porto

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