Escultura de Cândido Portinari é atração em Batatais

Escultura de Cândido Portinari é atração em Batatais

Obra é um resquício do modernismo e o público pode contemplar o neoclássico italiano

Uma obra contemporânea colocada ao lado de um patrimônio tombado foi alvo de contemplação para os moradores de Batatais (SP) e região. A cidade que tem uma igreja com obras restauradas do artista plástico Cândido Portinari também conta com uma escultura que retrata o rosto do pintor, de Brodowski. A arte foi doada pelo peruano e museólogo Manuel Julio Vera Del Carpio.

A escultura de Portinari fica na Praça Cônego Joaquim Alves, em frente ao Santuário da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde. Desde a sua inauguração, em setembro do ano passado, a arte fica a céu aberto, onde qualquer pessoa pode conferir.

De acordo com Manuel Julio, criador da arte, o intuito deste projeto foi presentear a população de Batatais, pois durante um ano, ele e a sua empresa, De Veras Artes, de São Paulo fizeram o trabalho de restauração das obras de Cândido Portinari no município.

“Eu queria deixar alguma coisa para a cidade, pois fui muito bem recebido e acolhido lá, mas, ao mesmo tempo eu não tinha dinheiro para bancar esta obra”, comenta.

Ele conta ainda que depois que teve esta ideia, foi buscar parceiros para poder contribuir com o processo da obra de arte. Assim, apresentou o projeto para a Elisa Cardoso Montes que iniciou uma campanha em que muitas pessoas se mobilizaram e resolveram ajudar na criação da escultura de Portinari.  

Para a munícipe e jornalista Ana Candida Tofeti de Oliveira, a obra é incrível. “É uma escultura que chama muita atenção, pois tem um contraste antigo com o contraste moderno”, comenta.

Ana Candida diz ainda que a escolha pelo local foi boa. “É uma ligação com a Igreja, além de ter deixado a praça mais iluminada com a escultura”, afirma.

Processo

O processo de criação da arte não demorou. “Em torno de sete meses finalizamos a obra, que foi feita de aço inox e ferro carbono com pintura eletrostática”, relata o museólogo. Já em questões financeiras, ao todo foram gastos R$ 100 mil, com patrocínio e ajuda de colaboradores.

Céu aberto

A escolha do local da obra não foi coincidência. Manuel Julio diz que pretendia deixar a escultura à mostra de qualquer pessoa, por isso resolveu deixá-la em frente à Igreja Matriz de Batatais.

“Uma das premissas do projeto era que o publico tivesse contato direto com a obra de arte, pois é uma ação educativa e ao mesmo tempo popular”, diz.

Ele acredita que a arte impõe um respeito e que sua grandeza predominaria sobre o vandalismo, mesmo ficando a céu aberto, sem nenhuma proteção.  “A obra é auto-sustentável, com chapa de ferro, o que vai garante uma durabilidade muito grande”, conclui.


Foto: Divulgação

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