Grupo Dedini pede recuperação judicial
Empresa tomou a medida para conseguir tempo para renegociar com os credores e fazer reestruturação
O Grupo Dedini com sede em Piracicaba e filial em Sertãozinho entrou com um processo de recuperação judicial no Fórum de Piracicaba, na segunda-feira, 24. A intenção da empresa é conseguir mais tempo rara renegociar com os credores e fazer uma reestruturação interna.
O advogado que está cuidando do processo, Júlio Mendel, explica que a recuperação judicial é “uma ferramenta para evitar que a empresa quebre, e isso garante proteção aos credores da Dedini, que terá mais tempo para negociar as dívidas”.
Mendel também diz que a recuperação judicial preservará os empregos de quem está trabalhando na indústria especializada em metalurgia, e que faz parte da cadeia produtiva do setor sucroenergético, e também garantirá que os vencimentos destes colaboradores sejam cumpridos, já que alguns empregados relataram que desde março estavam recebendo bem menos do que o acordado com a empresa em carteira.
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Atualmente, a Dedini deve cerca de R$ 300 milhões. São dívidas trabalhistas, com fornecedores, credores, fisco e bancos, de acordo com informação publicada pela Agência Estado, nesta quarta-feira, 26.
Além das fábricas em Sertãozinho e Piracicaba, a empresa conta com equipamentos em Maceió (AL), e Recife (PE). Desde 2008, quando estourou a crise econômica mundial, foram cancelados mais de R$ 520 milhões em contratos para produção de usinas sucroenergéticas, e o faturamento da empresa caiu 80%.
Neste ano, as unidades da empresa já enfrentou greves de trabalhadores, em função de salários atrasados e demitiu recentemente mais de 600 trabalhadores. Muitos ainda aguardam o acerto de verbas rescisórias. Temporários que tiveram seus contratos encerrados também aguardam o pagamento.
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Foto: Arquivo Revide