Manifestantes lotam esplanada do Pedro II em protesto contra cortes na educação
Manifestantes se concentram na esplanada do Theatro Pedro II no final da manhã desta quarta-feira, 15

Manifestantes lotam esplanada do Pedro II em protesto contra cortes na educação

Estimativa é que cerca de 4 mil pessoas, principalmente estudantes e professores, participam do ato em Ribeirão Preto

O ato contra o bloqueio de verbas do Governo Federal na educação reúne cerca de 4 mil pessoas no final da manhã desta quarta-feira, 15, na esplanada do Theatro Pedro II, no Centro de Ribeirão Preto. A manifestação começou nas primeiras horas da manhã, em frente aos três portões da USP.  Alunos e professores seguiram em marcha da Avenida do Café até a região central. A paralisação segue pacífica, acompanhada pela Polícia Militar e também agentes de trânsito da Transerp.

Segundo Annie Schmaltz, diretora da Associação dos Docentes da USP de Ribeirão Preto, o ato é uma resposta ao bloqueio de 30% na verba a universidades federais anunciado pelo Governo Federal e a suspensão de bolsas de pós-graduação anunciados pelo Ministério da Educação (MEC). Grande parte do contingenciamento nas federais se refere aos gastos não obrigatórios (chamados de discricionários), e 3,43% do orçamento total das federais. “Isso impacta diretamente as universidade, como a manutenção de prédios, por exemplo. Já o anúncio de semana passada, dos cortes no Capes, atinge diretamente a ciência e tecnologia no Brasil. A USP, nesse sentido, foi fortemente atacada” explica.

Annie é diretora da Associação dos Docentes da USP de Ribeirão

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é uma fundação vinculada ao Ministério da Educação e que atua na expansão e consolidação da pós-graduação em todos os estados do país. Na última quarta-feira, 8, o Governo de Jair Bolsonaro comunicou a suspensão da concessão de novas bolsas de mestrado e doutorado de fundação. A medida veio uma semana depois de o MEC anunciar o contingenciamento de 30% das verbas das universidades federais.

Na quinta-feira, 9, Anderson Ribeiro Correia, presidente da Capes, explicou que, o “bloqueio preventivo” seria aplicado a 3.474 bolsas. Já outras 1.324 bolsas de pesquisadores fazendo pós-graduação fora do Brasil, ou de mestrandos e doutorandos matriculados em programas com nota 6 e 7, que também haviam sido bloqueadas, seriam reabertas.

“Hoje, 95% da pesquisa brasileira é feita por pós-graduandos. Nossa função, além de ensinar, formar profissionais, também é produzir ciência e produzir conhecimento. Redução em pesquisa é redução em investimento. Cortar em pesquisa e educação destrói o País”, disse Eurico Arruda, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

O professor Eurico Arruda defende que os recursos devem ser mantidos

Para o estudante de psicologia Leonardo Mantoani, 24 anos. “É um movimento muito bonito. E o tamanho desse movimento mostra a importância da universidade pública. Um Brasil sem pesquisa, é um Brasil sem nada. Somos referência em muitas áreas e esses cortes ameaçam isso.”

O estudante Leonardo Mantoani alerta para o retrocesso que cortes podem trazer


Foto: Luan Porto

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