Histórias de mulher

Histórias de mulher

Em celebração a Mulher e ao aniversário da Revide, reunimos 30 mulheres que, através de suas histórias pessoais homenageiam seu gênero e lembram a busca de igualdade, mas sem perder a ternura

Este é um ano para lá de especial para a Revide que, em julho, chega ao trigésimo aniversário. São três décadas de muitas histórias contadas em incontáveis páginas publicadas. Nesse período, foram diversas as oportunidades de retratar a mulher — não apenas por ocasião da data comemorativa, em 8 de março, mas também de destacar a participação feminina no desenvolvimento de Ribeirão Preto. 

Em matérias de capa, reportagens especiais ou entrevistas, notas, editoriais de moda ou artigos e até mesmo em edições exclusivamente comemorativas, nos distintos modelos possíveis da publicação semanal, a mulher sempre esteve presente e se fez notar.

Desta vez, para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a revista inseriu a data no contexto da própria comemoração dos 30 anos e reuniu, de uma só vez, 30 mulheres para, por meio de suas histórias pessoais, cumprir o propósito de homenagear todas as mulheres, que em suas múltiplas facetas como mães, esposas, profissionais e seres humanos, antes de tudo, preenchem, cada vez mais, todos os espaços possíveis.



Retratadas pela lente sensível da fotógrafa Lídia Muradás, surgem, a seguir, mais do que 30 mulheres, 30 histórias muito bonitas de vida que envolvem, cada qual a seu modo, características comuns a toda mulher, como força, determinação, coragem, superação, perseverança, fé, docilidade, gentileza, amorosidade, compreensão e flexibilidade, entre tantas outras.

São histórias tocantes, porque justamente no singelo, no dia a dia, a História da humanidade se escreve no tempo. A partir das escolhas individuais, a engrenagem da vida se move sendo, portanto, tão importante para o futuro as atitudes de cada mulher hoje, como foram ontem as ações de cada uma para atualidade. Ane Fisher, por exemplo, antes de entrar para a história, era apenas uma mãe com um sonho de ir para o espaço. Sabiha Gökçen desejava ser piloto de caça. Leila Diniz, por certo, não premeditou se tornar símbolo da revolução feminina no Brasil, só pretendia tomar sol na barriga. Joana D´Arc, Mata Hari, Maria Quitéria e Anita Garibaldi, assim como tantas outras, foram mulheres apaixonadas por seus ideais. Sim, a história está cheia de marcas e de desaforos, de conquistas e de aplausos também e, para uma mulher, cada dia pode ser, ao mesmo tempo, uma batalha e uma vitória.

A lista de mulheres — simplesmente mulheres — maiores do que a própria questão de gênero, no entanto, estende-se muito além do que a História registra. São Marias e Anas de todos os tipos, Cláudias, Sandras ou Sonias de diferentes tons, isso entre tantos outros nomes, todos construindo especial sentido ao que é ser mulher, independente do tempo.

Ser mulher, nos dias de hoje, não é muito diferente do que foi ser mulher no passado, assim como narram as histórias dessas 30 personagens. Consiste, antes de tudo, em dedicar-se com toda energia ao propósito de ver seus sonhos realizados. E, claro, ao prazer indiscutível de compartilhar com aqueles a quem se ama desde pequenos momentos até grandes realizações.



1-Ana Cristina de Paiva Franco Toledo, advogada

“Otimista precavida”. É assim que a advogada de 42 anos se define. A ribeirãopretana deixou a cidade aos 17 anos para viver o sonho de estudar Direito no Largo de São Francisco, em São Paulo. Depois de 12 anos na capital, retornou para se dedicar às áreas societária e comercial, sua grande paixão na profissão. Mãe de uma garota de sete anos e casada com um psicólogo, seu amor desde a adolescência, Ana aproveita o tempo livre para ler, praticar yoga, tocar piano, estar com os amigos e, sempre que possível, viajar. “Em Ribeirão Preto, tive a oportunidade de construir sólidas amizades, de estudar em ótimas escolas, de aprender idiomas e artes. Ao voltar, em 2003, encontrei uma cidade ainda melhor, que continua a acolher pessoas de todas as partes, tornando-se ainda mais diversa e interessante. Realizo-me plenamente como profissional aqui, o que me deixa muito feliz”, garante. Para Ana, toda mulher deveria buscar o autoconhecimento, ultrapassar seus limites e assumir suas escolhas. “Hoje, muito mais do que no passado, a mulher pode buscar autonomia e independência, não só no plano dos direitos, mas também no cotidiano. É preciso, porém, reconhecer que ainda existem muitas travas culturais e emocionais relacionadas ao gênero e prestar atenção para mudar de atitude diante delas, pois essa é a única forma de viabilizar que cada mulher possa realizar-se em sua plenitude”, conclui.



2-Ana Maria Trindade, executiva
Psicóloga por formação, a executiva de 53 anos — 23 deles dedicados ao trabalho na Coca Cola —, tem muita história para contar e muitas outras para ainda vivenciar. “Tenho energia de sobra, muita determinação  e entusiasmo com a vida. Essas são algumas das minhas características”, afirma. Quem a conhece sabe bem da sua habilidade em administrar a firmeza e a doçura, em uma única Ana, que adora transformar e construir. Seu grande hobby retrata esse desejo: ama plantar, recuperar áreas degradadas e acompanhar as mudanças. “Plantei mais de 10 mil árvores em meu sítio em Delfinópolis e assisti o retorno de tucanos, papagaios, canários, pássaros pretos e tantos outros bichos, um verdadeiro espetáculo da natureza”, conta. Agradecida a Ribeirão Preto, a executiva, que agora trabalha no Rio de Janeiro, sente saudade. “É uma ‘cidade luz’, talhada para servir e para onde sempre voltarei”, define. Cidade que também deu à Ana a oportunidade de se envolver — e se desenvolver — com o voluntariado. “Há alguns anos, tive a oportunidade de conhecer de perto o projeto “Voluntários do Sertão” e, desde então, dedico parte do meu tempo a essa experiência maravilhosa de voluntariado, que me dá a chance de utilizar minhas habilidades em beneficio do próximo e me ensina, a cada edição, um pouco mais sobre mim mesma e sobre a humanidade.  A cada ano, um tijolinho a mais é assentado na construção de uma Ana melhor, mais humana e capaz de enxergar o que realmente tem valor”, avalia. Para o Dia Internacional da Mulher, a executiva diz que vale sempre a lembrança de que ainda há um longo caminho a ser percorrido em busca dos mesmos direitos na vida e nas condições de trabalho para as mulheres. “Acredito que essa conquista virá através da consciência de que somos diferentes e plurais”, finaliza Ana.



3-Anelise Gaya Laguna Gironi, personal trainer
Natural de Ribeirao Preto, Anelise se descreve como uma pessoa alegre e comunicativa, que adora o que faz. Personal trainer há quase 20 anos, graduada na Unaerp em 1997, tem muito orgulho de dizer que já ajudou muitas pessoas a adquirirem gosto pela atividade física. Feliz, casada há oito anos com Gustavo Gironi, também personal trainer e sócio-gestor da Corpore, a mãe da linda Manu, de 5 anos, não se imagina morando em outro lugar que não seja Ribeirão Preto. “Perto da minha enorme e amada família, na qual sou muito ligada e que está toda aqui. Adoro essa cidade acolhedora, com forte importância econômica, referência em centros de saúde, faculdades, agronegócios e cultura”, afirma. Nos momentos de lazer, gosta de ir ao cinema e adora explorar a variedade de bons restaurantes com seu marido, amigos e familiares. “Desde que me tornei mãe, sinto-me uma mulher completa, tentando a cada dia ser uma pessoa melhor, mais humana e ética, como exemplo para minha filha”, finaliza.



4-Aneliza Vittorazzi, cirurgiã plástica
Ribeirãopretana formada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, mesma instituição de ensino onde concluiu as residências em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica, Aneliza Vittorazzi (CRM 125785, RQE 38177) se vê como uma mulher batalhadora. Uma vencedora em um mundo onde os homens são maioria. Apaixonada pela profissão, Aneliza encara cada cirurgia como um desafio único e uma oportunidade de proporcionar aos pacientes a realização de seus sonhos. “Sentir a alma dos pacientes é a chave para garantir o sucesso nas cirurgias. Sou apaixonada pela minha profissão, não me vejo fazendo outra coisa na vida. O sorriso dos meus pacientes e o carinho que recebo é a melhor sensação do mundo”, afirma a cirurgiã. Para relaxar um pouco dessa entrega e experimentar outros prazeres, Aneliza gosta de viajar, sair com amigos e ficar com a família, que sempre foi seu alicerce. O incentivo dos familiares foi essencial para conseguir atingir seus objetivos, principalmente da mãe, que sempre a incentivou nos estudos e nos momentos mais difíceis. “Minha mãe é um grande exemplo, é meu porto-seguro, minha fortaleza. Sem ela, não estaria onde estou hoje”, agradece a filha.



5-Aurisinha Gasparini, professora
Por quatro vezes primeira-dama de Ribeirão Preto, participando ativamente das administrações, inclusive na presidência efetiva do Fundo Social de Solidariedade, Auri Stella Menna Barreto Gasparini, ou simplesmente “Aurisinha”, como prefere ser chamada, adotou a cidade por obra do destino, acompanhando o pai, o tenente coronel Heitor Cunha Menna Barreto, que assumiu a chefia da 5ª CSM, em 1965. Professora primária formada, assim como em “Teoria em História da Música”, no Conservatório Brasileiro de Música” e no curso de acordeon do Conservatório Mário Mascarenhas, pertencendo a uma família de muitos músicos e artistas, Aurisinha tornou-se professora de acordeon  e violão no Conservatório Musical Carlos Gomes e também lecionou em escolas de 1º grau. Desde criança, acompanhava os pais, os avós  e os tios nas cantorias familiares, uma paixão assumida também pelos filhos e netos. Avessa a badalações, atualmente curte reuniões familiares e com amigos. Para ela, a mulher tem um papel preponderante na comunidade, embora nem sempre seja reconhecido. “É muito importante ocupar qualificadamente todas as funções almejadas”, observa Aurisinha.



6-Carla Tanuri Caldas, médica
Baiana de Juazeiro, Carla Caldas reside em Ribeirão Preto há 23 anos. Veio em busca da excelência na Medicina e se sentiu acolhida. “Fiz aqui minha residência médica, exerço minha profissão e procuro partilhar os meus conhecimentos com os colegas e pacientes”, afirma a médica neuropediatra e fisiatra. Mãe de Gabriela e Manuela, nascidas em Ribeirão Preto, e casada há 22 anos com um médico, Carla é apaixonada por viagens e sempre que pode aproveita para fazer suas atualizações científicas, unindo o estudo ao prazer de conhecer novas culturas. Para ela, ser mulher é ter o dom de gerar vida, ser sensível, conseguir dividir o tempo com trabalho e família com dedicação e zelo, corrigir quando necessário e festejar as conquistas. “Como mulher católica tento seguir os ensinamentos de Maria, aquela que tudo ouve, tudo vê, e que guarda tudo no seu coração. Tenho na religião católica o alicerce da minha família, onde juntos participamos da vida em comunidade e movimentos da igreja católica. Considero os amigos ribeirãopretanos como parte da minha família”, conclui a médica. 



7-Cecília Guião, bióloga e empresária
Bióloga pós-graduada pela USP, Cecília Guião lecionou Zoologia em cursinho pré-vestibular, em São Paulo, Fisiologia Animal e Vegetal na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP-RP e Ciências e Biologia para alunos de 5ª série ao 3º colegial. Curiosa sobre a natureza do mundo mineral, natural e animal, Cecília se emociona ao lembrar a etapa de vida acadêmica. “Deixei a profissão para trabalhar na Santa Emília — empresa familiar de 112 anos — e conheci o mundo da administração e dos negócios, onde o poder majoritariamente era masculino, muito diferente do acadêmico, onde a mulher se destaca desde Madame Curie, precursora nos estudos da energia atômica. Um mundo onde ninguém pergunta se a pesquisa foi feita por mulher ou homem, onde a inteligência masculina e feminina são reconhecidamente iguais”, aponta. Com a sensibilidade deste olhar, a diretora da empresa busca motivar a igualdade dos gêneros e incentivar o desenvolvimento pleno dos colaboradores. Mãe orgulhosa de cinco filhos e casada há 51 anos com Rui Flávio, com quem compartilha alegrias e preocupações, Cecília diz ter com o marido um pacto de amor e de profissionalismo. 



8-Cláudia Maria Lico Habib Tofano, promotora
Natural de Ribeirão Preto, casada com o médico veterinário Paulo Ernesto Tofano Neto, mãe de dois filhos e três enteados, Cláudia Habib é promotora de Justiça há 19 anos. Trabalhou em várias cidades antes de voltar, designada para atuar no Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (GAEMA). “Ribeirão Preto possui pessoas aguerridas, trabalhadoras e que se empenham em torná-la um lugar cada vez melhor para se viver. A capacidade de enfrentamento dos problemas pela população é muito grande”, avalia. Para ela, nada justifica o esmorecimento ou a acomodação com questões importantes como saneamento, educação ambiental e prevenção e combate a doenças que já deveriam ter sido erradicadas, como as transmitidas pelo mosquito aedes aegypit. Ainda assim, considera a cidade alegre e encantadora. Cláudia acha que toda mulher deve se orgulhar de ser mulher por saber conciliar docilidade e firmeza, aconchego e responsabilidade. “A mulher é fundamental para o equilíbrio e a sustentação da família. Percebe as dificuldades, mas mantém a esperança e o bom ânimo, tornando o mundo ao seu redor mais alegre e leve. Acorda antes do nascer do sol, leva os filhos para a escola, trabalha  arduamente, enfrenta com coragem as hostilidades do mundo, retorna para casa no fim do dia, cuida dos afazeres domésticos e, ainda assim, sempre tem uma palavra de carinho e de conforto. Lastimável que ainda enfrentem preconceitos  e violências de gênero e que, muitas vezes, elas mesmas não reconheçam o próprio valor e o quanto que são capazes de transformar”, conclui a promotora.



9-Dalva Aparecida Ferreira, empresária
Visionária, Dalvitta, como é conhecida, foi uma guerreira, disposta a vencer barreiras e tabus sociais para viver à frente do seu tempo. Buscou forças na educação recebida dos pais para conquistar o lugar almejado, uma liberdade para poucas mulheres em meados dos anos 60. Do trabalho realizado com dedicação e carinho, na garagem da casa da família, nasceram e ganharam o mundo suas primeiras criações. Depois de muitos anos, já com a marca consolidada e atendendo a clientes da cidade e da região, foi pioneira no sistema de locação de trajes na cidade, buscando na capital inspiração, soluções e condições para viabilizar sonhos. Aos 72 anos, a mãe e avó batalhadora que comemora 52 anos de empresa aprende com a modernização e contribui com seu olhar clínico para a história do ateliê. Encontra no trabalho força para viver com alegria e mostra, por meio do exemplo, a importância da determinação e do amor ao que se faz para obter sucesso.



10-Darlene Caprari Pires Mestriner, farmacêutica
Natural de Ribeirão Preto, a profissional da saúde pública escolheu essa área pelo grande desafio e pela possibilidade de aprendizado e transformação que esse trabalho possibilita diariamente. Casada com o cirurgião dentista Marcelo Mestriner, seu namorado há 31 anos, Darlene considera um privilégio ser mãe da Luisa e do Lucas, seus “maiores  presentes”. Gosta de viajar com toda a família, incluindo avós, irmão, cunhada e sobrinhos, os príncipes gêmeos André e Daniel, mas as atividades da Secretaria Municipal da Saúde e, atualmente, como Gestora da Fundação Hospital Santa Lydia, não tem permitido muito esse prazer. Também adora cantar, assim como a filha, Luisa, que, segundo ela, já superou a mãe, enchendo-a de orgulho. Cozinhar é outra paixão. “O risoto de frutos do mar é meu prato favorito. E não me importo em fazer um ‘jantarzinho básico’ para 20 ou 30 pessoas”, comenta. Na arte gourmet, também foi superada, desta vez, pelo filho Lucas, o atual mestre-cuca da casa. Plagiando Paulo Freire, Darlene deixa sua mensagem final, acreditando ser possível transformar o mundo, com sonhos, utopia e projetos.



11-Edilah Biagi
Muitos dizem que “por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher”, mas dona Edilah Lacerda Biagi, descendente de uma importante família portuguesa, sempre fez questão de estar ao lado do marido, o empresário Maurilio Biagi (falecido em 1978), em todas as horas. Ele, um ícone do empresariado nacional, engajado no propósito de ajudar a desenvolver o Brasil, em especial, a região de Ribeirão Preto e o vasto interior paulista. Ela, uma mãe exemplar, disciplinada, carinhosa, forte, determinada e sempre de bem com a vida. Que o digam seus oito filhos, netos e bisnetos, que a têm como grande exemplo e inspiração. Além deles, Ribeirão Preto também conhece, e reconhece, o comprometimento de dona Edilah com tudo o que for para fazer o bem e tornar o mundo melhor e menos desigual. No livro que conta sua história, idealizado pela família Biagi, é possível entender porque dona Edilah é tão admirada. E mais do que isso, fica claro, para o leitor, o quanto seus valores e princípios contagiam as pessoas que com ela convivem. Quando uma pessoa é capaz de influenciar outras com seu carisma, boas vibrações e atitudes positivas, significa que esta é uma verdadeira líder. Assim é dona Edilah Lacerda Biagi, uma liderança que, com seu exemplo, diz ao mundo: “viva intensamente e procure fazer a diferença, sempre para o bem.”



12-Elmara Bonini, educadora
Intensamente entregue a tudo o que faz, Elmara Bonini é apaixonada pela causa da Educação. Desde muito jovem, acompanhou os pais na gestão da Associação de Ribeirão Preto (AERP) e, ao lado do chanceler Electro Bonini, capitaneou o processo de reconhecimento da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), hoje, entre as dez melhores universidades particulares do país, segundo o MEC. Referência no universo da Educação Superior, a educadora especializada em gestão universitária concilia a vida profissional com a familiar, entre cinco filhas, genros, netos, irmão e sobrinhos. Em sua agenda não faltam compromissos nos Campus de Ribeirão Preto e do Guarujá, em Brasília ou em São Paulo. Formada em Serviço Social e mestre com dissertação na área de educação sobre “O Modelo de Universidade Regionalizada”, foi a primeira mulher a ocupar a presidência do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB). Elmara também foi secretária municipal de Educação de Ribeirão Preto por quatro anos e presidente da Câmara de 3º Grau do Conselho Estadual de Educação por dois mandatos. Acredita no poder transformador da Educação e nas possibilidades de emancipação do ser humano por meio do conhecimento. “Apoio minha capacidade de trabalho na ação social realizada pela UNAERP junto à comunidade regional e na busca incansável pela excelência do ensino”, afirma a reitora.



13-Eny Aliperti Ferreira, artista plástica 
A mudança para Ribeirão Preto, há 38 anos, não foi nada fácil em princípio, pois ela era muito apegada à família. Veio com o marido e a filha, que foi única por nove anos, quando chegaram outros três irmãos. Aos poucos, Eny foi fazendo amizades e depois veio sua irmã mais velha. “Fora o calor”, a cidade mostrou todos os seus encantos, conquistando-a por completo. “Foi nessa época que resolvi me dedicar a um de meus sonhos, o de me tornar artista plástica. Já havia frequentado alguns cursos e ateliês em São Paulo, mas aqui tive a oportunidade de me envolver mais profundamente com essa área. Desde então, a arte passou a ser parte importante de minha vida”, conta a artista. Por meio do trabalho, Eny expressa sua visão de mundo, da vida e do que é ser mulher. Participa de um coletivo, as Zeferinas, criado por mulheres artistas justamente para falar da situação feminina, dessa mulher que tem suas lutas, pesquisa e produz um trabalho sério como qualquer outro artista, mas nem sempre encontra reconhecimento. “Ribeirão Preto é ambígua. Temos instituições importantes, como o MARP e o Instituto Figueiredo Ferraz, que promovem a arte contemporânea e possibilitam à população entrar em contato com o melhor da produção artística atual, incluindo debates e palestras, mas poucos se interessam e prestigiam. Também vemos a Orquestra Sinfônica, uma das mais antigas em atividade, passando por dificuldades. Penso que é nossa tarefa colocar a cidade no circuito cultural dos grandes centros”, salienta a artista.



14-Heloísa Martins Mimessi, juíza 
Corria o ano de 1995 quando a juíza de Direito Heloísa Martins Mimessi, residindo em São Paulo e trabalhando em Guarulhos, decidiu que era hora de proporcionar a seus filhos pequenos uma vivência interiorana, como ela mesma, nascida em Assis, tivera. Assim, acompanhada do marido, Ricardo, passou a visitar cidades onde valeria a pena viver. A dúvida se dissipou quando, de um ponto alto da estrada, tiveram a primeira visão de Ribeirão Preto. Impressão confirmada ao conhecer a cidade, sua gente, funcionários, advogados e colegas receptivos no Fórum Estadual, sua pujança, recursos e vibração, seus “traços deliciosamente contraditórios de vilarejo e metrópole”. Malas feitas, casa nova, vida nova, filhos criados com largueza. Quase 20 anos de trabalho e muitos amigos queridos depois, filhos crescidos e fora da cidade, Heloísa abriu-se a novos desafios, transferindo-se para a Capital para trabalhar no Tribunal de Justiça, Seção de Direito Público, como juíza substituta em Segundo Grau, ainda mais que em São Paulo está atualmente reunida, por questões de trabalho, sua família quase toda. Ainda é em Ribeirão Preto, no entanto, que se refugia, nos fins de semana, para repor as forças, afinal, para Heloísa, Ribeirão Preto é uma cidade “danada de boa” para se viver.



15-Josmara Bianco Molina, empresária
Formada em Psicologia na USP, o lado família falou mais alto. Pouco após a conclusão da faculdade, Josmara Molina foi trabalhar junto com o pai e o irmão nas Emissoras Regionais. Hoje, mais de 26 anos depois, segue a frente da Difusora FM e encontra energia e disposição para iniciar uma nova fase recheada de projetos e sonhos. Nascida e criada em Ribeirão Preto, diz morar em uma cidade maravilhosa, com problemas como tantas outras, mas presenteada por suas condições naturais e por sua gente. “`Esta é uma cidade de oportunidades, desafios e realizações”, afirma a empresária, para quem a mulher moderna ultrapassou a necessidade de provar ser capaz de vencer no mercado de trabalho. “Já fizemos isso”, destaca. Para Josmara, a ambição feminina atual é mais profunda: trata do desafio de buscar equilíbrio nos mais diversos aspectos. “Estar bem com o marido e os filhos, com a profissão escolhida, com o corpo, com a chegada dos cabelos brancos e com as vitórias e derrotas do caminho. Simples e complicado assim”, declara. Talvez isso explique o prazer de se dedicar à arte do mosaico, onde pequenos cacos de vidro, inicialmente perdidos, se unem na criação de algo único e harmônico. Citando o filósofo dinamarquês Kierkegaard, Josmara deixa sua mensagem. “A vida só pode ser compreendida olhando para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para frente”.



16-Luciana Orsini, professora 
A paixão pela Educação é o que move Luciana Orsini, atual diretora do Colégio Auxiliadora de Ribeirão Preto. Ela chegou ao cargo em 2015, completando uma trajetória que começou aos seis anos, quando se tornou aluna do colégio. Atuou e assessorou na Pastoral da Juventude Estudantil, fez Magistério e logo se tornou auxiliar de classe, professora e coordenadora pedagógica. Completou a graduação em Pedagogia, especializou-se em Educação Especial, fez Psicopedagogia e pós-graduação em Coordenação Pedagógica e cursa Gestão Escolar. Natural de Ribeirão Preto, Luciana elogia a característica do município de ser acolhedor. “Os que aqui chegam sempre colaboram para o desenvolvimento da cidade e auxiliam para sua renovação constante. Estou realizando meus sonhos aqui. Tenho meus amigos, minha família, minha carreira, à qual me dedico com comprometimento, e venho buscando qualidade de vida”, afirma a diretora, que adora ser mãe. Sempre ao lado da filha, a pequena Beatriz, e do marido, o personal trainer Rodrigo Orsini, ela aproveita a vida fazendo passeios ao ar livre e atividades culturais. Também faz exercícios físicos regularmente e procura ter uma alimentação saudável. Para ela, toda mulher deve acreditar em seu potencial, em sua força interna e na sua imensa riqueza criativa. “É preciso estimular o protagonismo das mulheres na sociedade, no trabalho e na política. É importante estar em contato com nosso universo interno e agir de acordo com nossos valores e princípios, sem preconceitos ou estereótipos, apenas fazendo valer nossos direitos”, finaliza.



17-Ludmila Puntel, psicóloga e professora
Ela está sempre de camiseta rosa, correndo pelas ruas de Ribeirão Preto, algo que pode parecer comum, mas tem uma dimensão enorme na vida de Ludmila Puntel. Divorciada, mãe de duas meninas, foi à luta para retomar seu caminho e, nesse processo, identificou-se com a corrida de rua. “Tinha duas alternativas: medicar-me para não cair em depressão ou fazer esporte”, conta. Seu perfil comunicativo e agregador fez com que reunisse uma galera sedentária que, agora, tem “asas nos pés” e se intitula Ludsrun. São amigos que se juntam para correr e aproveitam para desenvolver ações solidárias. “Dois anos e meio depois, eu, que mal chegava até a esquina, já me preparo para correr meia maratona”, diz toda contente.  Corrida, para Ludmila, é sinônimo de superação, de vitória, de antidepressão, mas não só de corrida vive essa ribeirãopretana, que cresceu declamando poesias. Filha de escritor, emergiu desse mergulho no reino das ideias literárias uma psicóloga — mestre pela Universidade de São Paulo — e também professora de Língua Portuguesa. “É uma alegria estar em sala de aula, motivando alunos a descobrirem a riqueza da palavra escrita ou adultos a dominarem a oratória”, afirma. Para Ludmila, a maternidade a ensinou a ser mais paciente, flexível e dócil. Forte e decidida, ressente-se por visualizar a mulher, ainda, como um objeto do mundo masculino, mas acredita na transformação por meio da educação. “Temos que ensinar nossos filhos a não julgar as pessoas por suas roupas, suas atitudes ou pelo sexo”, conclui Ludmila.



18-Manuela Del Lama Titoto, escritora
Mãe da Isabella e do Caetano e esposa do Bernardo, a escritora Manuela Titoto é, acima de tudo, uma pessoa feliz consigo mesma. Ama estar com os filhos e escrever. No tempo livre, gosta de ler livros ou revistas e assistir filmes, além de cozinhar e de praticar yoga. “São os hábitos que fazem a minha pessoa”, afirma. Apaixonada por Ribeirão Preto, cidade soberana em seu coração, onde cultivou com carinho suas melhores memórias, impressas nos parques, nos shoppings, nos restaurantes e em lugares que deixaram de existir, diz que Ribeirão Preto não é só do chope, mas do sol, do riso solto, da gastronomia e da descontração. “Aqui cresci e aqui quero que meus filhos cresçam”, declara. “Atualmente, também é a cidade da dengue e da zica, mas somos guerreiros para combatê-los”, completa. Sobre o papel da mulher da atualidade, Manuela é taxativa: “nosso sexo é multifacetado”. Sem abrir margem para o questionamento sobre a capacidade de realização feminina, o que, por si só, já seria machismo, a escritora define com sensibilidade o que é ser mulher. “Sob o risco de parecer pretensiosa, arrisco dizer que atualmente ser mulher é ser homem — e ir além. Isso porque ser mulher é ser busca. A busca equilibrada entre a ternura e a garra, o trabalho e a casa, os filhos e o marido. A busca pela sua própria escolha e pelas suas consequências. O homem, de modo geral, já nasceu ‘encontrado’ na nossa sociedade. A arte de se fazer mulher tem suas nuances em suas opiniões. Não consigo ver sexo mais forte do que esse”, pontua.



19-Maria Amélia Zuccolotto, professora
Natural de Altinópolis, Maria Amélia recebeu da Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto o título de cidadã ribeirãopretana e ocupa a cadeira 21 da Academia Ribeirão-pretana da Educação. “Minha vocação de educadora surgiu desde menina, quando brincava com minhas amigas de bonecas, de escolinha e eu sempre era a professora”, conta a diretora da Escola Municipal Nélson Machado. Esposa de Galba Stênio Teixeira, mãe de Andrea e Renata e avó de Leonardo, Marina e Fernando, suas riquezas, Maria Amélia iniciou trabalhos voluntários em meados de 1959, na Vila Carvalho, e nunca mais parou de se envolver nesses projetos, como o “Sopro da Vida”, que, com muito apoio, completa 10 anos em 2016 tirando crianças da rua no contraturno escolar para aprender flauta. O envolvimento com a comunidade sempre foi para ela uma responsabilidade. “Meu compromisso é trabalhar por uma cultura de paz e não violência. Esse é meu ideal, o objetivo de vida de uma educadora que exerce sua profissão com alegria e entusiasmo”, afirma. Para ela, embora vários paradigmas tenham sido quebrados, trazendo uma nova consciência sobre o feminismo, muitas mulheres ainda sofrem com a herança do sistema social patriarcal, onde a violência se destaca. “Mesmo com leis específicas, como a Lei Maria da Penha e as delegacias da mulher, sou testemunha viva, como gestora de escola de periferia, de numerosos casos de agressões domiciliares, assédio e estupro. Considero, assim, que ainda temos muitos desafios a enfrentar”, finaliza a educadora.



20-Maria Ângela Siena Weidle, psicóloga
Estar em Ribeirão Preto, para Maria Ângela, é uma escolha. Ela morou na cidade até os 18 anos, depois, viveu alguns anos em Santa Catarina e em São Paulo, onde graduou-se em psicologia e trabalhou por 25 anos como psicoterapeuta individual e de grupo com Paulo Gaudêncio e Moacir Costa em suas clínicas multidisciplinares. “Escolhi retornar a Ribeirão Preto, porque a considero uma bela cidade. Aqui tenho família e amigos de toda vida e hoje tenho meu consultório. Somos uma equipe de psicólogos, médicos e outros terapeutas. Trabalhamos em conjunto. Amo o que faço”, afirma. Aos 62 anos, mãe de dois filhos, Maria Ângela curte seu tempo livre aproveitando a natureza, fazendo viagens, indo ao cinema ou se dedicando ao prazer da literatura. Acredita que o papel da mulher brasileira na atualidade seja conseguir desempenhar múltiplos papéis, em diferentes contextos. “Para isso, necessitamos desenvolver desde cedo nossa criatividade, autoestima, capacidade de adaptação, de superação, força para lutar por nossa identidade, além de manter os nossos direitos à sensibilidade e à afetividade”, pondera a psicóloga clínica.



21-Maria Apparecida Adorno da Costa, bancária 
Natural de Cafelândia, “Cidinha”, como é chamada, veio para Ribeirão Preto em 1985 e se sentiu tão bem acolhida que nunca mais partiu. “É uma linda cidade, que oferece tudo o que um grande centro possui em termos de educação, cultura e lazer”, afirma. A professora de Matemática fez carreira no Banco do Brasil, onde se aposentou em 1996, dando início a uma nova e importante etapa de sua vida: o trabalho voluntário na instituição filantrópica Obreiros do Bem. Atualmente, além da dedicação à família, especialmente direcionada às duas filhas, já adolescentes, a voluntária desenvolve atividades pertinentes à função de diretora presidente da entidade, participando ativamente da movimentação em torno da criação da Federação das Entidades Assistenciais de Ribeirão Preto. “Busco levar aos parceiros  de ações sociais da comunidade a minha experiência no trabalho voluntário, pois acredito ser possível a transformação  de uma sociedade através dos investimentos sérios e sustentáveis nas políticas de inclusão social”, afirma. Convicta de que muito se pode fazer por meio da atuação séria e solidária, que aproveita e valoriza  as parcerias de vários  segmentos, dispostas a fortalecer quem responsavelmente  se dispõe ao trabalho social, Cidinha vê a mulher na atualidade como um agente transformador da sociedade. “A mulher sempre exerceu papel importante dentro do lar,  a célula-mãe da sociedade, e à medida que se oferece oportunidade de mostrar talentos e cooperar nas mudanças que se fazem necessárias, tudo se amplia”, conclui Cidinha.



22-Maria Cláudia de Seixas, advogada
Dona de uma alegria contagiante, a advogada Maria Cláudia de Seixas se considera uma mulher privilegiada, por se sentir realizada, tanto no âmbito pessoal como no profissional. Mãe solteira, que não mediu esforços para criar e educar a filha Naiara, seu maior orgulho, a avó de Matheus decidiu, aos 55 anos, unir-se em matrimônio com o companheiro de mais de duas décadas, o também advogado João Bosco Abrão. Dedicada também à paixão de ensinar, um amor que nasceu na infância, por força inspiradora da mãe, Solange, Claudia é também empresária, à frente de um curso preparatório para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Com 30 anos de carreira, como advogada e professora, declara-se plena, pois ama o que eu faz. “Acredito que não precisamos de muito para sermos felizes, basta semearmos o bem, por isso, sempre pautei minha vida pelo caminho da retidão, preocupada com o próximo, e nunca me arrependi de agir dessa forma. Fazer tudo o que faço com amor influencia diretamente na minha felicidade. É assim que me sinto”, conclui.



23-Melissa Velloso, profissional de Marketing
Seu nome é Melissa e seu trabalho é falar com pessoas. Se não fosse uma profissional formada e atuante da área de Marketing, ela o seria naturalmente, pois seu dom nato, maior prazer e ferramenta de trabalho e de lazer é, sem dúvida, falar, relacionar-se, estreitar amizades, querer saber, aproximar-se das pessoas, tanto no universo corporativo como social. Aos 42 anos, a mãe de Gabriel e Natalia sente saudades dos filhos, que estudam em Brasília, mas prefere viver em Ribeirão Preto, cidade que escolheu como sua, após residir alguns anos no Rio de Janeiro e Brasília. Aqui, se dedica ao trabalho no Colégio Anchieta, escola onde estudou e que pertence à família. No último ano, enfrentou o maior desafio de sua carreira profissional, cuidando da transferência da escola para o Jardim Paulista, após 36 anos no mesmo local. “O entusiasmo, a determinação e a dedicação ao trabalho são os ingredientes do que considero a “receita” certa para o sucesso, que não tarda a aparecer, quando se coloca tudo isso em prática com amor e boa vontade”, afirma Melissa.



24-Nianara Bighetti, jornalista e apresentadora
Atualmente à frente das câmeras em um programa diário, ao vivo, o Holofote, apresentado ao lado do amigo Kiko Magrini, a jornalista Nianara Bighetti, que já trabalhou como repórter e apresentadora em diversos programas, tendo, inclusive, a oportunidade de produzir matérias em outro país, divide-se também entre os trabalhos como divulgadora exclusiva de grandes marcas e mestre de cerimônia dos shoppings do Grupo Multiplan em Ribeirão Preto. “Amo meu trabalho e faço tudo com muita atenção e respeito com meus contratantes. Essa profissão não é fácil e exige muita dedicação, mas quando fazemos o que amamos, tudo vale a pena”, confessa. Casada com Danilo Figueiredo e mãe da Maria Júlia, de quatro anos, a ribeirãopretana começou cedo na televisão e no teatro. Aos 11 anos, depois de passar em um teste de atuação, foi chamada para ser garota propaganda de uma loja de brinquedos e, a partir daí, iniciou a carreira. Apaixonada pelo teatro, trabalhou com os diretores Gilson Filho, do Ribeirão Em Cena, e Edir Villa Real, do TPC, antes de ter a vida mudada por um convite para trabalhar com jornalismo investigativo. Quatro anos depois da experiência, decidiu  que a televisão era seu lugar e migrou para o entretenimento. Para a apresentadora, Ribeirão Preto pode ser considerada uma capital de oportunidades. “Meus maiores bens estão aqui — família, amigos e trabalho. Por isso, desejo uma cidade cada vez mais próspera e humana, onde a população tenha dignidade para viver”, pondera. A todas as mulheres, Nianara convida para sentirem-se especiais durante todo o ano. “A mulher moderna tem mais autonomia, inteligência e garra, mas não perdeu o lado doce e feminino. Afinal, essa é uma dádiva que somente nós possuímos”, declara a apresentadora.



25-Odila Netto, jornalista
Há 33 anos atuando no chamado jornalismo em um órgão público, acostumada a dar a versão oficial dos fatos, Odila Netto conta não se incomodar com esse rótulo. “O jornalismo tem muitas facetas e me especializei em assessoria de imprensa”, afirma. “Embora tenhamos sempre o que aprender, acredito que represento bem meus colegas dessa área”, completa. Fora do campo profissional, gosta de esportes e música e procura, sempre que possível, dedicar algumas horas a esses prazeres, além de sempre reservar momentos para a convivência familiar, que diz ser imprescindível para a formação humana. “Aprendo muito, em todos os sentidos, com essa convivência, principalmente com meu filho de 18 anos”, comenta. Para ela, que veio do Rio de Janeiro em 1979, Ribeirão Preto é uma cidade hospitaleira, que oferece várias oportunidades profissionais para todos os gêneros. “Vejo a mulher como o ‘sexo forte’, essa história de sermos o ‘sexo frágil’ já caiu por terra há muito tempo. Longe de ser feminista, sou, sobretudo, feminina, mas constato, com o passar dos anos e a conquista da maturidade, que as mulheres conseguem fazer muito ao mesmo tempo. Temos uma visão ampla da vida e não direcionada, daí essa aptidão”, pontua.



26-Renata Carvalho, jornalista
“Insanidade é fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”. A frase de Albert Einstein tem sido a bússola da jornalista de 38 anos, Renata Carvalho. A repórter e apresentadora de TV é apaixonada pela vida e pela capacidade do ser humano se reinventar. A busca incessante pelo conhecimento e a vontade de fazer a diferença no mundo e produzir resultados extraordinários, deu à jornalista a oportunidade de novas formações na área da psicologia positiva. Há dois anos também atua como coach, treinadora comportamental e, mais recentemente, professora de liderança de Pós-Graduação e empreendedora digital. Divorciada, dedica parte de seu tempo livre à filha de seis anos, à leitura e a uma boa conversa com amigos. Renata é ribeirãopretana e acredita na força que a cidade tem de revelar talentos. “Muitos artistas nasceram ou cresceram aqui, e isto me motiva muito. Ribeirão Preto também impulsiona empresários e empreendedores por ser uma das cidades mais ricas do estado. Acredito que a oportunidade existe para quem quer enxergá-la”, afirma a jornalista. Para ela, o Dia Internacional da Mulher tem um alto nível de importância, pois é também o dia de seu aniversário. “Sinto ainda mais a responsabilidade de representar muito bem as mulheres neste dia tão especial. Acredito, verdadeiramente, que somos o amor que nutre e equilibra o mundo. Mesmo sendo sensíveis, somos mais fortes do que se imagina”, conclui a jornalista.



27-Sandra Uzuelle, empresária
Perseverança e autenticidade são mais do que palavras para Sandra, são características que carrega consigo como essenciais. A empresária paulistana de 48 anos deixou a metrópole há 20 anos para se tornar ribeirãopretana de coração. Veio ao encontro de sua alma gêmea, o empresário Sander Uzuelle, com quem constituiu uma família, teve dois filhos e aprendeu a gostar do ramo gráfico. “Adoro Ribeirão Preto, hoje, me sinto uma conterrânea. Faço parte de várias entidades, onde construí sólidas amizades. Acho que doar-se em prol da nossa comunidade é muito importante. Faço coisas pela cidade como se fizesse para minha família, por isso, acredito que as mulheres têm um papel fundamental no auxílio ao desenvolvimento de Ribeirão Preto, para torná-la mais justa e solidária”, afirma a empresária. Com um cotidiano agitado, entre os afazeres familiares e o trabalho, Sandra considera importante encontrar um tempo livre para a prática de Pilates, que a ajuda a controlar o estresse e manter o bom humor. Na lista dos prazeres da vida está viajar com a família.



28-Sonia Catarina Simões Prado, empresária e professora
Ela cresceu dando aula para as bonecas. Não as considerava filhas, eram suas alunas. Em 1976, começou a realizar seu sonho, inaugurando a primeira escola de inglês PBF. Aos 65 anos, Sonia Prado, diz que a profissão a escolheu. “Não me vejo fazendo outra coisa, para falar a verdade, nunca pensei em me dedicar a outra atividade. Deve ser porque realmente nasci para ensinar”, explica a professora, reiterando que o trabalho trouxe muitas realizações pessoais. “Não existe sensação melhor do que ver um ex-aluno trazendo seu filho para também me chamar de ‘teacher’ ou uma mãe na escola comentando que viajou e o inglês do filho foi um sucesso. Para mim, isso não tem preço”, avalia. Casada, mãe de Tom e de Zezito, “dois filhos maravilhosos”, Sonia diz que todas as conquistas profissionais foram alcançadas pensando neles, por isso, em nenhum minuto se arrepende das longas jornadas para administrar as escolas. “As recompensas são maiores”, afirma. Para ela, que adora aproveitar a casa, curtindo a família, batendo um bom papo, lendo um bom livro ou assistindo a um filme, a mulher é muito cobrada, mas dá conta do recado. “Faz parte da rotina de toda mulher fazer a casa funcionar, educar os filhos, dar atenção ao marido, trabalhar fora e manter um relacionamento próximo com os amigos. Tudo depende de fazer as coisas
no seu tempo. Chamo isso de vida”, salienta a empresária.



29-Silvana Resende, jornalista e coach
Evolução. Eis a palavra de ordem de Silvana Resende. Para esta mineira de coração ribeirão-pretano, só se pode evoluir com conhecimento. Formada em Jornalismo, com pós em Administração Pública, Silvana é aficionada por estudar, principalmente o comportamento humano. Formada também em coaching, agrega mais de duas décadas de experiência em desenvolver pessoas. Os estudos e as vivências como repórter, apresentadora e vereadora por quatro mandatos a credenciam para o trabalho de consultora empresarial em gestão de pessoas, executive e personal coach, palestrante e âncora de um programa de TV sobre empreendedorismo. “Todas as minhas escolhas são ligadas a pessoas. Sou gente que gosta de gente. Minha missão é fazer com que as pessoas reconheçam o seu potencial, percebam que tudo é consequência de suas escolhas, descubram seu propósito e transformem suas vidas”, observa. Sobre voltar à política, diz que continua a luta como cidadã e lembra que o desapego ao poder é uma forma de evolução, algo que muitos políticos deveriam exercitar. Mesmo muito feliz com o trabalho, a realização só se completa por ser mãe da Helena. Casada há 16 anos, aplica seus preceitos à própria vida e pratica a meditação e a gratidão. “De que adianta ser uma ótima profissional, cuidar do crescimento dos outros e deixar a família em segundo plano?”, questiona. Para ela, o maior desafio da mulher moderna é conciliar as demandas profissionais com o prazer de estar junto àqueles que mais ama.



30-Sonia Maggiotto, empresária
Apresentada certa vez como “aquela que gosta da vida que leva”, é assim que Sonia Maggiotto, profissional de Relações Públicas, 49 anos, sente-se bem definida. Empreendedora da área de comunicação empresarial, mãe de dois rapazes e esposa de um jornalista que, além de seu sócio, ama aventura na alta montanha, Sonia nutre verdadeira paixão pela yoga. A prática ganhou tamanho espaço em sua vida que há alguns anos, além da dedicação às aulas, às práticas pessoais diárias e aos estudos com mestres, tornou-se professora. Seu lado curioso e interessado faz com que sempre esteja buscando novos conhecimentos. Há 26 anos em Ribeirão Preto, vê a cidade como acolhedora para quem chega com boas intenções. “Cheia de cantos lindos e com uma luz inspiradora, Ribeirão Preto é onde meus filhos nasceram e cresceram e minha empresa completou 25 anos. É aqui que pretendo dividir o que estou aprendendo sobre autoconhecimento e qualidade de vida”, afirma. Para ela, ser mulher é compartilhar a incrível capacidade de ver além, de fazer mil coisas ao mesmo tempo e buscar sempre a conciliação, seja na família ou no trabalho. É pensar com o coração e sentir com a cabeça. Viver cada dia com criatividade e encantamento. “Em cada mulher há um toque de valentia que a define. É assim que percebo as mulheres e acho que o segredo da vida está em viver cada momento no presente, pois só ele existe, como consequência do que passou e que será justo com o futuro”, conclui Sonia.

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