Operação Sevandija: Dárcy Vera completa um ano de prisão em Tremembé neste sábado, 19
No período detida, Dárcy já tentou a liberdade por meio de 12 habeas corpus; todos foram negados pela Justiça

Operação Sevandija: Dárcy Vera completa um ano de prisão em Tremembé neste sábado, 19

Uma condenação, um novo trabalho e o primeiro ano de detenção da ex-prefeita de Ribeirão Preto

Quando foi hostilizada por pessoas que estavam no Fórum de Ribeirão Preto no dia 15 de dezembro de 2016, um dia após deixar a prisão preventiva ela primeira vez, a ex-prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera cumpria um protocolo de liberdade, sem saber que passaria um período maior na detenção.

Neste sábado, 19, Dárcy completa um ano presa na Penitenciária Feminina de Tremembé, no Vale do Paraíba. A ex-prefeita é investigada pela Operação Sevandija, deflagrada em setembro de 2016 pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.

Pela promotoria, ela é acusada de se favorecer de um esquema de propina, a partir dos pagamentos de honorários advocatícios pela Prefeitura de Ribeirão Preto à advogada Maria Zuely Librandi, que, enquanto defendia o Sindicato dos Servidores Municipais, venceu a ação da recomposição salarial dos 28,35% nos anos 1990 contra a administração.

De acordo com o delator do caso, o ex-presidente do sindicato Wagner Rodrigues, Dárcy faria parte do esquema, que, além dos dois, ainda envolveria os advogados André Hentz e Sandro Rovani, e o ex-secretário de Administração de Ribeirão Preto Marco Antonio dos Santos.

Rodrigues apresentou uma lista que aponta que Dárcy Vera teria acertado receber R$ 7 milhões. Até a deflagração da Sevandija, ela teria recebido aproximadamente R$ 4 milhões. Em dezembro de 2017, em depoimento no Fórum de Ribeirão Preto, Dárcy Vera admitiu que recebeu dinheiro da advogada Maria Zuely, todavia, a título de empréstimo, e afirmou que devolverá a quantia à advogada assim que sair da prisão.

Um ano, uma condenação, um novo trabalho e vários habeas corpus

Neste um ano de prisão preventiva, a ex-prefeita de Ribeirão Preto passou a trabalhar na penitenciária em Tremembé, como revelou o Portal Revide em janeiro de 2018. Na penitenciária, Dárcy atua em uma oficina de confecção de uniformes para presos do sistema prisional do Estado de São Paulo, na qual recebe a quantia de ¾ do salário mínimo em vigor, além de conseguir abater, a cada três dias de trabalho, um dia de pena, caso seja condenada.

Outro fato que marcou a vida da ex-prefeita neste período foi a condenação pela Justiça Federal no caso da Stock Car, no último mês de abril. Ela foi condenada a cinco anos de prisão no regime semiaberto por crime contra as finanças públicas.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Dárcy Vera teria repassado uma verba encaminhada pelo Ministério do Turismo para divulgação de Ribeirão Preto para a Confederação Brasileira de Automobilismo, que a repassou para a Vicar, empresa que organiza a Stock Car, sem a comprovação de que o valor havia sido gasto como foi designado.

Nestes 12 meses em que a ex-prefeita está detida, a defesa de Dárcy Vera impetrou uma série de liminares de habeas corpus para liberdade da ex-prefeita – 12, no total – no entanto, todos negados pela Justiça, sendo o mais recente na última terça-feira, 15, que estava no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Mesmo assim, a advogada da ex-prefeita, Maria Cláudia de Seixas, aponta que o tempo da prisão preventiva não é prolongado. “É o tempo do processo”, disse a advogada, que afirmou que, sobre o caso, vai se manifestar apenas nos autos do processo.

Em outro pedido de liminar de habeas corpus que também foi indeferido pela Justiça nesta semana, a defesa pediu a suspensão do processo que investiga Dárcy. Isso porque, conforme a petição, a coleta de provas no processo teria sido feita de maneira irregular.

A defesa ainda aguarda o julgamento de uma liminar para liberdade de Dárcy no Supremo Tribunal Federal (STF), que está nas mãos da ministra Rosa Weber. Enquanto isso, iniciou-se, nesta semana, o prazo de 30 dias para que a defesa entregue as alegações finais do processo, após o advogado do delator do caso, Wagner Rodrigues, ter protocolado o documento.


Foto: Julio Sian/ Arquivo Revide

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