Alckmin admite ajudar, sem cargos, eventual governo Temer

Alckmin admite ajudar, sem cargos, eventual governo Temer

Governador fala em responsabilidade para ajudar o País sair da crise econômica e política, mas incialmente sem nomeações

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu a participação de seu partido em um eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB), caso se conclua pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment que tramita no Senado. Diz, no entanto, que a ocupação de cargos é secundária. Ele fez a afirmação em entrevista coletiva logo depois da abertura da 23ª edição da Agrishow.

“Eu defendo que nós temos responsabilidade. Completando o processo de afastamento no Senado e assumindo o vice-presidente Michel Temer, nós temos responsabilidade de ajudar, neste momento difícil do País, que precisa fazer reformas macro, recuperar economia, recuperar emprego e confiança. Agora, não precisamos ter pasta nem cargo para poder fazer isso. Não tem nenhuma razão”, disse.

Segundo o governador, não é uma questão programática, mas uma unanimidade, porque esse é um momento difícil do País e todos devemos ajudar. “É preciso ter base parlamentar, fazer reformas. Se vai participar com quadros no ministério ou não é uma questão menor, que cabe ao partido, depois discuti-la. A questão importante é o apoio parlamentar, sustentação política para implementar medidas que o Brasil precisa e que não podem ser adiadas”, afirmou.

Alckmin também comentou, em seu discurso e na entrevista coletiva que os países que crescem – ao contrário do que ocorre no Brasil – têm política fiscal dura, reduz impostos e reduz juros. “Aliás em outros países há juros negativos. E de outro lado política cambial compatível com a competitividade”.

Ele também assegurou que a próxima região metropolitana a ser criada é a de Ribeirão Preto, mas não informou a possível data de implantação. E nem deu muito ânimo quanto a possíveis resultados com a união das cidades.

“Região Metropolitana não é pomada mágica. Ela não cria dinheiro, mas faz sinergia. Ela une os municípios em projetos metropolitanos. Hoje muitos dos problemas não são de uma cidade e sim da região metropolitana. E reduz custos, como as ligações telefônicas que deixam de ser interurbanas”, comentou.

Merenda escolar

O governador foi também questionado sobre a investigação sobre possíveis propinas pagas pela Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), cuja investigação aponta para integrantes de seu governo. Ele comentou que quem descobriu o esquema que atinge seis estados e mais de duas dezenas de municípios foi a polícia paulista. “Fomos nós que descobrimos e chamamos o Ministério Público para a investigação”, assegurou.

Ele também apontou que a cooperativa usava uma lei federal que obriga estados e municípios a comprarem 30% da merenda escolar de pequenos produtores e que ela vendia os produtos e não entregava de pequenos produtores. “Em São Paulo, em cinco anos e meio, fizemos três chamadas. Houve disputas de mais de um interessado, ganhou o menor preço e os produtos foram entregues. Prejuízo zero”, garantiu.

Foto: Ibraim Leão

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