Políticos comemoram sanção de reforma eleitoral

Políticos comemoram sanção de reforma eleitoral

Vereadores que pretendem trocar de partido gostaram de ter mais tempo e janela para não perder o mandato; filiações vão até abril de 2016

Vereadores que são candidatos à reeleição no ano que vem e que pretendem trocar de partido comemoraram a sanção da presidente Dilma Rousseff (PT) ao projeto de reforma eleitoral. Ela vetou apenas os artigos que previam a doação de recursos por empresas a partidos políticos e a impressão de voto.

O que os vereadores comemoraram foi o praticamente fim da fidelidade partidária e o maior tempo para filiação. Na lei anterior, só poderiam disputar as eleições os que estivessem filiados aos partidos políticos um ano antes do pleito. Para o caso do ano que vem, o prazo se encerraria no próximo dia 2. Mas agora são necessários apenas seis meses, e a filiação pode correr até dia 2 de abril.

Outra comemoração diz respeito à “janela” de um mês para que políticos descontentes com suas legendas possam trocar de legenda. Na Câmara de Ribeirão Preto são três os casos. Rodrigo Simões (PP), Samuel Zanferdini (PMDB) e Viviane Alexandre (PPS) pretendem deixar seus partidos e temiam que os atuais pedissem o mandato na Justiça.

Além dos três, Marcos Papa (Rede Sustentabilidade) ganhou mais tempo para organizar o novo partido na cidade e região. “Até na semana passada não sabíamos o que ia acontecer e corríamos o risco de perder possíveis filiados para outros partidos. Agora podemos filiar. Agora vou a campo buscar as pessoas”, disse Papa.

O vereador comemora porque terá tempo de estruturar uma chapa de vereadores e conversar sobre coligações com mais tempo. “Vou procurar líderes de bairros, empresários e demais pessoas interessadas em militar em favor da sustentabilidade. Quero montar uma chapa com pessoas que queiram servir Ribeirão Preto e não se servir da cidade”, apontou.

Samuel Zanferdini disse que “agora está bom”. Descontente com o PMDB desde o ano passado, ele tencionava deixar o partido mesmo sob o risco de enfrentar um processo de perda de mandato. Apostava que o processo poderia ir além do fim de seu mandato, no ano que vem. Agora não corre mais o risco.

“Terei mais tempo para estudar melhor para qual partido ir”, comenta o parlamentar. Ele disse já ter conversado com oito partidos, mas ainda falará com outros e escolherá o que considerar mas afinado com seus propósitos.

“Estou mais leve. Tiraram um peso das nossas costas”, disse o vereador Rodrigo Simões. Há tempos ele não esconde o desejo de deixar o PP, partido pelo qual foi eleito, na coligação que apoiou a candidatura à reeleição da prefeita Dárcy Vera (PSD). Desde o ano passado ele milita na oposição ao governo municipal.

O hoje pepista deve ir para o PDT. “Minha definição é ir para o PDT. Só será diferente se mudar alguma coisa no meio do caminho. Mas mesemo em outro partido estarei com Ricardo”, disse, referindo-se ao líder da oposição na Câmara, Ricardo Silva (PDT), provável candidato a prefeito.

“Já falei com o Capela (Novas) e ele falou com o David Zaia, sobre a minha intenção de deixar o partido”, afirmou a vereadora Viviane Alexandre, que desde o ano passado vem votando de forma independente, apesar de também ter sido eleita na coligação da prefeita Dárcy Vera. “Agora, com mais seis meses, quero estudar melhor os partidos”, apontou.

A vereadora disse já ter recebido várias propostas de partidos e está mais próxima do PSC, mas ainda não tem uma definição. “Não tem nada certo ainda. Vou analisar com cuidado antes de qualquer decisão”.



Fotos: Ibraim Leão

 

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