Vereadores querem empresas de transporte de valores longe de residências
Câmara cria CEE para estudar medidas que levem as empresas para longe de bairros residenciais; prevenção ocorre após assalto cinematográfico
A Câmara de Ribeirão Preto deve aprovar nas próximas sessões a criação de uma Comissão Especial de Estudos (CEE) para analisar “medidas que viabilizem a não instalação de empresas de guarda, movimentação e transporte de valores em áreas residenciais”.
O pedido de criação da CEE leva em consideração o grande assalto ocorrido no último dia 5 à empresa Prosegur, nos Campos Elíseos, quando ocorreram explosões, tiroteio e duas pessoas foram mortas.
O requerimento do vereador Maurício Gasparini (PSDB) foi assinado por outros sete vereadores. Para a criação e instalação da CEE, o plenário terá que aprovar um projeto de resolução que deve contar com o apoio dos demais vereadores, em função da importância do assunto.
De acordo com o requerimento, os estudos também devem avaliar a possibilidade de concessão de benefícios fiscais para que as empresas já instaladas nos bairros possam se mudar para áreas não residenciais.
Maurício Gasparini disse que pedirá à Mesa Diretora que coloque a CEE em votação já nesta quinta-feira, 14, porque a Câmara entra em recesso na sexta-feira e só retorna no dia 2 de agosto. “A nossa intenção é estudar o assunto e propor uma lei que possa disciplinar o assunto”, disse o vereador.
O requerimento já aponta que uma das saídas pode ser a alteração da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, onde se acrescentaria a proibição. A previsão da Comissão é ouvir as polícias Civil e Militar, sindicato de trabalhadores nas empresas, autoridades públicas e as próprias empresas.
Logo após o assalto nos Campos Elíseos, vizinhos de outra empresa transportadora de valores instalada no Jardim Santa Cruz ampliaram a reivindicação para a saída da empresa. Eles já recolheram mais de 2 mil assinaturas em apoio à mudança.
Na leitura do requerimento, o presidente Walter Gomes (PTB) disse ter recebido telefonemas de moradores que pediam a retirada da empresa do local. Ele declarou apoio à CEE também por já ter trabalhado em empresa transportadora de valores e por ter presenciado, no mês passado, um assalto na rodovia Anhanguera.
“Só não participarei da CEE por estar impedido por ser presidente”, disse. “Mesmo que não participe formalmente o senhor é convidado para acompanhar os trabalhos”, disse Gasparini.
Foto: Pedro Gomes