Wagner Rodrigues já se opôs a pagamento de honorários a advogada investigada
Wagner Rodrigues já se opôs a pagamento de honorários a advogada investigada

Wagner Rodrigues já se opôs a pagamento de honorários a advogada investigada

Em 2009 o presidente licenciado do Sindicato dos Servidores criticou o pagamento e o considerou prejudicial, mas em 2012 assinou acordo

Candidato à prefeitura de Ribeirão Preto pelo PC do B, Wagner Rodrigues, presidente licenciado do Sindicado dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, já foi contra pagamento de honorários à advogada Maria Zuely Alves Librandi, investigada pela Operação Sevandija, sob a acusação de pagar propina a agentes políticos, porém quatro anos depois, assinou acordo para pagamento dos honorários, que seriam “prejudiciais” aos servidores, de acordo o Ministério Público do Estado.

Em fevereiro de 2009, meses após o então prefeito Welson Gasparini ter acordado o pagamento dos 28,3% referentes às perdas que os trabalhadores tiveram com o Plano Collor, em 1990, a ex-advogada do sindicato, Maria Zuely Alves Librandi, pediu na Justiça o direito de receber os honorários.

Na ocasião, o sindicato, já presidido por Wagner Rodrigues, chegou a afirmar que Zuely era funcionária do sindicato quando a ação teve início, e classificou o processo como uma manobra política dentro do sindicato. Já a advogada contestou dizendo que nunca foi funcionária da entidade, mas apenas prestadora de serviços. Em nota à imprensa, o presidente da entidade classificou como “lamentável” a atitude da advogada.

Entretanto, na denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual à justiça, os promotores estranharam que em 2012 tenha sido feito um acordo por meio de um termo de aditivo entre o sindicato e a advogada, em que o órgão abriria mão do pagamento de parte dos créditos dos servidores com a diminuição dos juros de 6% ao ano para 3% ao ano. O decréscimo, aponta o MPE, seria em “benefício” de Maria Zuely.

“A decisão aduz que foi realizada uma assembleia com os servidores públicos municipais, onde – pessoal e tacitamente – eles teriam cedido os referidos créditos para pagamento de honorários à Maria Zuely”, em pagamentos que seriam feitos diretamente à advogada por meio da Prefeitura, que ocupava cargo de comissão na Administração Municipal.

Na ocasião, o termo aditado levantou suspeita inclusive do promotor da Cidadania de Ribeirão Preto, Sebastião Sérgio da Silveira, e foi instaurado um inquérito civil sobre o caso para apuração de irregularidades no acordo. Na ocasião, o promotor considerou que o valor pago à advogada seria maior que a parcela descontada das folhas de pagamentos dos servidores, e que os cálculos para os pagamentos estariam equivocados, além da não notificação dos servidores de que os pagamentos seriam feitos a Zuely.

Na terça-feira, 6, a Polícia Federal e o Gaeco realizaram um mandato de busca e apreensão na sede do sindicato para recolher as atas referentes a esse acordo, e no mesmo dia, convocou Wagner Rodrigues para prestar depoimento sobre o caso na Polícia Federal.

Quando do depoimento, Rodrigues afirmou que o acordo havia sido homologado na Justiça. "Já estava no Supremo, a advogada tem direito a honorários, não dá para julgar. O papel do sindicato foi fazer assembleia para aprovarem. A partir daí, o pagamento é feito diretamente entre prefeitura e profissional", disse.

Zuely já foi liberada pela justiça após cumprir prisão temporária por 10 dias, e disse que realizava os pagamentos para receber os honorários. Porém, ela afirma que estaria sofrendo chantagem, inclusive, de acordo com a defesa dela, teria feito denúncia ao Ministério Público Estadual. O Gaeco contesta a versão de chantagem e reafirma a existência de acordo.

Procurado, o sindicalista Wagner Rodrigues não comentou sua mudança de opinião em relação ao pagamento.


Foto: Arquivo Revide

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