Prefeitura alerta para epidemia de dengue em Ribeirão Preto
A Secretária da Saúde espera o apoio da população em ações de contenção; neste ano, cidade registrou caso de dengue hemorrágica em uma criança
A cidade de Ribeirão Preto corre o risco de entrar em uma possível epidemia se o combate à dengue não for realizado de maneira correta neste início de 2019. A Secretária Municipal de Saúde convocou a ajuda da população para que haja tempo hábil de se evitar alta nos casos da doença.
Uma coletiva de imprensa foi realizada na sede do Palácio Rio Branco, na manhã desta segunda-feira, 28, para comunicar o aumento dos casos neste mês, comparado ao último ano. De acordo com os dados, nos 31 dias de janeiro de 2018, 45 casos de dengue foram confirmados. Nos 28 primeiros dias de 2018, o número de confirmações de dengue é de 52, mas 249 situações de possível contaminação do vírus já foram realizadas.
“Durante esse final de semana, o secretário levantou os casos na cidade. Um terço deles foi por tipo 2. É um tipo que nos demanda um cuidado especial por conta da força do vírus. Nós estamos nos antecipando para tomar as ações. Queremos evitar qualquer crescimento desses casos”, falou o prefeito, Duarte Nogueira (PSDB).
Sandro Scarpelini, secretário da Saúde Municipal, explica que a preocupação em relação aos casos notificados neste mês. “Desses casos, alguns já apresentaram maior gravidade. Nos últimos dois anos, nós não tivemos nenhum óbito. Agora em janeiro, nós também não registramos, mas tivemos uma criança que foi diagnosticada com dengue hemorrágica. Felizmente, ela está bem neste momento. Temos que tomar cuidado, pois a população não está preparada para este tipo de vírus, intitulado de 2”.
Segundo o médico, este grau da dengue é o pior, por ser mais forte em pessoas que já pegaram o vírus uma vez. “Temos de combater para que a epidemia não comece novamente da mesma maneira que foi em 2016, quando mais de 35 mil pessoas foram diagnosticadas com o vírus na cidade. Quando pegamos dengue pela segunda vez, a chance de a doença ser mais grave é maior e nessa época do ano, a incidência de mosquito aumenta por conta do clima”.
Para ele, as chances de uma epidemia são grandes. “A gente tem grande chances de não conseguir controlar, mas estamos fazendo muitas ações de bloqueio. As equipes vão nos locais onde os casos são registrados, para bloquear as casas, mas nem sempre são bem vindos. Nossa preocupação existe, pois este é o momento de tomar uma atitude pesada em limpeza da cidade e das casas. Com esse volume de casos na região, é o momento de alertamos a população para ficar atenta. As barreiras são feitas, mas com uma quantidade alta, elas ficam difíceis e isso se descontrola. É um impacto grande, não podemos correr o risco de isso piorar e as pessoas correrem mais riscos de vida. Não estamos tendo epidemia, mas os casos podem aumentar e se nós perdermos o controle, isso pode piorar rapidamente”.
No ultimo boletim LIRAa, do Ministério da Saúde, de dezembro, Ribeirão Preto já foi considerada cidade de alerta para uma epidemia de dengue em 2019. Na Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMPR), são mais nove cidades que estão em alerta: Cravinhos, Jardinópolis, Pontal, Santa Rita do Passa Quatro, Jaboticabal, Santa Cruz da Esperança, Nuporanga, Orlândia e Santo Antônio da Alegria. Além disso, duas outras cidades estão com rico das doenças: Cássia dos Coqueiros e Sales Oliveira.
O secretário de Saúde do Estado de São Paulo, José Henrique Germann, promete apoio . “Estamos em um período de grande trabalho no estado. Temos feitos reuniões diárias com a região norte e noroeste de São Paulo, pois cidades como Araraquara e Franca tem registrado um aumento. É o momento que nós precisamos atuar para que isso não aumente. O grande trabalho está dentro das casas das pessoas. Todos precisam ser alertados sobre os perigos da água parada e os benefícios de se cuidar do próprio espaço”, disse.
Tipos de dengue
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, o vírus da dengue se divide em quatro tipos, denominados Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4. Todos podem causar tanto a forma clássica da doença quanto a dengue hemorrágico. Contudo, o Den-3 parece ser o tipo mais virulento, isto é, o que causa formas mais graves da moléstia, seguido pelo Den-2, Den-4 e Den-1. Já o tipo 1 é o mais explosivo dos quatro, ou seja, causa grandes epidemias em curto prazo e alcança milhares de pessoas rapidamente.
Casos em Ribeirão Preto
2016 – Ano da Epidemia
Casos notificados: 57.362
Casos confirmados: 35.043
2017
Casos notificados: 2.606
Casos confirmados: 248
2018
Casos notificados: 1.527
Casos confirmados: 259
2019 – até a noite de sexta-feira, 25 de janeiro.
Casos notificados: 249
Casos confirmados: 52
Foto: Divulgação
