Veículos que deveriam ajudar no combate à dengue em Ribeirão Preto estão parados

Veículos que deveriam ajudar no combate à dengue em Ribeirão Preto estão parados

Prefeitura informou que os carros que deveriam ser utilizados pela Vigilância Epidemiológica ainda não têm seguro

Cinco veículos novos que deveriam ajudar no combate à dengue, em Ribeirão Preto, estão parados há 10 meses no pátio da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde, na Zona Norte da cidade. Segundo o governo, falta a assinatura do contrato com a seguradora para que os automóveis possam rodar.

Os veículos Renault Logan foram comprados por R$ 56 mil cada. Ao todo, foram desembolsados R$ 282 mil de acordo com  edital do pregão. O edital para a compra foi publicado no final de 2018 e as notas fiscais datam do dia 29 de março de 2019.  

O setor de Vigilância em Saúde, no qual os carros estão lotados, engloba as seguintes divisões: Controle de Zoonoses, Planejamento em Saúde, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e Vigilância Ambiental em Saúde.

Segundo o vereador Marinho Sampaio (MDB), que esteve no local após receber uma denúncia, os carros estavam empoeirados e com teias de aranha. "Fui até o pátio da Zoonoses e me deparei com cinco veículos abandonados, com poeira e teias de aranha. [...] Esses carros deveriam estar em cada uma das cinco distritais de saúde", declarou o vereador.

O parlamentar ressaltou o surto de dengue no município e a morte de duas crianças em 2020 por conta da doença.

"É um atraso para a Saúde de Ribeirão Preto, ela está mais doente do que vocês imaginam. Crianças estão morrendo por falta de gestão da Secretaria de Saúde", criticou Sampaio. Após a visita, os carros foram limpos por servidores do local.

Outro lado

A Secretaria Municipal da Saúde informou que os veículos que estão no pátio da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde foram adquiridos com verba recebida do Ministério da Saúde. São veículos destinados à renovação da frota da Divisão de Vigilância Epidemiológica, que faz o combate à dengue.

Esses veículos foram adquiridos para substituição de outros cinco Logans já existentes e adquiridos em 2008, que servem aos Centros Distritais de Vigilância em Saúde e são utilizados pela equipe de Vigilância Epidemiológica na realização de visitas domiciliares, distribuição de vacinas, transporte de exames para diagnóstico de Doenças de Notificação Compulsória.

"A compra ocorreu no  início do ano de 2019, sendo a nota de compra no mês de março de 2019. Após a entrega dos veículos foi solicitado a contratação de seguro, o qual está no processo final de conclusão e assinatura do contrato", declarou a Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento, Luzia Márcia Romanholi Passos.

Consta no edital do pregão presencial publicado pela Prefeitura, em setembro de 2019, que foi feita a licitação para a contratação do seguro para os cinco automóveis. A vencedora foi a seguradora Mapfre pelo valor global de R$ 2,8 mil.

Alerta máximo

Desde o início do ano, Ribeirão Preto tem registrado, em média, 27 casos de dengue por dia. Até o início de fevereiro, foram registrados 876 casos de dengue no município. As ocorrência se concentram nas regiões Norte e Oeste, de acordo com a Secretaria de Saúde.

Em uma entrevista coletiva convocada no dia 3 de fevereiro, o secretário de Saúde, Sandro Scarpelini, disse que estão sendo intensificados os mutirões nas casas e também o processo de nebulização, que foi retomado na cidade no último dia 30 de janeiro.

A coletiva foi convocada após a cidade registrar a segunda morte de uma criança diagnosticada com a doença. No sábado, 1º, um menino de dez anos morreu após passar por atendimento na rede municipal.

Ele foi atendido pela primeira vez no dia 28 de janeiro, na unidade da Vila Virgínia. Estava com febre, náuseas e diarreia. Nos exames e não foram constatadas alterações no exame de sangue. A criança foi liberada, mas, no dia 30 de janeiro, voltou à unidade com febre alta. Após novos exames, teve resultado positivo para a dengue. Como o exame físico não indicou dengue severa, ele tomou soro e foi liberado para casa, com acompanhamento agendado.

A família voltou com o menino no dia 31, por conta de dores do abdômen. Novos exames mostraram que o caso era de dengue mais severa e a internação no HC foi solicitada. Após piora gradativa, ele morreu na madrugada do dia 1º. A suspeita é que a criança contraiu o tipo 2 da doença.

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Fotos: Assessoria Vereador Marinho Sampaio

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