Incêndio atinge Santuário dos Elefantes, no MT, e elefantas são levadas a área isolada
Bambi deixou o Bosque/Zoo Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, no dia 24 de setembro e chegou ao santuário no dia 26

Incêndio atinge Santuário dos Elefantes, no MT, e elefantas são levadas a área isolada

Fogo começou na sexta-feira, 9, e animais foram transferidas a local seguro dentro da propriedade do SEB

A elefanta Bambi, que no dia 24 de setembro deixou o Bosque/Zoo Fábio Barreto em Ribeirão Preto, precisou ser transferida novamente por conta de um incêndio que atinge o Santuário de Elefantes Brasil (SEB), o único da América Latina.

Além de Bambi, a equipe do local transferiu os outros quatro elefantes para uma área segura da propriedade, em Chapada dos Guimarães, a 65 quilômetros do município Cuiabá.

Segundo informou o SEB, a queimada começou nessa sexta-feira, 9. A técnica corta-fogo em uma propriedade vizinha não surtiu efeito e o fogo se alastrou rapidamente pelo setor norte do santuário. Por conta do terreno irregular e a mudança de rota dos ventos, ainda não foi possível controlar a situação.

Bombeiros, brigadistas, funcionários do santuário e também moradores vizinhos da região ajudam no combate, mas grande parte do local foi queimada. Por conta do alerta para os incêndios e um plano de contingência do SEB, os estragos não foram ainda maiores.

Ainda de acordo com o santuário, Bambi, Maia, Rana, Lady e Mara foram levadas para recintos com dois hectares, perto da área de cuidados veterinárias. Todas estão bem, sem ferimentos e nem sinal de estresse ou reação adversa por conta da situação e da transferência.

Santuário dos elefantes e Bambi

A instituição começou a operar no local há três anos. Bambi é a 7ª moradora do SEB. Guida e Maia foram os primeiros elefantes do santuário e chegaram em Mato Grosso em outubro de 2016. Também já viveu no local a elefanta Ramba, que morreu em dezembro do ano passado. Guida morreu em junho, também no ano passado. O santuário em Chapada dos Guimarães é o único da América Latina. No mundo todo, há seis santuários do tipo.

Bambi, de 58 anos e 3,7 mil quilos, é cega do olho esquerdo e tem problemas na mandíbula. Após passar parte da vida no Circo Stankowich, passou pelo zoológico de Leme até ser trazida para Ribeirão Preto. O santuário iniciou as negociações para ter a tutela de Bambi em 2018. A entidade, inclusive, lançou a campanha “Bambi, vem pra manada”, que conseguiu levantar R$ 150 mil em doações, sendo dois terços desse valor oriundos de ajudas estrangeiras. O dinheiro foi usado para o transporte do animal, além de cuidados veterinários e compra de medicamentos e alimentação pelos próximos seis meses.

A polêmica sobre uma possível transferência dos animais ganhou força após a ativista Luiza Mel iniciar uma campanha nas redes sociais. Mel alega que o Bosque Fábio Barreto não possui a estrutura necessária para manter os animais.

Luiza Mel também criou um abaixo-assinado pedindo a transferência das elefantas para o SEB, na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. "É conhecida a inabilidade dos zoológicos em preservar o bem estar dos animais que lá vivem, estes locais são incapazes de reproduzir o habitat desses animais [...]. O Santuário de Elefantes Brasil tem real capacidade para arcar com a transferência e proporcionar uma vida em liberdade com assistência especializada", escreveu.

Porém, as declarações de Mel não agradaram os biólogos e profissionais que trabalham no Bosque. “A saúde delas está estável, passam por exames e acompanhamento médico veterinário regularmente. A alimentação é balanceada e adequada à espécie, com dieta baseada em alfafa, capim, cana de açúcar, ração equina e fruta como enriquecimento alimentar. Elas têm água à disposição 24 horas e os alimentos são oferecidos várias vezes ao dia. Chegam a comer entre 100 e 150 quilos diariamente cada uma”, esclarece o médico veterinário e encarregado do Bosque, César Branco.

Na ocasião, a direção do Fábio Barreto informou também que com os empreendimentos do Estado de São Paulo, o bosque é fiscalizado pela Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais do Estado de São Paulo (CBRN), Departamento de Fauna (DeFau) e nacionalmente pela Associação de Aquários e Zoológicos do Brasil (AZAB), sendo assim, o local recebe orientações e fiscalizações constantes.

Contudo, no dia 17 de agosto, a Justiça autorizou a transferência da elefanta SEB, no Mato Grosso. A decisão não cita a elefanta Maison. A decisão partiu do desembargador Roberto Maia, da 2ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP).

Bambi deixou o Bosque/Zoo Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, no dia 24 de setembro, após sete dias do processo de adaptações à caixa de transporte. A elefanta chegou ao santuário após dois dias de viagem e mais de mil quilômetros percorridos.


Foto: Reprodução SEB

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