
Manifestação em favor da PM reúne cerca de 350 na Câmara
Ato foi uma resposta a críticas em audiência pública realizada em maio; coronel disse que não tem compromisso com o erro e defendeu a corporação
Cerca de 350 pessoas, a maioria em em apoio à Polícia Militar fez na noite desta terça-feira, 21, uma manifestação na Câmara Municipal. Mas entre os manifestantes estavam também cerca de 40 pessoas contrárias à PM. As galerias ficaram lotadas e faixas foram mostradas durante o ato e fixadas nas paredes.
O comandante do Comando de Policiamento do Interior 3 (CPI3), coronel Humberto Figueiredo, usou a tribuna para defender a corporação e responder a ataques que diz ter sofrido no dia 16 de maio, durante uma audiência pública realizada na Câmara.
“Estamos dizendo hoje o que não tivemos oportunidade de dizer no dia 16 de maio. As pessoas que estão presentes não estão reivindicando salário ou protestando contra serviço público, mas uma demonstração de amor à Polícia Militar. Vieram para me ouvir”, disse o coronel.
A audiência pública em questão havia sido convocada pelo vereador Beto Cangussú (PT), presidente da Comissão Permanente de Direitos Humanos da Câmara, em função da morte de Luana, uma mulher de 34 anos, após ter sido espancada por policiais militares.
“Vim dizer que a PM tinha instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM), mas que não condenei antecipadamente as pessoas. Tomamos a iniciativa de afastá-los da atividade policial. Sem querer proteger ninguém”, apontou o coronel, dizendo ainda que “o policial militar, como ser humano que é, tem a presunção de inocência, tem direiro ao processo legal, com direito à ampla defesa”.
Mas acrescentou que permitir a defesa não significa compactuar com o erro. “Nós não temos compromisso nenhum com o erro. Somos implacáveis com oerro. Mas em algumas oportunidades os que erram tem possibilildade de recuperação”, comentou.
E ainda acusou os que o teriam agredido verbalmente na audiência pública, incluindo palavras de ordem pedindo o fim da Polícia Militar. “Estas pessoas que defendem o caso Luana, não querem defender a Luana. Querem uma bandeira”.
Após a fala do coronel e a saída dos policiais, um grupo de manifestantes voltou a gritar palavras de ordem em que defendem o fim da PM. Um manifestante ainda pulou o guarda corpo e entrou no plenário, mas foi contido rapidamente por um segurança.
O vereador Beto Cangussú se defendeu da tribuna, dizendo que não foi dado a Luana o direito de se defender e que há maus policiais, e não todos, que denigrem a imagem da corporação. Estes, segundo o vereador, são delinquentes como os marginais. “E estaremos sempre a denunciar o meliante que desrespeita a lei”.
Fotos: Guto Silveira