São Paulo passa de 10 mil mortes pelo novo coronavírus

São Paulo passa de 10 mil mortes pelo novo coronavírus

Nas últimas 24 horas, estado registrou 283 óbitos com testes positivos para Covid-19

Com 283 novos óbitos contabilizados nas últimas 24 horas, o estado de São Paulo atingiu nesta quinta-feira, 11, a marca de 10.145 mortes provocadas pelo novo coronavírus.

Desde o início da pandemia, o estado soma 162.520 casos confirmados de coronavírus, com 30.383 pessoas que receberem alta médica após vencer o vírus.

Até este momento, há 5.211 pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTI) e 8.085 em enfermarias, em casos suspeitos ou confirmados de coronavírus. A taxa de ocupação de leitos de UTI do estado é de 69,4%, enquanto na Grande São Paulo está em 77%.

A taxa de isolamento social no estado atingiu ontem 46%, abaixo do que o governo considera como taxa mínima para evitar um colapso nos hospitais e evitar a propagação do coronavírus, estimada em 55%. A capital paulista teve um índice um pouco maior, de 48%.

Nessa quarta-feira, 10, o governador João Doria prolongou, pela quinta vez, a quarentena no estado, acrescentando 15 dias ao período. Com isso, as medidas de isolamento social valem até o dia 28 de junho. O estado está em quarentena por causa da pandemia de Covid-19 desde 24 de março. A região de Ribeirão Preto voltou pala a fase vermelha do programa de retomada econômica do estado. Além da DRS de Ribeirão, as regiões de Barretos e Presidente Prudente são as com piores índices da doença, o que as colocou novamente na fase um programa. O restante do estado está na fase 2, laranja, que tem a abertura do comércio permitida, com restrições.

Vacina

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou também nesta quinta-feira, 11, que São Paulo vai produzir uma vacina contra o novo coronavírus. Isso será possível por uma parceria que foi firmada ontem, 10, entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac Biotech. A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos do vírus mortos ou com baixa atividade. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da Covid-19.

A vacina, chamada de CoronaVac, está em fase adiantada de testes. Ela já está na terceira etapa, chamada clínica, de testagem em humanos. “Um coronavírus é introduzido em uma célula do tipo Vero. Essa célula é cultivada em laboratório. O vírus se multiplica. No final, o vírus é inativado e incorporado na vacina, que será aplicado na população”, explicou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. O investimento do Instituto Butantan para os estudos nessa fase clínica é de R$ 85 milhões.

Segundo Dimas, há no mundo hoje 136 vacinas contra o novo coronavírus em desenvolvimento, mas apenas dez delas atingiram a etapa de estudos clínicos. Três estão em fases ainda mais adiantadas de testes e a CoronaVac é uma delas.

Fase clínica 

O desenvolvimento de uma vacina é feito em etapas. A primeira delas é a fase laboratorial, onde é feito a avaliação de qual a melhor composição para a vacina. A segunda etapa, chamada de pré-clínica, é a de testes em animais. A terceira etapa é a chamada fase clínica, de testes em humanos.

Essa terceira etapa é dividida em três fases. As fases 1 (inicial, que avalia se a vacina é segura) e 2 (que conta com uma maior quantidade de voluntários e avalia a eficácia do produto) já foram realizadas na China, com sucesso. Agora a vacina está entrando na fase 3, que será realizada no Brasil, com 9 mil voluntários, de todo o país, iniciando por São Paulo. Essa fase, que é um estudo populacional, deve ser começar já no mês de julho. “Dentro de aproximadamente três semanas, 9 mil voluntários estarão sendo testados aqui no Brasil”, disse Doria.

“Na fase inicial [da vacina] foram feitos estudos em macacos. Os resultados foram publicados na revista científica Science. A fase 1 [de testagem clínica] contou com 144 voluntários [chineses] e, a fase 2, com 600 voluntários na China. E a fase 3 será agora feita no Brasil”, explicou Dimas Covas.

Caso os testes feitos com esses 9 mil voluntários, na fase 3, se mostrem positivos, a vacina entrará na etapa de registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e então começará a ser produzida em larga escala. A expectativa do Instituto Butantan é de que a vacina poderá estar disponível para a população em junho de 2021. “Comprovada a eficácia e segurança da vacina, o Instituto Butantan terá o domínio da tecnologia e ela poderá ser produzida em larga escala no Brasil para fornecimento ao SUS [Sistema Único da Saúde] de forma gratuita até junho de 2021”, falou o governador. Então, caso ela seja aprovada, será produzida em larga escala tanto na China quanto no Brasil. O Butantan tem capacidade de produzir 1 milhão de vacinas por dia em sua fábrica de gripes”, disse Covas.

As primeiras pessoas a serem vacinadas no Brasil, segundo Dimas Covas, serão as dos grupos de maior risco, como idosos e/ou com comorbidades, ou seja, doenças pré-existentes.

Sinovac

Por meio de nota em seu site, a Sinovac Biotech informou que os resultados pré-clínicos “promissores sobre o CoronaVac foram publicados recentemente na revista científica Science, em um artigo afirmando que o candidato a vacina é seguro e fornece proteção a macacos rhesus por meio de um estudo de desafio com animais”.

Segundo a farmacêutica, a Sinovac está construindo uma fábrica comercial de produção de vacinas na China, que deverá fabricar até 100 milhões de doses de CoronaVac a cada ano.

“Estamos orgulhosos em participar da luta contra a covid-19 e esperamos trabalhar com o Instituto Butantan para ajudar o povo do Brasil. Por meio dessa parceria, a Sinovac poderá aumentar a velocidade sem precedentes do desenvolvimento da CoronaVac, sem comprometer nossos padrões e procedimentos de segurança”, disse Weidong Yin, presidente da Sinovac.


Arte Revide

Compartilhar: