USP realizará nova pesquisa para medir o avanço da Covid-19 em Ribeirão Preto

USP realizará nova pesquisa para medir o avanço da Covid-19 em Ribeirão Preto

No primeiro levantamento, pesquisadores apontaram que 8 mil pessoas tiveram contato com o vírus; estimativa é que número tenha dobrado

O Hospital das Clínicas em parceria com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP) e a Secretaria Municipal de Saúde realizarão uma nova pesquisa para detectar o avanço da Covid-19, causada pelo novo coronavírus, na cidade. A coleta será feita a partir de quinta-feira, 11.

Os pesquisadores irão, novamente, à casa dos voluntários que participaram da primeira coleta, no início de maio. Segundo o professor Fernando Bellissimo, um dos responsáveis pelo estudo, a amostra servirá para observar se o vírus avançou na cidade e, com base nos resultados, projetar a evolução dele em Ribeirão Preto.

Ao todo, serão 61 pessoas, divididas em 15 equipes que estarão, a partir das 8h30 da manhã de quinta-feira, 11, realizando a pesquisa. Ela também será realizada no sábado, 13, e no domingo, 14. Os resultados deverão ser divulgados na quarta-feira, 16. Os pesquisadores passaram por um treinamento nesta segunda-feira, 8, para padronizar a coleta das informações.

Bellisimo explicou que, dessa vez, não serão realizados os testes com a secreção nasal, apenas o exame de sangue. "Quem estiver com os sintomas, iremos encaminhar para o polo Covid, lá ela fará o teste", explicou. 

Expectativa de crescimento

Na primeira pesquisa, realizada no início de maio, os pesquisadores sortearam as 709 residências em todo município para a realização do experimento. Sendo: 117 no Centro, 184 na Zona Leste, 129 na Zona Norte, 184 na Zona Oeste e 95 na Zona Sul. Nelas, foram colhidos a secreção nasal, que constatava a existência do vírus no momento, e um exame de sangue para a amostragem de anticorpos, ou seja, revelava se a pessoa já havia contraído o vírus. 

Na ocasião, das 709 pessoas testadas, 11 testaram positivo. Sendo 10 pelo exame de sangue, ou seja, já haviam contraído a doença e se curado, e uma pessoa pelo exame de secreção nasal. Nesse último caso, toda a família foi orientada a permanecer em isolamento social e o paciente segue em observação Com base nessa amostragem, os especialistas estimaram que 1,2% da população ribeirãopretana teve contato com o vírus, o que representa cerca de 8,3 mil pessoas. 

Contudo, dessa vez os especialistas esperam que o resultado seja o dobro. Cerca de 2,4% da população, o equivalente quase 17 mil pessoas. Caso o cenário seja de piora, Bellisimo adiantou que, apesar de não possuírem poder político, irá fazer uma sugestão à Prefeitura para que regridam a flexibilização na cidade.

"É uma decisão política, que não cabe a nós, mas que pode ser inspirada nos dados que esse estudo trouxer. Que subiu [o número de infectados], não há dúvidas. Isso é evidente pelos números dos boletins. O que a gente não sabe, é com qual intensidade ele está subindo, declarou o professor.


Foto: Paulo Apolinário

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