Cada ribeirãopretano pagou R$ 1.207 em impostos em 2015

Cada ribeirãopretano pagou R$ 1.207 em impostos em 2015

Com o total arrecadado pelos moradores da cidade, seria possível construir mais de 39 mil casas populares de 40 metros quadrados

O morador ribeirãopretano já pagou cerca de R$ 1.207,91 em impostos gerais ao governo em 2015. A quantia chega a ser quase um salário mínimo e meio já que o atual valor desta renda é de R$ 788,00.

Por minuto, a cidade de Ribeirão Preto tem arrecadado R$ 2.903, 69, em uma hora R$ 17.221,18, multiplicado pelas 24 horas, o valor sobe para R$ 4.181.308,39. Já do início do ano até o momento da publicação desta matéria, R$ 1.371.680.661,38 havia sido recolhido pelos ribeirãopretanos. Os dados são fornecidos pelo Impostômetro e podem ser verificados aqui.

O levantamento não é apenas de impostos municipais, mas de todo dinheiro movimentado na cidade. Segundo as comparações do site, com o total arrecadado em 2015 seria possível: construir mais de 14.910 km de esgoto, contratar 102.826 professores do ensino fundamental por ano, construir mais 4.763 postos de saúde, construir mais 99.398 salas de aula e mais de 39 mil casas populares de 40 metros quadrados.

Vale lembrar que, de acordo com dados apresentados pela Secretária da Fazenda do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto é o município do Estado com maior índice de participação no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) entre as 21 cidades paulistas mais populosas.

Com os últimos dados divulgados em 2013, Ribeirão teve renda acumulada de 1,40. O que representa um crescimento de 93,31% de participação no ICMS, em relação a 1982. Comparado a 2012, o crescimento foi de 1,07%.

O secretário Francisco Sérgio Nalini diz que em Ribeirão o crescimento até o momento é ótimo, já que em todos os anos o aumento é próximo ou acima de 1%. Entretanto, Nalini ressalta que o dinheiro arrecadado não fica apenas no munícipio. “Estes valores formam um per capita que não fica aqui e reforça a tese que se paga muito imposto sim, mas ele não fica como deveria no município, é dividido com o Estado de SP e com a federação. Em resumo: os problemas ficam com a cidade e o imposto é dividido”, analisa. 


O economista Antônio Vicente Golfeto acrescenta que o Brasil não é uma economia e sim é uma cultura. “Como latinos, nós não pagamos tributo que é da cultura anglo-saxônica. Nós pagamos imposto, embora – no nosso ordenamento jurídico – tributo seja do gênero o qual imposto, taxa e contribuição são espécies. Imposto é o particípio passado do verbo impor. Já tributo, além de ser renda do Estado, é também homenagem, coisa que o ser humano – o homem – faz ao Estado. Esta homenagem é representada por recursos financeiros que se entrega ao poder público a fim de que ele, inclusive, corrija os desníveis de renda que há entre os cidadãos”, explica.

Golfeto afirma que o cidadão é obrigado a pagar o imposto sob pena de – não o fazendo – ser réu de ação criminal. “O cidadão é forçado a ir contra o próprio significado da palavra, não há nada de voluntário no pagamento de imposto. Pelo contrário. O mais grave, entretanto, é que não se tem retorno do que se paga. E, inclusive, a prestação de contas é feita em termos muito precários”, pondera.

Para finalizar, o economista diz que se todo dinheiro que o contribuinte encaminha ao governo ficasse com ele, o desenvolvimento econômico seria muito maior. “Afinal, a teoria econômica mostra, um real no bolso do contribuinte multiplica muito mais do que quando este mesmo real vai para a fazenda pública, para os Estados”, conclui.  


Fotos: Divulgação

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