Vagas para temporários não devem diminuir, dizem especialistas

Vagas para temporários não devem diminuir, dizem especialistas

No entanto, segundo economista do Sincovarp, quantidade de efetivação diminuirá

Às vésperas do período de contratação de empregados temporários – que começa em novembro e termina em janeiro do ano que vem – a expectativa, apesar do pessimismo, é de que o número não sofra uma queda brusca como tem acontecido ao longo deste ano, que registrou taxa de desemprego de 8,3%.

Segundo Douglas Pereira, diretor Executivo da RH Eventos, a expectativa é de que o número de vagas geradas pelas empresárias atendidas pela agência se mantenha estável. “Se houver queda no número de vagas para o comércio, ela não será brusca, mesmo porque os empresários precisam contratar para atender à demanda criada pelas compras de Fim de Ano. A expectativa é de estabilidade, embora haja um pessimismo no ar”, afirma.

Embora a expectativa de contratação para o comércio não seja tão baixa, por outro lado, segundo Pereira, o número de vagas temporárias abertas pelas empresas atendidas pela agência até agora para o setor industrial, em Ribeirão Preto, já apresentou uma queda de 70% em relação ao ano passado.

O economista Marcelo Bosi, do Sindicato Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp), explica que na maioria das vezes, o número de vagas criadas para temporários supera em 10% a taxa de vagas para efetivos. Contudo, ele acredita, este número pode apresentar uma queda de 2%. “Sempre há contratação para temporários nesta época do ano. Mas, a tendência é de que em 2015 não haja efetivação, que é o que acontece normalmente”, explica.

O presidente da Federação Nacional dos Sindicatos das Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserht) e do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo (Sindeprestem), Vander Morales, o trabalho temporário é uma boa oportunidade para conseguir renda extra e, por este motivo, ele conta, a disputa entre os candidatos para ser contratado tende a ser maior.

“As empresas no geral reduziram os quadros funcionais e por isso certamente vão precisar recompor temporariamente esta mão de obra para atender a demanda gerada pelas festas de final de ano. Porém, as efetivações, se ocorrerem, serão em menor quantidade em razão do cenário econômico pouco animador para os próximos meses”.

Cenário

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os setores do Comércio e Serviços abriram 246 postos de trabalho formais em Ribeirão Preto no mês de agosto.

Foram admitidas 2.382 pessoas, enquanto outras 2.243 perderam os empregos, da mesma forma, o ritmo de contratações está 10,8% mais lenta do que no mesmo período de 2014.

Fique atento

- O contrato é firmado entre o trabalhador e uma empresa de trabalho temporário autorizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e deve seguir os preceitos da Lei 6.019/74, que regulamenta o setor no Brasil;

- As regras são as mesmas válidas para o funcionário efetivo da empresa contratante: carga horária, repouso semanal remunerado e salário que atenda, no mínimo, o piso da função exercida;

- O contrato pode ter duração de até três meses, podendo ser prorrogado por mais três meses. Quando há comprovação da necessidade de substituição de funcionário regular e permanente a contratação pode ser estendida por até nove meses;

- O temporário tem os mesmos direitos do efetivo, como: salário equivalente, jornada de oito horas, horas extras, adicional por trabalho noturno, repouso semanal remunerado, férias e 13º salário proporcionais, e proteção previdenciária. As exceções são para aviso prévio e recebimento da multa de 40% sobre o FGTS;

- Pode haver efetivação, mas antes deve ocorrer o término do contrato temporário e o pagamento dos direitos trabalhistas devidos pela prestadora de serviços. O pagamento de multa de 40% sobre o FGTS não se aplica.

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Bruno Silva
Imagem: Lucas Chaibub

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