Setor sucroalcooleiro eleva saldo da balança comercial na região de Ribeirão Preto
O aumento do preço do açúcar no mercado internacional desde meados de 2015 é um elemento importante para a alta das exportações
O saldo da balança comercial da Região Administrativa de Ribeirão Preto (RARP) vem se mantendo positivo no acumulado em 12 meses desde 2005. O resultado se deve ao aumento das exportações dos produtos do setor sucroalcooleiro. Os dados de janeiro de 2017 foram apontados pelo o Boletim sobre Comércio Exterior do Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper) e pela Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace).
A partir do início de 2015, a balança comercial da RARP vem se mostrando ainda mais superavitária, ou seja, vem ocorrendo um declínio das importações e um crescimento das exportações. “A elevação do preço do açúcar no mercado internacional desde meados de 2015 é um elemento importante para entender esta trajetória”, aponta o pesquisador Luciano Nakabashi.
Já para no município de Ribeirão Preto, o mesmo não ocorreu: suas exportações são dependentes, em maior grau, de produtos manufaturados, setor que vem sofrendo mais com a crise mundial e com a conjuntura da economia brasileira. O gráfico abaixo mostra o comparativo entre exportações e importações no acumaldo de 12 meses, de 2005 até 2016, em Ribeirão e na RARP:
Fonte: Alice Web/ Período: out. 05 a out. 16
Vale ressaltar que, apesar da crise, no agregado do mercado brasileiro, o segmento sucroalcooleiro foi um dos únicos do agronegócio a apresentar crescimento de suas exportações de 2015 para 2016, com crescimento de 32,95% (em dólares), de acordo com dados do Instituto de Economia Agrícola IEA. Outros segmentos importantes como o de soja, carnes, produtos florestais e café sofreram retração de 9,08%, 3,49%, 0,91% e 11,15%, respectivamente.
No no Estado de São Paulo, o saldo da balança comercial faz uma trajetória crescente desde dezembro de 2014, embora tenha permanecido com valores negativos em quase todo o período. Na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), o saldo da balança comercial tem sido negativo desde o ano de 2008. Segundo Nakabashi, isso se deve, “à maior importância do setor industrial na composição de suas exportações e importações”.
Principais importadores
O estudo mostra ainda que, pelo segundo ano consecutivo, a China segue como o principal destino das exportações da RARP. De acordo com Nakabashi, o destaque da China “está relacionado ao crescimento relativo do país como mercado importador de açúcar ao longo dos últimos anos”, tendo em vista que o país foi o que mais importou açúcar brasileiro em 2015.
Segundo o pesquisador, a Nigéria também tem ganhado protagonismo na importação de açúcar brasileiro. Dados do Ministério da Agricultura mostram que a Nigéria ficou na sexta posição entre os países que mais importaram em 2015. “Adicionalmente, os dois países são grandes importadores de etanol brasileiro”, conclui.
Foto: Divulgação Governo/Santa Catarina