Pais e professores fazem manifestação contra reestruturação do ensino infantil
Manifestantes pediram revogação das mudanças no ensino infantil de Ribeirão Preto, nesta sexta-feira, 8

Pais e professores fazem manifestação contra reestruturação do ensino infantil

Grupo organizou protesto em frente à Secretaria da Educação, nesta sexta-feira, 8

Pais de alunos e professores da rede municipal de ensino de Ribeirão Preto fizeram um protesto, no final da manhã desta sexta-feira, 8, contra a reestruturação da educação infantil promovida pela Secretaria da Educação. O grupo organizou um ato em frente à sede da Educação, na avenida Treze de Maio, no Jardim Paulistano, zona Leste da cidade. Cerca de 100 pessoas participaram da manifestação pacífica, que durou pouco mais de uma hora.

 

As mudanças, publicadas no Diário Oficial de Ribeirão Preto nesta quarta-feira, 6, envolvem reorganização de turmas de crianças de 0 a 3 anos, através de alterações em datas de corte de matrículas de alunos, em faixas etárias, e possibilidade de realocação de professores para novas classes. Na prática, novas crianças podem ser matriculadas e admitidas em turmas caso façam aniversário até 31 de julho, e alunos que completam aniversário até esta data-limite podem 'passar' de ano. 

 

A reestruturação da educação infantil, segundo a Secretaria da Educação, vai criar 1,4 mil vagas e atender a uma demanda de matrículas que aumentou após o retorno das aulas 100% presenciais. A decisão da pasta desagradou pais e professores, que alegam prejuízos à aprendizagem das crianças que estão em processo de adaptação ao ambiente escolar. O projeto de reestruturação teria sido aprovado sem o aval do Conselho Municipal de Educação, segundo alguns conselheiros, em reunião nesta terça-feira, 5.

 

Na manifestação de hoje, pais de alunos e professores pediram a revogação das resoluções e maior diálogo com o Executivo, e alegam falta de consulta, desrespeito a regras e preocupação com superlotação de salas de aula com as novas medidas. "Além de absurda, a reforma é ilegal. Estamos em um período de pandemia em que as crianças não tiveram convívio escolar, foi um período difícil de adaptação. Agora, com meio ano de trabalho, essas crianças serão retiradas do convívio com os professores", diz Luana Marlize, professora da rede municipal e mãe de aluna.

 

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Ariane Penha, mãe de uma menina de dois anos que estuda na EMEI Anita Procópio Junqueira, na Vila Tibério, afirma que foi pega de surpresa pelas mudanças. "A minha filha demorou para adaptar. Ela gosta muito das professoras, e do nada a gente recebe essa notícia. É uma falta de respeito muito grande com as famílias. Se nós estamos chateados e preocupados, imagina a cabeça de uma criança de dois anos, passando por tudo isso no meio do ano", relata.

 

No início da tarde, após o ato, um pequeno grupo de pais e professores foi recebido por integrantes da diretoria da Secretaria da Educação de Ribeirão Preto. O secretário municipal, Felipe Elias Miguel, não esteve presente. Segundo a assessoria de imprensa da Educação, o chefe da pasta participa nesta sexta, 8, de um congresso no Rio de Janeiro sobre educação. 

 

O Portal Revide questionou a Secretaria da Educação sobre as reclamações dos pais e sobre a reunião com a diretoria. Em nota, a pasta informou que "atendeu, ouviu e explicou todo o processo de reorganização da Educação Infantil aos manifestantes".

 


João Pala/Revide

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